O tão aguardado retorno da série Skate não está tendo a recepção que a Electronic Arts esperava. Desde seu lançamento em acesso antecipado na última terça-feira (16), o jogo acumula avaliações mistas na plataforma Steam, com apenas 52% de análises positivas da comunidade de jogadores.

E não se trata de um único problema específico. As críticas se espalham por múltiplos aspectos do jogo, desde questões técnicas até a representação da cultura do skate que muitos fãs consideram essencial para a franquia.
Uma identidade cultural questionada
O que mais me surpreendeu ao ler as análises foi como os jogadores estão reagindo à representação da cultura do skate no jogo. Um usuário chamado #SadboiStabler resume bem esse sentimento: "Não há a cultura do skate aqui. Não há um relance do underground do skate de rua. Essa é a versão diluída e corporativa do que é o skate".
Essa desconexão cultural parece ser um ponto particularmente sensível para a comunidade. Muitos fãs esperavam que o jogo capturasse a essência autêntica do skate de rua, mas o que encontraram foi algo que consideram muito "pasteurizado" para o gosto popular.
Mecânicas e controles sob escrutínio
Além das questões culturais, as mecânicas de jogo também estão recebendo críticas significativas. Jogadores veteranos da série notaram que várias manobras presentes nos títulos anteriores não estão mais disponíveis, o que limita a expressividade e a liberdade que caracterizavam os games originais.

Outro ponto controverso é o sistema de locomoção a pé. Parece irônico, mas em um jogo de skate, os jogadores descobriram que realizar cambalhotas é mais rápido do que andar de skate propriamente dito. Vídeos viralizaram mostrando personagens ganhando velocidades absurdas através dessas acrobacias, superando até mesmo carros no game.
bro what am i even playing rn why is this faster than skating https://t.co/lzLy9nuocG pic.twitter.com/j4hWgNPhOE
— igor. (@hadmyback)
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O dilema da evolução versus tradição
Um dos tensionamentos mais interessantes que observei é como os desenvolvedores precisam balancear inovação com expectativas da comunidade. Por um lado, há quem queira exatamente a mesma experiência dos jogos anteriores; por outro, a EA parece tentar modernizar a fórmula.
Usuários como Lusk8 acusam a Electronic Arts de "não ouvir a comunidade" ao manter elementos como a identidade visual e o sistema de controles que havia apresentado em Betas anteriores, mesmo com o feedback negativo recebido durante esses testes.
No entanto, nem todas as críticas são negativas. Alguns jogadores pedem simplesmente que a publicadora adicione mais elementos de história e expanda o cenário explorável, reconhecendo que a base do jogo tem potencial, mas precisa ser melhor desenvolvida.
Considerando que o título ainda está em desenvolvimento ativo, muitas dessas questões podem ser resolvidas antes do lançamento final. Mas a estreia no acesso antecipado certamente não foi o que a equipe de desenvolvimento esperava.
Fonte: Kotaku
Problemas técnicos e de desempenho
Além das questões de design, os jogadores estão enfrentando uma série de problemas técnicos que comprometem a experiência. Vários usuários reportam crashes frequentes, especialmente durante sessões multiplayer, e problemas de otimização que afetam até mesmo máquinas com configurações robustas.
O que me chamou atenção foi como esses problemas técnicos se conectam com a questão cultural. Um jogador comentou: "Não só o jogo não captura a essência do skate, mas nem sequer funciona direito". Essa combinação de problemas conceituais com falhas técnicas está criando uma tempestade perfeita de insatisfação.
O modelo de negócios sob questionamento
Outro ponto que está gerando bastante discussão é o modelo econômico do jogo. Apesar de estar em acesso antecipado, muitos jogadores já expressaram preocupação com a presença de microtransações e itens cosméticos caros.
Um usuário ironizou: "Parece que a EA quer que eu pague mais por uma roupa virtual do que gastei na prancha real". Essa percepção de que a autenticidade está sendo sacrificada em favor de oportunidades de monetização está se tornando um tema recorrente nas análises.
Curiosamente, alguns defendem que o acesso antecipado é justamente o momento para testar esses modelos, mas a comunidade parece particularmente sensível a qualquer sinal de que a experiência possa ser prejudicada por decisões comerciais.
Comparações inevitáveis com a concorrência
Não dá para ignorar como o sucesso recente de jogos como Skater XL e a série Session está influenciando as expectativas dos jogadores. Muitas análises mencionam explicitamente esses títulos como exemplos de como capturar melhor a autenticidade do skate.
Um comentário que resume bem esse sentimento: "Joguei Session por 200 horas esperando por este momento, e agora me pergunto se valeu a pena esperar". A EA claramente está competindo não apenas com sua própria história, mas com jogos que evoluíram significativamente durante os anos sem a franquia Skate.
After playing Session and Skater XL for years, this new Skate feels like a step backward in terms of realism and physics. The soul is missing. https://t.co/example