Os ports mais frustrantes da história dos jogos

Um port de jogo pode ser a ponte que permite a milhões de jogadores acessarem títulos incríveis em suas plataformas preferidas. Mas quando mal executado, transforma-se em um verdadeiro pesadelo técnico. Alguns ports ficaram marcados na história não por sua qualidade, mas pelos problemas que trouxeram aos jogadores.

O que faz um port ser considerado ruim? Taxas de quadros instáveis, travamentos frequentes, bugs visuais, controles mal adaptados ou simplesmente uma otimização tão pobre que exige hardware muito superior ao necessário. Esses problemas transformam experiências que deveriam ser prazerosas em fontes de frustração.

Batman: Arkham Knight - Quando o Cavaleiro das Trevas virou pesadelo técnico

Batman Arkham Knight com problemas de performance no PC

O caso de Batman: Arkham Knight no PC se tornou emblemático. Lançado em 2015, o jogo apresentava tantos problemas técnicos que a Warner Bros. foi obrigada a retirá-lo temporariamente das lojas digitais. Vazamentos de memória, quedas bruscas de FPS e travamentos constantes - especialmente durante as sequências com o Batmóvel - tornaram a experiência praticamente injogável para muitos.

Mesmo após meses de patches, o desempenho continuou abaixo do esperado em máquinas menos potentes. Curiosamente, a versão para consoles rodava sem maiores problemas, o que só aumentou a frustração dos jogadores de PC.

Dark Souls: Prepare to Die Edition - O verdadeiro chefe final era o port

Dark Souls Prepare to Die Edition com limitações técnicas

A primeira incursão da série Souls no PC foi marcada por limitações técnicas que pareciam vindas de outra era. Travado a 720p e 30 FPS, com texturas de baixa qualidade e suporte precário para mouse e teclado, o port forçava os jogadores a usarem controles - algo que nem todos tinham ou preferiam.

Para piorar, a integração com o Games for Windows Live adicionava uma camada extra de problemas. Foi a comunidade de modders que salvou a experiência, criando soluções como o DSFix que permitiam resoluções maiores e melhorias visuais. Anos depois, o Dark Souls Remastered finalmente trouxe a experiência que os fãs mereciam desde o início.

The Last of Us Part I - Quando a adaptação para PC falhou

The Last of Us Part I com problemas no lançamento para PC

O aclamado The Last of Us Part I chegou ao PC em 2023 com grandes expectativas, mas rapidamente se tornou um exemplo de como não fazer um port. Desenvolvido pela Iron Galaxy Studios (conhecida por ports problemáticos), o jogo sofria com alto consumo de VRAM, travamentos constantes e uma compilação de shaders que podia levar horas.

Os problemas eram tantos que a Naughty Dog precisou intervir diretamente, assumindo o desenvolvimento das correções. Hoje, após diversos patches, o jogo está em estado jogável - mas a má impressão inicial já estava feita.

Silent Hill HD Collection - Quando o remaster é pior que o original

Silent Hill HD Collection com problemas técnicos

O caso da Silent Hill HD Collection é particularmente triste. Lançada para PS3 e Xbox 360 em 2012, a coletânea prometia trazer os clássicos Silent Hill 2 e 3 com gráficos atualizados. O resultado foi um desastre técnico que deixou os fãs perplexos.

O problema central? A Konami não tinha mais acesso ao código-fonte final dos jogos originais. A equipe da Hijinx Studios precisou trabalhar com versões incompletas e cheias de bugs, resultando em uma experiência inferior às versões originais de PS2 em vários aspectos.

Assassin's Creed Unity - O jogo que mudou a Ubisoft

Assassin's Creed Unity com NPCs bugados

Lançado em 2014, Assassin's Creed Unity ficou marcado como um dos lançamentos mais problemáticos da história da Ubisoft. NPCs com animações quebradas, rostos que simplesmente desapareciam, quedas drásticas de performance e uma infinidade de bugs visuais.

O jogo se tornou um marco negativo tão significativo que levou a Ubisoft a abandonar o modelo de lançamentos anuais da franquia, dando mais tempo para desenvolvimento e polimento dos títulos seguintes.

Quantum Break - Quando a ambição superou a execução

Quantum Break com problemas de performance no PC

Quantum Break foi uma aposta ambiciosa da Remedy Entertainment - um jogo que misturava ação com elementos cinematográficos, incluindo até uma série de TV integrada. Mas sua versão para PC, lançada exclusivamente na Windows Store, foi um desastre técnico.

Problemas de performance, resolução dinâmica mal implementada e a exigência de Windows 10 com DirectX 12 limitaram drasticamente o público. Com o tempo, atualizações e uma versão para Steam com suporte a DirectX 11 melhoraram a situação, mas a primeira impressão já havia afastado muitos jogadores.

Grand Theft Auto: The Trilogy – The Definitive Edition - Quando a nostalgia virou decepção

Lançada em 2021 para celebrar os 20 anos da franquia, a trilogia remasterizada de GTA (III, Vice City e San Andreas) foi recebida com uma onda de críticas. Desenvolvida pela Grove Street Games usando técnicas controversas de IA para "melhorar" os modelos 3D, o resultado foi uma coleção de personagens com expressões faciais bizarras, texturas borradas e bugs visuais que não existiam nas versões originais.

Para piorar, a Rockstar removeu as versões clássicas das lojas digitais, forçando os fãs a comprarem a versão problemática. Após meses de correções, a situação melhorou, mas muitos ainda consideram os originais superiores - um raro caso onde o remaster foi pior que os jogos de duas décadas atrás.

Cyberpunk 2077 - O caso que abalou a indústria

Embora não seja tecnicamente um port, o lançamento de Cyberpunk 2077 para PS4 e Xbox One em 2020 merece menção por representar um dos maiores fiascos técnicos da história recente. A CD Projekt Red claramente priorizou as versões para PC e nova geração, deixando os consoles antigos com uma versão praticamente injogável.

NPCs desaparecendo, quedas para 15 FPS em cenas simples, texturas que não carregavam e bugs que quebravam missões principais. A situação foi tão grave que a Sony chegou a remover o jogo da PlayStation Store, e a CDPR ofereceu reembolsos em massa. Dois anos e uma série de patches depois, o jogo finalmente se tornou o que prometia ser - mas o estrago na reputação da empresa já estava feito.

Resident Evil 4 (2005) - O port que quase arruinou um clássico

Antes de se tornar um dos jogos mais portados da história, a primeira versão de Resident Evil 4 para PC em 2005 foi um desastre. Desenvolvido pela SourceNext, o jogo tinha controles de mouse e teclado praticamente inutilizáveis, gráficos inferiores à versão de GameCube e um sistema de mira que ignorava completamente a precisão do mouse.

Os jogadores precisavam de um controle para ter uma experiência minimamente decente - algo que, na época, nem todos os PC gamers tinham. Foi só em 2014, com a versão Ultimate HD Edition, que o jogo recebeu o tratamento que merecia no PC.

Need for Speed: Most Wanted (2012) - Quando o PC foi tratado como console

A versão PC de Need for Speed: Most Wanted (2012) da Criterion Games foi um exemplo clássico de port preguiçoso. Travado a 30 FPS, sem suporte a múltiplos monitores ou resoluções ultrawide, e com menus claramente projetados para serem navegados com um controle.

O que mais irritou os fãs foi que o jogo usava o mesmo motor do Burnout Paradise, que tinha todas essas features no PC. Foi preciso um patch não-oficial da comunidade para desbloquear o framerate e adicionar suporte a comandos básicos que deveriam estar lá desde o início.

Halo: The Master Chief Collection - Como estragar uma compilação perfeita

Quando anunciada em 2014, a Master Chief Collection prometia ser o sonho de todo fã de Halo - seis jogos remasterizados em uma única coleção. Mas o lançamento foi marcado por problemas de matchmaking que tornavam o multiplayer praticamente inacessível, saves corrompidos e bugs gráficos que afetavam até a campanha offline.

A Microsoft levou anos para consertar todos os problemas, mas hoje a coleção é considerada um dos melhores valores do Xbox - uma redenção rara no mundo dos ports problemáticos.

Com informações do: Game Vicio