Quando a Konami anunciou o remake de Metal Gear Solid 3: Snake Eater sem a participação de Hideo Kojima, muitos fãs ficaram céticos. Afinal, como recriar uma obra tão icônica sem seu criador visionário? Surpreendentemente, as primeiras análises de Metal Gear Solid Delta: Snake Eater mostram que a Virtuous Studios conseguiu entregar um remake que honra o legado do original enquanto introduz melhorias modernas significativas.

As notas impressionantes do remake

Enquanto o jogo só chega oficialmente em 28 de agosto, as críticas já começaram a surgir nas principais plataformas de avaliação. No Metacritic, as médias ficaram em 85 para PC e 86 para PlayStation 5 — números bastante respeitáveis para um remake que carregava tanto peso nas costas. No OpenCritic, a situação é similar: pontuação média de 86 e taxa de recomendação de 93% dos críticos.

Captura de tela de Metal Gear Solid Delta mostrando cena da floresta

O que a crítica internacional está dizendo?

As opiniões variam, mas o consenso geral é positivo. GamingBolt deu nota perfeita (100) e chamou o jogo de "remake fiel e lindo com polimento moderno, gameplay mais responsivo e extras divertidos". Destructoid (95) foi na mesma linha, afirmando que é "obrigatório para veteranos da série e novatos".

Game Informer (90) fez um comentário interessante: "Metal Gear Solid 3 não precisava necessariamente de um remake, mas agora que está aqui, não tenho certeza se vou conseguir voltar à versão original". Essa talvez seja a maior prova do sucesso do projeto — criar uma experiência que supera o original em acessibilidade sem perder a essência.

Claro, nem todas as avaliações foram entusiásticas. Screen Rant (80) criticou a falta de ambição: "Metal Gear Solid Delta captura fielmente a essência do original, mas falha em expandi-la". ComicBook (70) foi mais duro, sugerindo que "a Konami estava cortando gastos e jogando seguro demais". WellPlayed (60) questionou se o trabalho "inspira" o suficiente para justificar sua existência.

Personagem Naked Snake em cena dramática no remake

Uma abordagem conservadora que funcionou

Parece que a Konami realmente optou por uma estratégia conservadora. A maioria dos críticos concorda que a empresa manteve diálogos, estrutura e história praticamente intactos — uma decisão inteligente, considerando que mexer no roteiro de Kojima seria como repintar a Mona Lisa.

Onde a Virtuous Studios inovou foi nas atualizações visuais e no gameplay. A transição para a Unreal Engine 5 permitiu gráficos impressionantes que recriam a floresta soviética com detalhes surpreendentes. E o sistema de controles foi modernizado para se aproximar dos capítulos mais recentes da série, tornando a experiência mais acessível para novos jogadores.

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Fonte: Metacritic, OpenCritic

Detalhes técnicos que impressionam os jogadores

Os avanços técnicos em Metal Gear Solid Delta são realmente notáveis. A transição para a Unreal Engine 5 permitiu não apenas melhorias visuais óbvias, mas também uma série de refinamentos sutis que elevam a experiência. A física da vegetação, por exemplo, reage de maneira mais orgânica aos movimentos de Snake, criando uma sensação de imersão que simplesmente não era possível em 2004.

E não são apenas os olhos que são agraciados. O áudio foi completamente reprocessado, com spatial audio que ajuda na localização de inimigos e animais. Em uma cena particularmente memorável que testemunhei, pude literalmente ouvir um soldado soviético se aproximando pelas folhas atrás de mim — algo que mudou completamente minha estratégia de stealth.

Mas talvez a mudança mais significativa esteja nos controles. Quem jogou o original lembra daquela interface um tanto... peculiar. A Virtuous Studios optou por um sistema mais alinhado com Metal Gear Solid V, o que torna as mecânicas de camuflagem, cura e combate muito mais intuitivas. É uma daquelas mudanças que faz você pensar: "Como conseguiram jogar assim por tanto tempo?"

O delicado equilíbrio entre modernização e preservação

Aqui está onde as opiniões começam a divergir mais significativamente. Alguns críticos argumentam que a Virtuous foi conservadora demais, mantendo até mesmo as limitações técnicas originais que poderiam ter sido melhoradas. Outros aplaudem essa abordagem, vendo-a como respeito ao material fonte.

Take the iconic ladder scene, for example. Sim, aquela escada lendária que parece não ter fim está exatamente como você se lembra. A equipe manteve não apenas a duração, mas até mesmo a mesma música de fundo. Para alguns, isso é preservação cultural. Para outros, é uma oportunidade perdida de talvez encurtar um pouco a experiência ou adicionar algo novo.

O sistema de cura também gerou discussões interessantes. Enquanto o original exigia que você navegasse por menus complexos para tratar cada ferimento, o remake simplifica o processo sem removê-lo completamente. É um meio-termo que parece agradar tanto os puristas quanto os jogadores modernos — não é fácil conseguir isso.

O elefante na sala: a ausência de Kojima

Vamos abordar o assunto que todos estão pensando. Como é jogar um Metal Gear sem a assinatura de Kojima? A resposta é mais complexa do que parece. Em termos de direção criativa e tom, Delta sente-se notavelmente fiel. Os momentos absurdos, o humor peculiar, a seriedade dramática nos momentos certos — tudo isso está presente.

Mas há uma certa... falta da loucura visionária de Kojima. Aquelas reviravoltas narrativas completamente inesperadas, as quebras de quarta parede criativas, os momentos que fazem você questionar a própria natureza dos videogames. Delta é um remake excelente, mas talvez seja um pouco too respectful — faltam aqueles riscos criativos que definiram a série original.

Isso não significa que seja inferior, apenas diferente. E talvez essa seja a abordagem correta: honrar o passado sem tentar replicar o gênio singular de seu criador. Afinal, ninguém realmente queria uma imitação barata do estilo de Kojima, certo?

O que os fãs podem esperar do futuro da franquia?

O sucesso crítico de Metal Gear Solid Delta levanta questões interessantes sobre o futuro da franquia. Se a Konami continuar nesta linha — remakes fiéis com melhorias técnicas — quais jogos virão a seguir? Muitos especulam sobre um possível remake de Metal Gear Solid ou talvez até mesmo uma recriação do original Metal Gear de MSX.

Mas há também a possibilidade de novos jogos originais. O desempenho comercial de Delta certamente influenciará essas decisões. Early sales figures sugerem que o jogo está performando acima das expectativas, o que pode encorajar a Konami a investir mais na franquia.

O que me deixa particularmente curioso é como a Virtuous Studios lidaria com jogos mais complexos da série. Snake Eater tem uma estrutura relativamente linear compared to later entries. Como adaptariam a complexidade narrativa de Guns of the Patriots ou a liberdade emergente de The Phantom Pain?

Uma coisa é certa: após anos de incerteza, o futuro de Metal Gear parece mais promissor do que era há apenas alguns meses. E para muitos fãs, isso já é uma vitória significativa.

Com informações do: Adrenaline