O final alternativo que poderia ter mudado tudo
Em meio às celebrações dos 10 anos de The Witcher 3: Wild Hunt, a CD Projekt RED resolveu revelar alguns segredos surpreendentes sobre o desenvolvimento do jogo. Em entrevista à PC Gamer, os desenvolvedores contaram que a versão original do enredo foi inspirada em Mass Effect 2 e terminaria com uma arriscada "missão suicida".

O roteirista Marcin Blacha explicou que nesta versão descartada, Geralt se infiltraria na Wild Hunt, convencendo-os de que era um deles enquanto coletava informações para deter seus planos de dominação. O clímax seria uma missão de alto risco onde personagens poderiam morrer dependendo das escolhas do jogador - um conceito claramente inspirado na icônica "Missão Suicida" de Mass Effect 2.
As mudanças que definiram o jogo final
Na versão lançada, essa abordagem foi abandonada em favor de uma narrativa mais focada nos relacionamentos entre Geralt, Yennefer e Ciri. Embora ainda mantenha múltiplos finais baseados nas escolhas do jogador, o tom geral se afastou da estrutura de "grupo de elite" para algo mais pessoal e emocional.

Blood and Wine: uma DLC que quase foi diferente
As mudanças radicais não se limitaram ao jogo principal. Tomasz Marchewka, roteirista de Blood and Wine, revelou que a expansão quase não teve vampiros ou o personagem Regis. Uma missão cortada envolvia um jovem usando a armadura de um cavaleiro morto - com um final tipicamente sombrio do universo de The Witcher.
Marchewka admitiu que muitas ideias foram evoluindo durante o desenvolvimento, e hoje ele prefere não pensar muito no "e se", já que o resultado final foi amplamente aclamado.

Essas revelações mostram como mesmo jogos consagrados passam por transformações radicais durante o desenvolvimento. Você já imaginou como seria jogar essa versão alternativa de The Witcher 3? Será que teria funcionado tão bem quanto a que conhecemos?
O impacto das escolhas narrativas no desenvolvimento
A decisão de abandonar a estrutura de "missão suicida" teve ramificações profundas no desenvolvimento de The Witcher 3. Segundo relatos da equipe, essa mudança exigiu uma reescrita completa de aproximadamente 60% do roteiro já desenvolvido. O diretor de narrativa, Mateusz Tomaszkiewicz, lembra que foi um período particularmente desafiador, onde a equipe precisou repensar completamente o arco de vários personagens.
"Tivemos que encontrar novas maneiras de manter a tensão e o perigo sem depender daquele conceito inicial", explicou Tomaszkiewicz. "Isso nos levou a desenvolver melhor os conflitos pessoais dos personagens, especialmente a relação entre Geralt e Ciri."
Os personagens que quase não existiram
As mudanças no enredo principal também afetaram significativamente o elenco de personagens. Em documentos de design vazados, descobriu-se que:
Avallac'h tinha um papel muito menor na versão inicial
O personagem de Vesemir estava originalmente destinado a morrer muito mais cedo na história
Uma versão alternativa de Yennefer a mostrava muito mais cética em relação a Ciri
Curiosamente, alguns elementos da "missão suicida" original sobreviveram de forma modificada. A sequência em que Geralt se infiltra na ilha de Undvik para resgatar Hjalmar mantém ecos dessa ideia inicial, embora em escala reduzida.

O legado das escolhas não realizadas
Embora a versão final tenha sido um sucesso crítico e comercial, alguns membros da equipe ainda se perguntam como teria sido manter a abordagem original. "Às vezes me pego imaginando como seria se tivéssemos mantido aquela estrutura mais cinematográfica", admite o designer de quests Pawel Sasko. "Mas a verdade é que provavelmente teríamos um jogo muito diferente - talvez mais parecido com uma aventura de ação tradicional."
Essas revelações levantam questões interessantes sobre o processo criativo. Quantas outras histórias icônicas poderiam ter sido radicalmente diferentes se certas decisões fossem tomadas em outra direção? No caso de The Witcher 3, parece que a mudança para uma narrativa mais íntima e focada em personagens foi fundamental para seu sucesso duradouro.
E você? Acha que o conceito original poderia ter funcionado tão bem quanto a versão que conhecemos? Ou a mudança para uma história mais pessoal foi realmente a escolha certa?
Com informações do: Adrenaline