TSMC pode expandir operações para os Emirados Árabes
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Co. (TSMC), maior fabricante mundial de chips avançados, está considerando construir uma megafábrica nos Emirados Árabes Unidos (EAU), similar ao complexo que está sendo erguido no Arizona, nos Estados Unidos.
Segundo informações da Bloomberg, o projeto depende da aprovação do governo americano devido aos riscos geopolíticos envolvidos. As negociações começaram durante o governo Biden, mas enfrentaram obstáculos por exigências consideradas excessivas por Abu Dhabi.
Entre as condições discutidas estavam garantias de soberania dos EUA sobre a instalação e acesso prioritário à produção em momentos de crise. Com a mudança para a administração Trump, as conversas foram retomadas, envolvendo autoridades americanas e representantes da MGX, veículo de investimento ligado à liderança dos EAU.
Os interesses dos Emirados Árabes
Os EAU buscam se posicionar como centro estratégico de inteligência artificial no Oriente Médio
O país oferece infraestrutura robusta, recursos energéticos abundantes e capital disponível
A TSMC já realizou visitas técnicas para avaliar a viabilidade do projeto

As preocupações dos Estados Unidos
Do outro lado do Atlântico, o plano enfrenta resistência. Alguns membros do governo Trump temem que a nova fábrica possa:
Enfraquecer o projeto da TSMC no Arizona, que recebeu US$ 6,6 bilhões em subsídios governamentais
Criar riscos à segurança nacional devido aos vínculos dos Emirados com a China
Aumentar a instabilidade regional considerando as tensões com o Irã
O dilema estratégico de Washington fica evidente: como equilibrar a expansão tecnológica americana no exterior com a proteção de seus interesses econômicos e geopolíticos?

Enquanto isso, a indústria de semicondutores continua seu movimento global de diversificação de produção, buscando reduzir riscos geopolíticos e garantir cadeias de suprimentos mais resilientes. A TSMC, peça central nesse tabuleiro geopolítico, mantém sua estratégia de expansão cautelosa, avaliando cada movimento com cuidado extremo.
O impacto no mercado global de chips
A possível expansão da TSMC para os Emirados Árabes ocorre em um momento crucial para a indústria de semicondutores. Com a crescente demanda por chips avançados para inteligência artificial, veículos elétricos e dispositivos IoT, a capacidade de produção global está sendo testada como nunca antes.
Analistas apontam que uma nova megafábrica nos EAU poderia:
Reduzir a pressão sobre as fábricas existentes na Ásia e nos EUA
Acelerar os tempos de entrega para clientes europeus e do Oriente Médio
Criar um novo polo tecnológico em uma região tradicionalmente dependente do petróleo
Os desafios técnicos e logísticos
Construir uma fábrica de chips de última geração no deserto não será tarefa simples. A TSMC enfrentaria obstáculos únicos:
O consumo massivo de água necessário para a produção de semicondutores em uma região com recursos hídricos limitados
A necessidade de estabilidade energética constante, já que qualquer interrupção pode causar prejuízos milionários
O desafio de atracer mão-de-obra especializada para viver no país
A logística de transporte de equipamentos ultra-sensíveis através do deserto
Fontes próximas à TSMC revelam que a empresa já estuda soluções inovadoras, como dessalinização em larga escala e parcerias com universidades locais para treinamento técnico.
As reações dos concorrentes
Enquanto a TSMC avalia sua expansão, outras gigantes do setor observam atentamente. A Samsung Foundry e a Intel já aumentaram seus investimentos nos EUA e Europa, mas nenhuma demonstrou interesse no Oriente Médio até agora.
Especialistas acreditam que uma movimentação da TSMC nos EAU poderia:
Forçar concorrentes a reconsiderar suas estratégias globais
Acelerar a corrida por subsídios governamentais em novas regiões
Criar um efeito dominó de investimentos em infraestrutura tecnológica na região
O que parece claro é que a geografia da produção de chips está prestes a mudar novamente. E desta vez, o deserto pode se tornar o novo front desta batalha tecnológica.
Com informações do: Olhar Digital