O aguardado terceiro capítulo da franquia de zumbis Dead Island saiu oficialmente do terreno dos rumores. Em um movimento pouco convencional, a confirmação de Dead Island 3 veio não através de um trailer bombástico em um evento como o The Game Awards, mas sim por meio de documentos financeiros obrigatórios. A Dambuster Studios, atual guardiã da série, revelou em seus registros que o projeto está em andamento e mira um lançamento para o primeiro semestre de 2028. Para os fãs que esperaram 12 anos entre o primeiro e o segundo jogo, mais três anos de espera pode parecer um piscar de olhos, mas o que realmente está por trás dessa nova empreitada?

Os detalhes revelados nos documentos
A revelação veio à tona através de uma postagem no Bluesky que analisava os demonstrativos financeiros da Dambuster Studios, datados de março de 2025. Os números são bastante reveladores: a empresa emprega atualmente 194 pessoas, e a maioria dessa força de trabalho começou a se dedicar ao desenvolvimento de Dead Island 3 em outubro de 2024. Esse marco seguiu o lançamento da versão definitiva de Dead Island 2, que consolidou todos os conteúdos adicionais (DLCs) e correções.
O estúdio foi bem claro sobre o estágio do projeto. Em suas próprias palavras, partes do jogo estão em "produção inicial", com recursos, personagens, o mundo e o design da história progredindo no ritmo esperado. É um sinal de que, embora a data de 2028 pareça distante, o trabalho de base está sendo feito com cuidado. Afinal, a Dambuster herdou uma franquia com uma história complicada de desenvolvimento, e ninguém quer repetir os longos atrasos do passado, certo?
O legado de Dead Island 2 e o trabalho remanescente
Antes de mergulhar de cabeça no futuro, a Dambuster ainda tem pontas soltas no presente. O trabalho em Dead Island 2 não está totalmente concluído. Uma parte da equipe permanece focada na finalização das adaptações do jogo para as plataformas Mac e Amazon Luna, que devem ser lançadas em breve. Só depois que essas versões estiverem nas mãos dos jogadores é que os times de teste e garantia de qualidade poderão migrar completamente para o novo projeto.
E falando em Dead Island 2, vale lembrar o sucesso que o jogo alcançou. Os números divulgados são impressionantes: 1 milhão de cópias vendidas em apenas três dias. Dados mais recentes, do início deste ano, indicam que esse número já saltou para 5 milhões de unidades comercializadas em todas as plataformas. Esse desempenho sólido, sem dúvida, deu à Dambuster e à editora Deep Silver a confiança e os recursos necessários para greenlightar uma sequência. É um caso clássico de um jogo que, apesar de uma gestação tumultuada, encontrou seu público e se provou comercialmente viável.
O que isso significa para o terceiro jogo? Bem, em minha opinião, essa base de sucesso oferece uma liberdade criativa que o estúdio talvez não tivesse antes. Eles não estão começando do zero; estão construindo sobre algo que os fãs claramente apreciaram. A pergunta que fica é: como eles vão evoluir a fórmula? Vão se aprofundar no combate visceral e no humor negro característicos, ou tentarão inovar de forma mais radical?
O longo caminho até 2028
Uma janela de lançamento para 2028, no primeiro ou segundo trimestre, coloca o jogo a cerca de três anos e meio de distância. No ritmo acelerado da indústria de games, isso é uma eternidade. Muita coisa pode mudar: engines podem ser atualizadas, conceitos podem ser retrabalhados, e até o hype dos fãs pode passar por altos e baixos. No entanto, há uma sensação de que, desta vez, o processo está sendo mais transparente e gerenciado.
A Dambuster parece estar adotando uma postura metódica. Eles não anunciaram o jogo prematuramente, como aconteceu tantas vezes no passado. Em vez disso, estão deixando a confirmação surgir organicamente através dos canais corporativos, enquanto constroem o jogo longe dos holofotes. É uma estratégia que pode evitar expectativas irreais e a pressão por prazos impossíveis. Só o tempo dirá se essa abordagem mais contida resultará em um produto mais polido e coeso quando finalmente chegar às nossas mãos.
Enquanto isso, os fãs podem se consolar com o fato de que Dead Island 2 ainda tem conteúdo chegando e que a sequência está, de fato, a caminho. A espera será longa, mas pelo menos não é mais um mistério. A jornada de Hell-A a... bem, para onde os zumbis nos levarão dessa vez? Só em 2028 saberemos.
Fonte: PC Gamer
Mas vamos pensar um pouco sobre o que "produção inicial" realmente significa em 2025 para um jogo que mira 2028. Não estamos falando apenas de esboços conceituais em um quadro branco. Provavelmente, a equipe de narrativa já está definindo os contornos da nova história e o tom que pretendem atingir. Os designers de mundo estão mapeando possíveis locais – será que finalmente deixaremos os resorts e cidades para trás e exploraremos um cenário completamente novo? Um arquipélago isolado, talvez, ou até uma colônia espacial infestada? A imaginação corre solta.
E o motor de jogo? O Dead Island 2 foi construído com a tecnologia proprietária F.L.E.S.H. (Fully Locational Evisceration System for Humanoids), que foi um grande destaque por seu sistema de dano visceral e realista nos zumbis. É quase certo que a Dambuster vai evoluir e expandir esse mesmo sistema para a sequência. Imagina só o que eles podem fazer com mais alguns anos de refinamento técnico. Mais camadas de carne e osso para esfaquear, quebrar e desmembrar, com física ainda mais impressionante. É um pensamento nojento, mas, vamos admitir, parte do apelo macabro da franquia.
O fantasma dos desenvolvimentos passados
É impossível falar do futuro de Dead Island sem olhar para o seu passado conturbado. O primeiro jogo teve um trailer de anúncio lendário, mas um desenvolvimento cheio de percalços. A sequência, então, foi um verdadeiro caleidoscópio de estúdios. Iniciada pela Yager Development, passou depois para a Sumo Digital antes de finalmente encontrar um lar na Dambuster Studios, que conseguiu finalizá-la. Foram quase uma década de idas e vindas.
Essa bagagem histórica é, na minha visão, a razão principal pela qual a confirmação do terceiro capítulo através de documentos financeiros é, na verdade, uma notícia positiva. Soa estranho dizer isso? Deixe-me explicar. Após tanto drama, o fato de a Dambuster – que já provou ser capaz de entregar o produto – estar com a posse firme do projeto desde o início, com uma linha do tempo clara e um planejamento que parece respeitar o ciclo natural de desenvolvimento, é um sinal de maturidade. Eles não estão correndo. Eles estão construindo.
Isso me faz lembrar de outras franquias que renasceram após um período conturbado. O que a Crystal Dynamics fez com a trilogia reboot de Tomb Raider, por exemplo. Tomaram o tempo necessário para redefinir a personagem e a jogabilidade, e colheram os frutos. Será que a Dambuster está mirando em um legado semelhante para Dead Island? Transformar uma série conhecida por seus problemas em uma referência de consistência e qualidade no gênero de ação e zumbis?
O ecossistema de zumbis em 2028: onde Dead Island 3 se encaixa?
Pensar em 2028 é pensar em um horizonte distante. O que o cenário de games de zumbis vai parecer daqui a três anos e meio? Dying Light já terá sua sequência lançada há tempos. A franquia Resident Evil continuará seu ciclo de remakes e novos capítulos. Provavelmente surgirão novas IPs. Onde Dead Island 3 vai buscar seu espaço único?
A resposta pode estar justamente no que o segundo jogo fez tão bem: o equilíbrio entre o horror e o humor. A violência extrema e visceral, mas com uma pitada de ironia e absurdidade tipicamente britânica (lembrando que a Dambuster é baseada no Reino Unido). Enquanto Resident Evil se inclina para o horror de susto e Dying Light para o parkour e o survival, Dead Island encontrou seu nicho no "carnage" divertido e criativo. É sobre improvisar armas malucas, testar as reações do sistema F.L.E.S.H. e rir da situação caótica.
Para a sequência, acredito que a chave será ampliar essa criatividade. Mais opções de personalização de armas, mais interação com o ambiente para criar armadilhas, talvez até um sistema de construção rudimentar em certas áreas. Co-op continuará sendo essencial, claro. Mas será que veremos inovações no modo multiplayer? Um modo "Horda" mais elaborado, ou até incursões narrativas para grupos maiores? A estrutura de "espaços sociais" seguros, como a casa da Emma em DI2, poderia ser expandida para pequenos assentamentos gerenciáveis pelos jogadores.
E os personagens? Dead Island 2 nos apresentou a um novo elenco de "imunes" carismáticos e estereotipados de forma divertida. A tendência é que a Dambuster repita a fórmula, criando novos protagonistas jogáveis com habilidades e árvores de talentos distintas. No entanto, uma parte de mim torce por uma surpresa. E se, de alguma forma, a história do terceiro jogo se conectar mais profundamente com os eventos dos anteriores? Uma aparição de um personagem veterano, ou a resposta para a origem do vírus que sempre foi um mistério um pouco negligenciado pela série.
O silêncio da Deep Silver e da Dambuster sobre detalhes concretos é, ao mesmo tempo, frustrante e compreensível. Frustrante para nós, ansiosos por qualquer migalha de informação. Mas compreensível do ponto de vista de marketing e saúde do desenvolvimento. Anunciar cedo demais foi o erro do passado. Eles estão claramente tentando um caminho diferente. A estratégia agora parece ser: "Construa o jogo primeiro, mostre-o quando estiver pronto para ser mostrado".
Enquanto isso, a comunidade de fãs fará o que faz de melhor: especular. Fóruns e redes sociais já devem estar fervilhando com teorias sobre o local, a história e os possíveis easter eggs. Essa energia, essa expectativa que se constrói organicamente, é um ativo poderoso. Resta à Dambuster corresponder a ela, no seu devido tempo, com um jogo que valha a longa espera. A pressão está lá, mesmo que silenciosa. Eles sabem que, depois de finalmente estabilizar a franquia, não podem vacilar no próximo passo.
Com informações do: Adrenaline










