Square Enix reforça estratégia de qualidade sobre quantidade
A Square Enix reafirmou seu compromisso com uma abordagem focada na qualidade em detrimento da quantidade para seus futuros lançamentos. A editora japonesa divulgou seu plano de negócios para 2024, destacando uma nova estratégia para seus jogos AAA e a intenção de torná-los multiplataforma.
Reinicialização de três anos para melhorar a qualidade
A empresa detalhou que está iniciando um processo de "reinicialização" que durará três anos, com o objetivo de crescimento a longo prazo. O plano inclui estabelecer um "pipeline de médio a longo prazo para alcançar uma mudança de quantidade para qualidade", conforme mencionado nos últimos resultados financeiros.
O objetivo é que, até o primeiro trimestre de 2027, a Square Enix tenha capacidade de lançar "títulos importantes, principalmente de IPs importantes" de forma consistente. Essa reformulação já resultou no cancelamento de alguns projetos, como Kingdom Hearts: Missing Link, anunciado em 2022.
Mudanças estruturais e foco em multiplataforma
A empresa está implementando mudanças significativas em sua estrutura de desenvolvimento:
Otimização da "pegada de desenvolvimento" para aumentar a produtividade
Cancelamento de projetos considerados inviáveis a longo prazo
Investimento adicional em títulos que precisam de refinamento
Consolidação do desenvolvimento interno em vez de terceirização
Um exemplo dessa nova estratégia é o lançamento de Final Fantasy VII Remake Intergrade para Nintendo Switch 2, demonstrando o compromisso com a expansão multiplataforma.
A Square Enix acredita que essas mudanças irão consolidar o "know-how interno" e resultar em jogos de maior qualidade. A empresa declarou: "Sob a nova estrutura de gestão, revisamos todos os projetos em nossos estúdios nacionais... implementando assim uma estratégia de seleção e concentração de recursos de desenvolvimento".
VIA: VGC
Impacto nos principais estúdios e franquias
A nova estratégia da Square Enix já está refletindo em seus principais estúdios e franquias. A Creative Business Unit I, responsável por Final Fantasy, está passando por uma reestruturação significativa para focar em menos projetos, porém mais ambiciosos. Fontes internas sugerem que isso pode resultar em ciclos de desenvolvimento mais longos, mas com maior polimento final.
Já a Creative Business Unit III, liderada por Naoki Yoshida (produtor de Final Fantasy XIV e XVI), parece estar servindo como modelo para essa nova abordagem. Seus métodos de desenvolvimento iterativo e foco na qualidade técnica têm sido estudados internamente como referência.
Reação da comunidade e expectativas
A decisão de priorizar qualidade sobre quantidade tem sido recebida com opiniões divididas pelos fãs:
Alguns celebram a mudança, citando lançamentos recentes com problemas técnicos
Outros expressam preocupação com possíveis atrasos em jogos aguardados
Há especulações sobre o impacto nas franquias menores ou nichadas
Muitos questionam como isso afetará a frequência de novos capítulos em séries como Dragon Quest
Especialmente relevante é o caso de Dragon Quest XII, cujo desenvolvimento já se estende por vários anos. A nova política pode significar um refinamento adicional antes do lançamento, mas também um prolongamento do tempo de espera.
Comparação com tendências da indústria
A mudança da Square Enix reflete uma tendência mais ampla na indústria de jogos. Grandes publicadoras como Ubisoft e Electronic Arts também anunciaram recentemente estratégias semelhantes, reduzindo o número de lançamentos anuais para focar em títulos premium.
No entanto, a abordagem japonesa se diferencia em alguns aspectos:
Maior ênfase na preservação da identidade artística dos jogos
Menor dependência de modelos de serviço (games-as-a-service) em comparação com concorrentes ocidentais
Manutenção de equipes internas em vez de terceirização em larga escala
Analistas apontam que essa estratégia pode posicionar a Square Enix de forma única no mercado, especialmente considerando seu catálogo de IPs icônicos. A empresa parece estar buscando um equilíbrio entre a produção ocidental de alto orçamento e a tradição japonesa de desenvolvimento detalhista.
VIA: GamesIndustry.biz
Com informações do: Adrenaline
