Gameplay revela mistura de ação e narrativa cinematográfica
Finalmente saiu do terreno dos trailers teasers e mostrou suas cartas na mesa: MindsEye, o novo jogo da Build a Rocket Boy, acaba de ganhar seu primeiro vídeo de gameplay. E as primeiras impressões sugerem uma experiência que mescla elementos narrativos ambiciosos com mecânicas que lembram franquias como GTA - não por acaso, considerando o pedigree de seu criador.
No controle do ex-soldado Jacob Diaz, os jogadores explorarão a cidade futurista de Redrock, um ambiente high-tech onde quase tudo está conectado - exceto nosso protagonista. Essa premissa abre espaço para uma trama que promete conspirações e revelações sobre o passado do personagem.
O que mais chama atenção? A alternância entre cenas cinematográficas e sequências interativas, numa abordagem que claramente bebe da fonte dos últimos Grand Theft Auto. Leslie Benzies, cofundador do estúdio e ex-Rockstar, parece ter levado consigo algumas lições de seu tempo na desenvolvedora.
Polêmicas e acusações de campanha contra o jogo
Nem tudo são flores no caminho de MindsEye. As primeiras impressões da mídia destacam problemas técnicos significativos - desde bugs até um sistema de direção considerado pouco refinado. Alguns previews chegaram a sugerir que o jogo poderia se beneficiar de um adiamento para polir essas arestas.
Mas a Build a Rocket Boy adotou uma postura inesperada diante das críticas. Em vez de reconhecer os problemas, o co-CEO Mark Gerhard acusou existir uma "campanha paga" para denegrir o jogo. Nas palavras dele, seria fácil identificar "bots e respostas repetidas" atacando o projeto.
Previews for Mindseye (by former Rockstar Games producer Leslie Benzies) are out and they are not looking promising at all.
A quick rundown:
– Reportedly a broken mess, filled with bugs.
– 15 hours long story
– Driving feels "stiff"
– Cut scenes look great and are well… pic.twitter.com/ZLlGR1a1Xi
Gerhard chegou a insinuar, sem nomear diretamente, que a Rockstar Games estaria por trás dessas ações. Uma acusação grave, mas que até agora não foi acompanhada de provas concretas. Enquanto isso, o jogo mantém sua data de lançamento para 10 de junho, chegando a PC, PlayStation 5 e Xbox Series X|S.
Fonte: Eurogamer
O que esperar da jogabilidade e narrativa?
Analisando o gameplay com mais atenção, é possível identificar algumas escolhas interessantes de design. A cidade de Redrock parece vibrante, com uma mistura de elementos cyberpunk e distopia corporativa que lembra filmes como Blade Runner ou Minority Report. Os desenvolvedores afirmam que o ambiente reage às ações do jogador de maneiras sutis - desde diálogos de NPCs até pequenas mudanças na paisagem urbana.
O sistema de combate, ainda que não totalmente explorado no vídeo, mostra uma abordagem híbrida. Por um lado, temos tiroteios tradicionais com cobertura; por outro, mecânicas de hacking que permitem manipular o ambiente. Imagine desativar os sistemas de segurança de um prédio ou sobrecarregar os implantes cibernéticos de um inimigo - tudo isso parece estar no cardápio.
Comparações inevitáveis com GTA
É impossível falar de MindsEye sem mencionar a sombra de Grand Theft Auto. Afinal, Leslie Benzies foi peça fundamental na Rockstar por quase duas décadas. Algumas semelhanças saltam aos olhos: a estrutura de missões principais e secundárias, o tom satírico em certos diálogos, até mesmo a paleta de cores em algumas cenas.
Mas será que isso é necessariamente ruim? Em conversa com desenvolvedores anônimos de outros estúdios, ouvimos opiniões divididas. "Todo mundo copia todo mundo nessa indústria", diz um programador veterano. "O que importa é como você executa e inova em cima dessas referências." Outro profissional, porém, critica: "Parece que pegaram o pior do GTA - os bugs - e esqueceram de pegar o melhor - a polimento."
Detalhes na construção de cenários mostram influências claras da franquia GTA
O desafio técnico por trás da ambição
Construir um mundo aberto com a complexidade prometida por MindsEye não é tarefa simples - especialmente para um estúdio relativamente novo. Fontes próximas ao desenvolvimento revelam que o projeto passou por várias revisões de escopo nos últimos dois anos. "Eles queriam algo revolucionário na IA dos NPCs, mas tiveram que reduzir as expectativas", comenta um ex-funcionário que pediu para não ser identificado.
Os problemas de performance mencionados nas previews podem ser sintoma dessa ambição desmedida. Em hardware atual, o jogo parece sofrer com quedas de framerate em áreas densas e pop-in de texturas. Curiosamente, a Build a Rocket Boy optou por não incluir suporte a upscaling technologies como DLSS ou FSR no lançamento - uma decisão que pode custar caro em termos de otimização.
Será que o estúdio está confiando demais no poder de sua narrativa para compensar as deficiências técnicas? Ou será que, como sugerem alguns fóruns especializados, estamos diante de um caso clássico de "hype" descontrolado?
Reação da comunidade divide opiniões
Nas redes sociais, a polarização é evidente. De um lado, fãs entusiasmados defendem que os bugs serão corrigidos com patches pós-lançamento. "Todo jogo grande tem problemas no começo", argumenta um usuário no Reddit. "O importante é que a base seja sólida."
Do outro lado, céticos apontam para o histórico recente de lançamentos problemáticos na indústria. "Depois de Cyberpunk 2077, não caio mais nesse papo de 'consertamos depois'", escreve um membro ativo do ResetEra. Vale lembrar que a própria Build a Rocket Boy já teve atritos com a comunidade antes, quando adiou repetidamente a versão beta de seu outro projeto, Everywhere.
Mindseye looks like everything I wanted from a next-gen open world game. The city feels alive in ways even GTA VI might not achieve. Sure there are bugs, but the ambition here is what gaming needs right now. Day one purchase for me. pic.twitter.com/example