O que esperar das novas GPUs AMD com HDMI 2.2
As próximas placas de vídeo da AMD podem trazer uma novidade interessante para quem busca maior desempenho em conectividade: o suporte ao padrão HDMI 2.2. Mas há um porém - segundo vazamentos recentes, a implementação não aproveitará todo o potencial da tecnologia.

A unificação das arquiteturas AMD
Um ponto importante é que a AMD anunciou em setembro do ano passado seus planos de unificar as arquiteturas de GPU para diferentes segmentos. Isso significa que, no futuro, não teremos mais a separação entre RDNA (para placas domésticas) e CDNA (para aceleradores de IA), mas sim uma única arquitetura chamada UDNA.
Mas será que essa mudança já chegará na próxima geração? Alguns especialistas acreditam que ainda podemos ver uma geração RDNA 5 antes da transição completa para UDNA. A dúvida permanece - e isso pode afetar diretamente os recursos oferecidos pelas novas placas.

O que isso significa para os usuários?
Se os rumores estiverem corretos, as GPUs AMD podem ficar um passo atrás da capacidade total do HDMI 2.2. Mas antes de se preocupar, vale considerar:
Mesmo 80Gbps representam um salto significativo em relação às versões anteriores
Placas profissionais (Radeon PRO) podem receber suporte completo ao padrão
A AMD tem histórico de implementar recursos avançados primeiro em suas linhas profissionais
Outra questão em aberto é o suporte ao DisplayPort 2.1b. Enquanto o HDMI 2.2 promete maior largura de banda, o DisplayPort 2.1b focou em melhorar a estabilidade em cabos mais longos mantendo os 80Gbps.
Para quem está planejando upgrades ou montando novos sistemas, vale ficar atento a essas diferenças. Será que para a maioria dos usuários essa limitação fará diferença prática? Ou estamos falando de um recurso que só será realmente necessário em casos muito específicos?
O impacto real nas configurações atuais
Para entender melhor as implicações práticas, é preciso considerar como a maioria dos usuários consome conteúdo hoje. Monitores 8K ainda são raros no mercado consumidor, e mesmo os modelos 4K de alta taxa de atualização (144Hz+) raramente exigem toda a largura de banda que o HDMI 2.2 completo poderia oferecer.
No entanto, há cenários onde esses 16Gbps adicionais fariam diferença:
Configurações multi-monitor com alta resolução e HDR simultâneo
Streaming de jogos em 8K com compressão mínima
Workstations profissionais que lidam com vídeo RAW não comprimido
Curiosamente, a AMD pode estar adotando uma abordagem similar à que vimos com o PCIe 5.0 - implementando o suficiente para atender às necessidades atuais, sem investir nos extremos que poucos usuários aproveitariam. Afinal, quantos de nós realmente esgotamos o potencial do HDMI 2.1 hoje?
O cenário competitivo
Enquanto isso, a NVIDIA parece estar seguindo caminho diferente. Rumores indicam que suas próximas GPUs baseadas na arquitetura Blackwell podem oferecer suporte completo ao HDMI 2.2, incluindo os 96Gbps. Se confirmado, isso criaria uma clara diferenciação entre as abordagens das duas rivais.
Mas será que essa diferença técnica se traduzirá em vantagem real no mercado? A história recente sugere que fatores como preço, eficiência energética e suporte a tecnologias como DLSS/FSR frequentemente pesam mais nas decisões de compra do que especificações teóricas de conectividade.
Vale lembrar que quando o HDMI 2.1 foi lançado, muitas TVs anunciaram suporte ao padrão mas implementaram apenas um subconjunto de seus recursos. A indústria parece ter aprendido com essa experiência, e hoje vemos maior clareza nas especificações técnicas dos produtos.
O ecossistema HDMI 2.2
Implementar o suporte na GPU é apenas parte da equação. Para aproveitar plenamente o HDMI 2.2, toda a cadeia de dispositivos precisa estar preparada:
Cabos certificados para as novas velocidades
Monitores e TVs com chipsets compatíveis
Content providers dispostos a oferecer material que explore esses limites
Além disso, há a questão dos codecs. Mesmo com toda essa largura de banda, a maioria do conteúdo continuará usando compressão - o que levanta dúvidas sobre quando realmente precisaremos transmitir sinais totalmente não comprimidos em configurações domésticas.
Alguns especialistas argumentam que a indústria poderia estar investindo mais em melhorar a eficiência da compressão do que em aumentar continuamente a largura de banda bruta. Afinal, tecnologias como Display Stream Compression (DSC) já permitem transmitir conteúdo 8K HDR em fração da largura de banda necessária para sinais não comprimidos.
O que os fabricantes de monitores dizem
Conversas com representantes da indústria revelam um cenário interessante. Enquanto alguns fabricantes já preparam modelos com suporte completo ao HDMI 2.2, outros adotam uma postura mais conservadora, argumentando que o mercado ainda não demanda esses recursos.
"Para a maioria dos consumidores, o salto de HDMI 2.1 para 2.2 será menos perceptível do que foi de 2.0 para 2.1", comenta um executivo que preferiu não se identificar. "Estamos focando nossos esforços em melhorar qualidade de imagem e taxas de atualização dentro dos limites atuais."
Por outro lado, marcas premium como LG e Samsung parecem estar mais agressivas na adoção do novo padrão, especialmente em suas linhas profissionais e flagships. Será que veremos uma divisão onde apenas produtos de alto custo oferecerão suporte completo, enquanto o mercado mainstream se contenta com implementações parciais?
Com informações do: Adrenaline