NVIDIA entra no setor de energia nuclear com investimento em reatores modulares
A NVIDIA está diversificando seus investimentos de forma surpreendente. Através do seu fundo NVentures, a gigante das GPUs se juntou à TerraPower, empresa fundada por Bill Gates, em uma rodada de financiamento de US$ 650 milhões que também incluiu a coreana HD Hyundai.
O foco? Desenvolver reatores nucleares modulares de última geração (SMRs) especificamente para alimentar data centers de inteligência artificial. Parece que a corrida por energia limpa e estável se tornou tão importante quanto o desenvolvimento de novos chips.

O projeto Natrium: inovação em energia nuclear
O primeiro reator Natrium da TerraPower já está em construção em Wyoming, EUA, com previsão de operação comercial até 2030. O que torna esse projeto especial?
Utiliza sódio líquido como agente de resfriamento
Capacidade de 345 megawatts
Sistema de armazenamento térmico em sal fundido que pode fornecer até 1 GigaWatt em horários de pico
"O futuro da IA depende tanto de energia quanto de algoritmos. Ter acesso a energia limpa, estável e escalável é o novo desafio da computação de alto desempenho"
Jensen Huang, CEO da NVIDIA
Mas nem tudo são flores - o projeto ainda aguarda aprovação da Comissão Reguladora Nuclear (NRC), que só deve sair em 2026. Você acredita que a burocracia pode atrasar essa revolução energética?
As Big Techs na corrida pela energia nuclear
A NVIDIA não está sozinha nessa jornada. Oracle, Microsoft, Google e Amazon também estão investindo pesado em soluções energéticas próprias:
Oracle: autorização para instalar três reatores modulares (1 GigaWatt combinado)
Google: acordo com Kairos Power para sete SMRs
Microsoft: planos para reativar o reator de Three Mile Island
Amazon: investimentos em três empresas do setor, duas delas nucleares

E não é para menos - estima-se que supercomputadores em escala zettascale possam consumir até meio gigawatt, energia suficiente para abastecer 375 mil residências. Quando você pensa no crescimento da IA, já imaginava que o maior desafio seria energético?
Por que a energia nuclear virou prioridade?
Mark Zuckerberg recentemente afirmou que, após a normalização do fornecimento de GPUs, o acesso à energia se tornou o novo limitador para o crescimento da IA. Alguns fatores que explicam essa corrida:
Instabilidade das redes elétricas convencionais
Altos custos de energia em regiões densamente povoadas
Demanda crescente por soluções limpas e sustentáveis
Necessidade de fornecimento constante para operações críticas
E você, acha que a energia nuclear é realmente a solução para os data centers do futuro, ou as empresas deveriam focar em outras fontes renováveis?
Os desafios da energia nuclear para data centers
Apesar do entusiasmo das gigantes de tecnologia, a adoção de energia nuclear para data centers não está livre de obstáculos. O principal? A percepção pública sobre segurança nuclear, que ainda carrega o estigma de acidentes históricos como Chernobyl e Fukushima. Mas os defensores argumentam que os reatores modulares representam uma nova geração muito mais segura.
Outro ponto crítico é o tempo de implementação. Mesmo com os avanços em SMRs, construir e licenciar uma usina nuclear ainda leva anos - um desafio para empresas acostumadas com ciclos de inovação medidos em meses. Será que o setor de tecnologia terá paciência para esperar?

Alternativas energéticas em disputa
Enquanto a NVIDIA e outras apostam na nuclear, algumas empresas estão explorando caminhos diferentes. A Meta, por exemplo, tem investido pesado em parques eólicos e solares combinados com sistemas de armazenamento em baterias de última geração. E os resultados são promissores:
Redução de 80% nas emissões de carbono em seus data centers europeus
Preços de energia 40% menores que a média do mercado
Tempo de implementação 3x mais rápido que projetos nucleares
Mas há um porém: a intermitência. Dias sem vento ou nublados ainda representam um desafio para essas soluções. Será que a combinação de nuclear com renováveis pode ser a resposta ideal?
O impacto geopolítico da corrida energética
Essa disputa por energia está redesenhandoo o mapa tecnológico global. Países com legislação nuclear favorável, como Canadá e Reino Unido, estão se tornando hotspots para novos data centers. Enquanto isso, regiões com restrições podem ficar para trás na era da IA.
Alguns especialistas alertam para um possível "colonialismo energético", onde grandes empresas de tecnologia dominariam recursos energéticos essenciais em detrimento das populações locais. Você acredita que esse risco é real, ou os benefícios econômicos superam as preocupações?
Inovações além dos reatores tradicionais
O investimento da NVIDIA também sinaliza interesse em tecnologias ainda mais revolucionárias. A fusão nuclear, por exemplo, está recebendo atenção crescente:
Startups como Helion Energy (apoiada pela OpenAI) prometem fusão comercial até 2028
O MIT desenvolveu um reator de fusão compacto usando supercondutores de alta temperatura
A China anunciou avanços em seu reator EAST, alcançando temperaturas de 100 milhões de graus
Mas com tantas promessas não cumpridas ao longo das décadas, será que dessa vez a fusão nuclear está realmente próxima de se tornar realidade?

O custo oculto da energia para IA
O que muitas vezes passa despercebido nessa discussão é como os custos energéticos podem impactar o acesso à tecnologia. Se treinar modelos como o GPT-5 exigir dezenas de gigawatts, isso pode:
Concentrar o desenvolvimento de IA nas mãos de poucas empresas
Aumentar significativamente o custo de serviços baseados em IA
Criar disparidades regionais no acesso a tecnologia avançada
Alguns pesquisadores já falam em "desigualdade algorítmica" - onde países com menor acesso a energia limpa e barata ficariam excluídos da revolução da IA. Como equilibrar progresso tecnológico com equidade energética?
Com informações do: Adrenaline