Warner Bros. Games não desiste dos jogos como serviço

Mesmo após o fracasso comercial e de crítica de Esquadrão Suicida: Mate a Liga da Justiça, a Warner Bros. Games parece determinada a continuar investindo no modelo de jogos como serviço. Uma nova vaga de emprego divulgada pela WB Games Montréal, estúdio responsável por Gotham Knights, revela que a empresa está procurando um produtor-executivo para um novo projeto AAA baseado em uma propriedade intelectual estabelecida da DC Comics.

Warner Bros. Games prepara novo jogo como serviço

O momento delicado da Warner Bros. Games

A Warner Bros. Games enfrenta uma série de desafios recentes. Além do desempenho abaixo do esperado de Esquadrão Suicida, outros títulos como Harry Potter: Quidditch Champions e o retorno de Multiversus também não atingiram as expectativas. Isso levou a empresa a uma reestruturação completa de suas operações, focando agora em quatro grandes franquias: Game of Thrones, Harry Potter, quadrinhos da DC e Mortal Kombat.

O que chama atenção é a insistência no modelo de jogos como serviço, mesmo após esses contratempos. A descrição da vaga menciona explicitamente a necessidade de experiência com "serviços ao vivo", indicando que a empresa ainda vê potencial nesse modelo de negócios, apesar da recepção morna dos jogadores a seus últimos lançamentos.

Warner Bros. Games reformula estratégia

O que esperar do novo projeto?

Considerando o histórico da WB Games Montréal e o foco em propriedades da DC, é provável que o novo jogo envolva o universo de Batman ou outros heróis da editora. No entanto, como a empresa ainda está na fase inicial de contratação de pessoal-chave, pode levar anos até que o projeto seja revelado oficialmente.

Enquanto isso, a indústria de games continua observando com curiosidade se a Warner Bros. conseguirá acertar a mão com seu próximo jogo como serviço, ou se repetirá os mesmos erros que marcaram Esquadrão Suicida e outros títulos recentes.

Lições não aprendidas ou estratégia de longo prazo?

A persistência da Warner Bros. nos jogos como serviço levanta questões interessantes. Por um lado, pode parecer teimosia continuar investindo em um modelo que não deu certo recentemente. Mas por outro, será que a empresa está pensando além dos tropeços iniciais? Afinal, franquias como Destiny e Fortnite também enfrentaram desafios no começo antes de se estabelecerem como sucessos duradouros.

O que diferencia a abordagem da Warner é seu catálogo de propriedades intelectuais icônicas. Imagine um jogo como serviço no universo de Game of Thrones, onde casas nobres competem em tempo real, ou um mundo aberto da DC que evolui com novas histórias e personagens. O potencial existe, mas a execução tem sido o calcanhar de Aquiles.

O desafio de equilibrar single-player e multiplayer

Um dos principais erros de Esquadrão Suicida foi negligenciar os fãs de campanhas solo em prol do multiplayer. A WB Games Montréal tem experiência nesse equilíbrio - Gotham Knights permitia jogar sozinho ou em cooperação sem prejudicar a narrativa. Será que o novo projeto aprenderá com isso?

Vale lembrar que a indústria está cheia de exemplos ambiciosos que falharam (Anthem, Marvel's Avengers) e outros que souberam evoluir (No Man's Sky, Final Fantasy XIV). A diferença muitas vezes está na capacidade de ouvir a comunidade e adaptar-se rapidamente.

O fator Mortal Kombat na equação

Curiosamente, enquanto outros estúdios da Warner tropeçavam, a NetherRealm manteve Mortal Kombat como uma franquia estável. Seu modelo - lançamento tradicional seguido de DLCs de personagens - mostra que há mais de uma forma de manter jogadores engajados a longo prazo. Por que não aplicar essa experiência acumulada aos novos projetos?

Rumores sugerem que o próximo Injustice pode incorporar elementos de jogo como serviço, talvez testando águas mais seguras antes de investir pesado em um novo IP. Afinal, lutadores naturalmente se prestam a atualizações contínuas de personagens e skins.

O que os jogadores realmente querem?

O debate sobre jogos como serviço frequentemente ignora um ponto crucial: não é o modelo em si que falha, mas como ele é implementado. Jogadores rejeitam conteúdo ralo, monetização agressiva e falta de respeito pelo seu tempo - não necessariamente o conceito de mundos em evolução.

Talvez o maior desafio da Warner Bros. seja cultural. Enquanto estúdios como Rocksteady e Monolith se destacaram em narrativas imersivas, a transição para serviços contínuos exige uma mentalidade diferente - mais próxima de operações de rede social do que de produção tradicional de games.

Com informações do: Adrenaline