A HoYoverse, estúdio por trás de fenômenos como Genshin Impact e Honkai: Star Rail, acaba de oferecer aos fãs uma visão detalhada do que está por vir. Em uma apresentação extensa de 30 minutos, a empresa revelou o gameplay de Varsapura, seu próximo projeto em desenvolvimento utilizando a poderosa Unreal Engine 5.

O que sabemos sobre Varsapura até agora

Embora a HoYoverse mantenha muitos detalhes sob wraps, os 30 minutos de gameplay revelaram aspectos significativos do jogo. A apresentação demonstrou ambientes visivelmente mais complexos e realistas do que os títulos anteriores da empresa, algo que provavelmente deve-se à transição para a Unreal Engine 5.

Eu fiquei particularmente impressionado com a densidade dos cenários e a qualidade da iluminação global. A engine parece estar sendo aproveitada para criar mundos que não são apenas bonitos, mas também reativos. Diferente dos jogos anteriores da HoYoverse que usavam engines proprietárias, a mudança para a UE5 sugere uma ambição técnica considerável.

O significado da mudança para Unreal Engine 5

Esta transição marca um momento importante para a HoYoverse. Enquanto Genshin Impact e Honkai: Star Rail utilizam engines customizadas que funcionam brilhantemente em múltiplas plataformas, incluindo mobile, o movimento para Unreal Engine 5 levanta questões interessantes sobre o escopo e as ambições de Varsapura.

Será que estamos vendo a HoYoverse mirando em experiências mais next-gen, possivelmente focadas em PC e consoles de última geração? A engine certamente permitiria isso, com seus sistemas de Nanite e Lumen oferecendo fidelidade visual impressionante. Mas também me pergunto como isso afetaria a acessibilidade que tornou seus jogos anteriores tão populares.

Na minha experiência acompanhando a evolução da empresa, essa mudança técnica representa o maior salto ambicioso desde o lançamento de Genshin Impact em 2020.

O ecossistema em expansão da HoYoverse

O que muitos podem não perceber é que Varsapura não é o único projeto em desenvolvimento na HoYoverse. A empresa mencionou ter "outro jogo encaminhado", indicando que estão construindo um portfólio diversificado além de suas franquias estabelecidas.

Isso me faz pensar sobre a estratégia de longo prazo do estúdio. Eles estão claramente investindo pesado em múltiplos fronts, possivelmente para não depender excessivamente de Genshin Impact e Honkai: Star Rail. É uma jogada inteligente, considerando como o mercado de games live-service pode ser volátil.

O fato de estarem dispostos a experimentar com diferentes engines de jogo também demonstra uma maturidade técnica crescente. Eles não estão apenas replicando fórmulas bem-sucedidas, mas explorando novas possibilidades criativas e técnicas.

Enquanto aguardamos mais detalhes sobre Varsapura, uma coisa é certa: a HoYoverse continua a ser uma das desenvolvedoras mais interessantes para se acompanhar na indústria atual. Sua capacidade de entregar experiências polidas e consistentemente atualizadas já está bem estabelecida, e agora parecem prontos para elevar ainda mais seus padrões técnicos e criativos.

Detalhes técnicos que impressionaram

Durante os 30 minutos de gameplay, alguns elementos específicos chamaram bastante atenção. Os sistemas de partículas e efeitos especiais parecem ter atingido um novo patamar para a desenvolvedora. Em uma cena particularmente memorável, a interação entre magia aquática e vegetação criou reflexos e refrações que simplesmente não seriam possíveis nas engines anteriores da empresa.

E não são apenas os efeitos visuais que impressionam. O design de áudio também parece ter recebido atenção especial. Em certo momento do gameplay, é possível ouvir claramente como o som se comporta de maneira diferente dependendo do ambiente - ecoando em cavernas, abafado em florestas densas, ou cristalino em áreas abertas. São detalhes que, quando somados, criam uma imersão notável.

Mecânicas de jogo e progressão

O que me deixou genuinamente curioso foi como a HoYoverse parece estar equilibrando complexidade técnica com acessibilidade. Em vários momentos do gameplay, é possível identificar elementos familiares de seus jogos anteriores - sistemas de coleta, crafting e progressão de personagens - mas tudo com uma camada adicional de profundidade.

Uma coisa que notei: o sistema de combate parece combinar a ação em tempo real que conhecemos de Genshin Impact com elementos táticos mais complexos. Em uma sequência, o jogador pausa brevemente o combate para selecionar habilidades específicas que interagem com o ambiente. É uma abordagem interessante que poderia agradar tanto aos fãs de ação quanto aos que preferem planejamento estratégico.

E falando em personagens, a customização parece ter atingido níveis inéditos. Em um menu rapidamente mostrado, era possível ver não apenas equipamentos, mas também especializações de habilidades que parecem permitir builds verdadeiramente únicas. Isso me faz pensar que talvez a HoYoverse esteja mirando em um público um pouco mais hardcore com este título.

Desafios técnicos e otimização

A transição para Unreal Engine 5 não é simples, especialmente para uma empresa acostumada com engines próprias. Lembro-me de conversar com desenvolvedores que fizeram migrações similares, e eles sempre mencionam os desafios de adaptar pipelines de produção e workflows estabelecidos.

Particularmente interessante será ver como a HoYoverse lidará com a otimização. As tecnologias como Nanite e Lumen da UE5 são incrivelmente poderosas, mas também demandam hardware robusto. Considerando que Genshin Impact e Honkai: Star Rail rodam surpreendentemente bem em dispositivos móveis, será que Varsapura abandonará essa plataforma? Ou será que veremos uma versão significativamente reduzida para mobile?

Em um trecho do gameplay que mostrou uma cidade movimentada, pude contar dezenas de NPCs na tela simultaneamente, cada um com comportamentos aparentemente independentes. Se conseguirem manter esse nível de detalhe em todas as plataformas, será um feito técnico notável.

Narrativa e construção de mundo

Embora a apresentação tenha focado principalmente no gameplay, alguns elementos narrativos apareceram brevemente. A mitologia de Varsapura parece envolver conceitos de realidades paralelas e dimensões alternativas - temas que ressoam bem com o que a HoYoverse já explorou em Honkai Impact 3rd, mas com uma abordagem visivelmente mais madura.

O que mais me cativou foi a ambientação. Diferente dos mundos coloridos e anime de seus jogos anteriores, Varsapura apresenta uma estética que mescla fantasia tradicional com elementos de sci-fi de maneira orgânica. Em uma cena, personagens com roupas medievais interagem com tecnologia avançada de forma completamente natural, sugerindo uma sociedade que evoluiu integrando magia e tecnologia.

E os diálogos? Bem, em poucas falas mostradas, o tom parece mais sério e menos dependente de tropes anime. Não que isso seja necessariamente melhor ou pior, mas indica uma tentativa de alcançar um público diferente.

Impacto no mercado e expectativas

O timing deste anúncio é particularmente interessante. Com a indústria de games live-service enfrentando tanto sucessos estrondosos quanto fracassos memoráveis nos últimos anos, a entrada da HoYoverse com um título tão ambicioso pode redefinir expectativas.

O que me preocupa um pouco são as comparações inevitáveis com outros RPGs de mundo aberto. Jogadores naturalmente compararão Varsapura não apenas com Genshin Impact, mas também com títulos como The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom e os próximos jogos da série Final Fantasy. A pressão por inovação deve ser enorme.

Por outro lado, se há uma empresa que demonstrou entender profundamente o modelo games-as-a-service enquanto mantém qualidade excepcional, é a HoYoverse. Seu track record de suporte pós-lançamento e atualizações consistentes dá confiança de que Varsapura não será apenas mais um lançamento, mas sim um jogo que evoluirá por anos.

Agora me pergunto sobre o modelo de monetização. Será que seguirão a fórmula gacha bem-sucedida de seus títulos anteriores, ou experimentarão com abordagens diferentes? Considerando o investimento técnico evidente em Varsapura, é possível que busquem monetização mais tradicional, talvez até um preço inicial como jogos AAA.

Com informações do: IGN Brasil