O tamanho ideal segundo um mestre dos games
Hideo Kojima, o lendário criador de franquias como Metal Gear Solid e Death Stranding, compartilhou recentemente sua visão sobre o tamanho ideal de equipe para desenvolvimento de jogos. E a revelação pode surpreender muitos no setor.
Referindo-se ao time por trás de Clair Obscur: Expedition 33, Kojima destacou: "Eles têm apenas 33 membros da equipe e um cachorro. Esse é o meu ideal". A declaração foi feita com evidente admiração pela abordagem do estúdio.
Menos pode ser mais na indústria dos jogos
Na era dos blockbusters triple-A com equipes que frequentemente ultrapassam centenas de desenvolvedores, a observação de Kojima traz um contraponto interessante. O veterano designer parece valorizar times menores e mais coesos - uma filosofia que ecoa os primórdios da indústria, quando equipes compactas criavam jogos icônicos.
Mas será que essa abordagem ainda funciona para projetos ambiciosos? Kojima Productions, seu próprio estúdio, opera com uma equipe maior que 33 pessoas, sugerindo que ele reconhece a necessidade de escalar conforme o projeto.
O papel dos animais no ambiente criativo
Não podemos ignorar o detalhe curioso na declaração de Kojima: a menção ao cachorro como parte da equipe. Isso revela muito sobre sua filosofia de trabalho - valorizando não apenas números, mas o ambiente e a dinâmica do espaço criativo.
Muitos estúdios têm adotado políticas pet-friendly nos últimos anos, reconhecendo o impacto positivo que animais podem ter no bem-estar e na criatividade da equipe. A observação de Kojima sugere que ele vê esses companheiros peludos como parte integrante do processo criativo.
Equipes pequenas versus grandes orçamentos
O comentário de Kojima levanta uma discussão relevante sobre a escalada de custos na indústria de jogos. Enquanto estúdios como Rockstar empregam mais de mil pessoas para títulos como Red Dead Redemption 2, há um movimento crescente de desenvolvedores que buscam provar que criatividade não é sinônimo de orçamento inflado.
Jogos como Stardew Valley, criado praticamente por uma única pessoa, ou Hollow Knight, desenvolvido por uma pequena equipe, demonstram que times compactos podem produzir experiências memoráveis. Mas e quando se trata de projetos com ambições técnicas como Death Stranding? Kojima parece reconhecer que há um equilíbrio a ser encontrado.
A cultura do estúdio como fator decisivo
Mais do que números, Kojima parece enfatizar a importância da cultura organizacional. Uma equipe de 33 pessoas permite comunicação direta, rápida tomada de decisões e um senso de propriedade coletiva sobre o projeto - elementos que podem se perder em estruturas maiores.
"Quando cada membro conhece profundamente o projeto e tem voz ativa, a magia acontece", comentou certa vez Neil Druckmann da Naughty Dog, outro defensor de equipes relativamente compactas para jogos de alta qualidade. Essa filosofia parece ressoar com as observações de Kojima.
O futuro do desenvolvimento de jogos
Com o avanço de ferramentas de desenvolvimento e engines mais acessíveis, será que veremos um retorno às equipes menores? A indústria parece oscilar entre dois extremos: de um lado os mega-estúdios com orçamentos hollywoodianos, de outro desenvolvedores independentes inovando com recursos limitados.
Kojima, conhecido por seu pensamento visionário, pode estar antecipando uma tendência. Afinal, em um mercado cada vez mais competitivo, onde a originalidade muitas vezes vale mais que gráficos ultra-realistas, talvez o segredo esteja mesmo em times enxutos e altamente focados.
Com informações do: IGN Brasil