Onimusha 2: Samurai’s Destiny chega com remasterização polêmica
A Capcom está prestes a relançar Onimusha 2: Samurai’s Destiny, um dos clássicos da era PlayStation 2, agora com gráficos em HD e controles modernizados. O jogo chega em 23 de maio para PlayStation 4, Xbox One, Nintendo Switch e PC, mas as primeiras análises da imprensa especializada mostram opiniões bastante divididas.

Nos principais agregadores de críticas, o jogo mantém uma média moderada: 76 no Metacritic (baseado em 26 análises) e 75 no OpenCritic (considerando 46 análises). Mas o que realmente importa é o que os críticos estão dizendo por trás desses números?
O que a crítica está dizendo
As avaliações variam desde elogios entusiasmados até críticas severas. A Game Rant deu uma nota generosa de 80/100, chamando a remasterização de "uma homenagem digna ao original" que serve como "ótimo aperitivo para o retorno da série".
Por outro lado, a IGN Itália foi bem mais dura, atribuindo apenas 55/100 e criticando a abordagem "excessivamente conservadora" da Capcom: "Mais um port com conteúdo extra do que uma verdadeira remasterização", escreveram.
Stephan Adamus do COGconnected parece ter tido uma experiência mais positiva, dando 85/100 e declarando o jogo como "um dos meus favoritos deste ano", apesar de reconhecer problemas como "ângulos de câmera frustrantes" e "dublagem ruim".

Já a PC Gamer ficou no meio do caminho com 65/100, argumentando que o jogo "representa os princípios de design de uma era passada, muitas vezes para pior". Uma crítica que parece refletir o desafio de modernizar um clássico sem perder sua essência.
O que esperar do jogo
Para quem não conhece a franquia, Onimusha 2 coloca os jogadores no papel de Yagyu Jubei em uma aventura pelo Japão feudal, com intensas batalhas de espadas e um sistema de contra-ataques críticos chamado "issen". A versão remasterizada inclui:
Gráficos em alta definição
Controles modernizados
Idiomas adicionais baseados no roteiro original
Mas será que essas atualizações são suficientes para conquistar tanto os fãs nostálgicos quanto novos jogadores? As análises sugerem que a resposta pode depender muito do que cada pessoa espera de uma remasterização.
Comparação com o original e outras remasterizações
Quando colocamos lado a lado o Onimusha 2 original e esta nova versão, as diferenças ficam mais evidentes. Enquanto os modelos de personagens receberam um upgrade significativo, alguns elementos do cenário mantêm texturas de baixa resolução que contrastam com o resto do ambiente. É uma abordagem que lembra a polêmica remasterização de GTA: The Trilogy, embora com resultados técnicos mais consistentes.
Curiosamente, a Capcom optou por não seguir o mesmo caminho de seu próprio Resident Evil 4 Remake, que reconstruiu o jogo do zero. Em vez disso, esta versão de Onimusha 2 se aproxima mais do trabalho feito em Devil May Cry HD Collection, focando em melhorias visuais incrementais sem alterar a jogabilidade central.

O sistema de combate no contexto atual
O combate de Onimusha 2, que já foi revolucionário em 2002, hoje parece um tanto engessado para os padrões modernos. O sistema de "issen" - que recompensa ataques precisos no momento certo - ainda é satisfatório, mas a falta de liberdade de movimento e os ângulos de câmera fixos podem frustrar jogadores acostumados com títulos como Ghost of Tsushima ou Sekiro.
Alguns críticos apontam que a Capcom poderia ter implementado um sistema de câmera alternativo, como fez na remasterização de Resident Evil. "É uma oportunidade perdida", comenta o editor da Eurogamer. "Manter a câmera original sem opções alternativas vai afastar parte do público moderno."
Por outro lado, os fãs mais puristas defendem que essas limitações fazem parte da identidade do jogo. "Onimusha sempre foi sobre posicionamento estratégico e timing perfeito, não sobre movimentos livres", argumenta um usuário no Reddit que já completou o original mais de dez vezes.
O mercado de remasterizações em 2025
O lançamento de Onimusha 2 ocorre em um momento interessante para o mercado de remakes e remasterizações. Enquanto alguns estúdios investem em reconstruções completas (como o recente Metal Gear Solid Δ: Snake Eater), outros preferem abordagens mais conservadoras.
Abordagem premium: Reconstruções completas como Final Fantasy VII Remake
Meio-termo: Atualizações visuais com algumas mecânicas modernizadas, caso de Demon's Souls
Preservação: Ports fiéis com melhorias mínimas, como esta versão de Onimusha 2
A Capcom parece estar testando diferentes abordagens - enquanto Resident Evil recebe tratamentos premium, franquias como Onimusha e Dino Crisis ficam com remasterizações mais modestas. Será que essa estratégia dividida está funcionando? Os números de vendas nas próximas semanas podem trazer a resposta.
O legado da série Onimusha
Para entender as reações mistas à remasterização, vale lembrar o lugar especial que Onimusha ocupa na história dos games. O primeiro título foi um dos pioneiros no uso de gráficos pré-renderados em 3D, técnica que a Capcom dominava desde Resident Evil. Onimusha 2, lançado em 2002, expandiu o universo com múltiplos personagens jogáveis e um sistema de relações mais complexo.
"Há uma expectativa diferente quando se trata de relançar jogos da era PS2", explica o historiador de games Simon Parkin. "Enquanto títulos mais antigos ganham um charme nostálgico, games dessa geração muitas vezes parecem apenas... velhos, sem o apelo retrô dos pixels ou o impacto dos primeiros 3D."
Com informações do: Adrenaline