O ano de 2025 está prestes a terminar e o Metacritic já revela quais jogos foram mais criticados pelos especialistas. Entre as surpresas desagradáveis está o Welcome Tour do Switch 2, um aplicativo pago da Nintendo que deveria apresentar as capacidades do novo console, mas acabou sendo classificado como um dos dez piores lançamentos do ano.

O que torna um jogo tão mal avaliado?
O Metacritic funciona como um agregador de críticas, reunindo avaliações de diversos sites e canais especializados para criar uma média. Quando um jogo aparece com notas tão baixas, significa que houve um consenso negativo entre os críticos. E em 2025, esse consenso foi particularmente severo.
O que me surpreende é como alguns jogos que tinham potencial acabaram nessa lista. O caso do Welcome Tour do Switch 2 é especialmente interessante porque vem da Nintendo, uma empresa conhecida por seus altos padrões de qualidade. Mas quando você cobra por uma demonstração técnica que mal consegue mostrar o que o console tem de melhor, as críticas são inevitáveis.
A lista dos mais criticados
O ranking do "Bottom 10" do Metacritic para 2025 apresenta alguns nomes esperados e outras surpresas:
MindsEye (PC) – 37
Tamagotchi Plaza (Switch 2) – 43
Ambulance Life: A Pandemic Simulator (PS5) – 44
Scar-Lead Salvation (PS5) – 44
Captain Blood (PC) – 50
Neptunia Riders VS Dogoos (PS5) – 51
Bubsy in: The Purrfect Collection (PS5) – 53
Nintendo Switch 2 Welcome Tour (Switch 2) – 54
Fast & Furious: Arcade Edition (PS5) – 55

2025: um ano mais rigoroso para os jogos?
Comparando com 2024, os críticos parecem ter sido mais severos este ano. O pior jogo do ano passado, Jujutsu Kaisen: Cursed Clash, ficou com 44 pontos no Metacritic. Em 2025, já temos quatro jogos abaixo dos 50 pontos, com o MindsEye alcançando a marca preocupante de 37.
E pensar que ainda temos mais um mês pela frente. Será que algum lançamento de última hora conseguirá piorar ainda mais essa lista? Ou será que a indústria aprenderá com esses exemplos e evitará repetir os mesmos erros no futuro?
Via: VGC
O caso peculiar do Welcome Tour
O que realmente chama atenção no caso do Welcome Tour é que ele representa uma quebra significativa na estratégia da Nintendo. Historicamente, a empresa sempre soube apresentar seus consoles de forma magistral - lembro do Wii Sports, que vinha incluso com o console Wii e se tornou um fenômeno cultural por si só. Era divertido, acessível e mostrava exatamente o que o console podia fazer.
Já o Welcome Tour do Switch 2 parece ter cometido vários erros de concepção desde o início. Primeiro, é pago - algo que vai contra a tendência atual de demos e experiências introdutórias gratuitas. Depois, exige acessórios específicos como o Pro Controller e uma câmera para ser completamente finalizado, criando barreiras desnecessárias para os jogadores.
Mas o problema vai além dos requisitos técnicos. As críticas apontam que a experiência em si é desinteressante - uma coleção de minijogos que não aproveitam adequadamente as capacidades do novo hardware. É como comprar um carro esportivo e receber um manual que só ensina a ajustar o banco e ligar o rádio.
O impacto nas expectativas do Switch 2
O timing desse lançamento é particularmente preocupante. O Switch 2 ainda está em sua fase de estabelecimento no mercado, e uma primeira impressão negativa pode ter consequências duradouras. Quando você paga por uma experiência que deveria mostrar o melhor do console e recebe algo medíocre, isso cria uma desconfiança que pode afetar futuras compras.
E não é só sobre o Welcome Tour em si - é sobre o que isso diz sobre a direção da Nintendo. Será que a empresa está perdendo o toque mágico que sempre teve para criar experiências encantadoras? Ou isso é apenas um deslize isolado em uma estratégia maior que ainda vai se mostrar acertada?
O que me preocupa é o precedente que isso estabelece. Se a Nintendo começar a monetizar experiências básicas que antes eram gratuitas ou incluídas no pacote, isso pode sinalizar uma mudança preocupante na filosofia da empresa. Lembro quando comprei meu primeiro Nintendo DS e veio com aquela tela sensível ao toque e o PictoChat - era simples, mas mostrava as possibilidades do console de forma brilhante e sem custo adicional.
O contexto mais amplo da indústria
Olhando para o resto da lista do Metacritic, percebo alguns padrões interessantes. Muitos dos jogos mal avaliados compartilham problemas similares: falta de polimento, preços inadequados para o conteúdo oferecido, ou tentativas de capitalizar em cima de franquias estabelecidas sem entender o que as tornou especiais.
O caso do Bubsy, por exemplo - uma tentativa de reviver uma franquia que já nasceu com problemas sérios de identidade e jogabilidade. Ou o Hunter x Hunter, que parece ter caído na armadilha comum dos jogos de anime: foco excessivo nos personagens e negligência na mecânica de jogo.
E o MindsEye, que lidera a lista com apenas 37 pontos, parece ser um caso de estudo sobre como não lançar um jogo. Relançado em meio a acusações de sabotagem interna e problemas de desenvolvimento, serve como lembrete de que mesmo projetos ambiciosos podem desmoronar sem uma direção clara e processos sólidos.
O que me faz pensar: será que a pressão por lançar conteúdo constantemente está levando as desenvolvedoras a comprometer a qualidade? Ou será que os padrões dos críticos e jogadores simplesmente aumentaram, tornando mais difícil agradar a todos?
Lições que poderiam ser aprendidas
Analisando esses casos, fica claro que alguns problemas poderiam ter sido evitados com testes mais rigorosos e uma compreensão mais profunda do que os jogadores realmente valorizam. No caso do Welcome Tour, por exemplo, bastaria observar como a Sony e a Microsoft abordam as experiências introdutórias de seus consoles.
A PlayStation Store oferece diversas demos gratuitas que mostram as capacidades do PS5, enquanto a Microsoft tem o Game Pass que permite experimentar dezenas de títulos por um custo mensal fixo. A Nintendo, tradicionalmente, sempre seguiu seu próprio caminho - mas talvez seja hora de reconsiderar essa abordagem quando ela claramente não está funcionando.
E não é só sobre preço ou acessibilidade - é sobre valor percebido. Quando os jogadores pagam por algo, eles esperam uma experiência à altura do investimento. O Welcome Tour custa aproximadamente um terço do preço de um jogo completo, mas oferece talvez um décimo do conteúdo e diversão.
O que mais me intriga é que a Nintendo tem tantos exemplos positivos para seguir dentro de sua própria história. Por que não criar uma experiência como o Nintendoland do Wii U, que era divertido, mostrava as capacidades do console e tinha conteúdo suficiente para justificar seu preço? Ou algo como o 1-2-Switch, mas com mais substância e melhor execução?
Enquanto isso, os jogadores continuam esperando por títulos que realmente mostrem o potencial do Switch 2. A pergunta que fica é: quando esses jogos vão chegar, e será que conseguirão apagar a má impressão deixada pelo Welcome Tour?
Com informações do: Adrenaline











