Geração Z reduz gastos com jogos em 25%
A Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010) está investindo menos em videogames - uma queda de quase 25% nos últimos anos nos EUA, segundo dados do analista Mat Piscatella da Circana. Essa redução é muito mais acentuada do que em outras faixas etárias, onde as quedas foram mínimas.

O que está por trás dessa mudança? Fatores econômicos pesam bastante: custos educacionais elevados, inflação persistente e dificuldades no mercado de trabalho estão forçando os jovens a priorizar necessidades básicas. Como bem colocou Piscatella: "Entre novos jogos e comida, as pessoas (normais) escolherão comprar comida".
Mudanças no mercado e no comportamento
O cenário se complica com alterações no setor de games. Pela primeira vez, vemos consoles tendo seus preços aumentados em vez de caírem, com expectativa de novos reajustes também para jogos. O Nintendo Switch já teve aumento nos EUA, por exemplo.
O comportamento no consumo também está mudando. Geração Z tem preferido experiências como viagens, festivais e shows.
Na Europa, a situação não é diferente. Jovens até 35 anos perderam 8% do poder de compra apenas no último ano, segundo o El Economista. Se olharmos para os últimos 20 anos, o patrimônio líquido dessa faixa etária caiu quase pela metade.
O impacto para a indústria de games
Essa retração preocupa profundamente o mercado de videogames, que sempre teve a Geração Z como seu público principal. Se a tendência continuar, as empresas podem precisar repensar estratégias - desde modelos de preços até o tipo de experiência oferecida.
Será que estamos vendo uma mudança geracional nos hábitos de entretenimento? Ou será apenas uma resposta temporária às condições econômicas adversas?
Fontes: Mat Piscatella/BlueSky e El Economista
Alternativas que estão conquistando os jovens
Enquanto os gastos com jogos tradicionais diminuem, outras formas de entretenimento digital ganham espaço entre a Geração Z. Plataformas como Roblox e Fortnite oferecem experiências sociais combinadas com jogos, muitas vezes com modelos de negócios baseados em itens cosméticos ao invés de compras obrigatórias.
Não podemos ignorar também o crescimento explosivo dos jogos mobile entre esse público. Embora muitos sejam gratuitos, o modelo freemium - onde os jogadores podem optar por compras dentro do aplicativo - parece se alinhar melhor com a realidade financeira dos jovens. Afinal, quem nunca caiu na tentação de comprar aquele skin especial ou pacote de moedas virtuais?
O paradoxo do tempo versus dinheiro
Curiosamente, enquanto o gasto financeiro diminui, o tempo dedicado aos jogos pela Geração Z não apresenta queda significativa. Isso sugere que os jovens estão encontrando maneiras mais econômicas de manter seu hobby - seja através de:
Jogos gratuitos ou com modelos de assinatura acessíveis
Rejogabilidade de títulos já adquiridos
Compartilhamento de contas entre amigos e familiares
Espera por promoções e descontos agressivos
Essa adaptação mostra uma geração que valoriza o entretenimento digital, mas que precisa ser criativa para mantê-lo dentro de seu orçamento apertado. Será que as empresas de games estão percebendo essa nuance?
O futuro dos jogos para a Geração Z
Alguns especialistas argumentam que essa mudança nos padrões de consumo pode forçar a indústria a repensar modelos estabelecidos há décadas. A tradicional fórmula de lançar jogos completos a preços premium (que só caem após anos) pode não fazer mais sentido para um público com menos poder aquisitivo.
Alternativas como:
Modelos de assinatura mais flexíveis
Pagamento por episódios ou conteúdo
Monetização através de microtransações não obrigatórias
Experiências sociais e criativas além do gameplay tradicional
podem se tornar cada vez mais comuns. Afinal, quando o orçamento é limitado, os jogadores tendem a ser muito mais seletivos com seus gastos. E isso pode significar uma mudança radical na forma como os jogos são concebidos e comercializados.
Outro fator que não pode ser ignorado é o envelhecimento natural da base de jogadores. À medida que a Geração Z entra no mercado de trabalho e estabiliza suas finanças, será que veremos uma recuperação nos gastos com games? Ou será que os hábitos formados durante esses anos de restrição financeira persistirão mesmo com maior poder aquisitivo?
Com informações do: Adrenaline