Enquanto o adiamento de GTA VI dominou as manchetes dos jogos na última semana, outro título altamente antecipado também recebeu más notícias sobre seu cronograma de lançamento. Marvel 1943: Rise of Hydra, o próximo jogo da Skydance Games ambientado no universo da Marvel durante a Segunda Guerra Mundial, foi oficialmente adiado para além do início de 2026.

O anúncio do adiamento
A Skydance Games confirmou o adiamento através de um comunicado no Twitter, explicando que a decisão foi tomada para garantir que possam entregar sua visão completa para o jogo. "O time está trabalhando duro para criar algo realmente especial, e estamos ansiosos para compartilhar mais com vocês conforme o desenvolvimento avança", afirmou a desenvolvedora.
O que me surpreende é que, diferentemente de GTA VI que tinha uma data específica de maio de 2026, Marvel 1943: Rise of Hydra nunca recebeu um dia exato para lançamento. A desenvolvedora havia prometido apenas uma janela de "início de 2026", que agora foi expandida para "além do começo" do próximo ano. Isso sugere que podemos estar olhando para um lançamento no segundo semestre de 2026, ou talvez até mais tarde.
O que sabemos sobre Marvel 1943: Rise of Hydra
Desenvolvido pela Skydance New Media, o jogo promete levar os jogadores para uma Paris ocupada durante a Segunda Guerra Mundial, onde o Capitão América (Steve Rogers) precisa colaborar com personagens como Gabriel Jones do Comando Selvagem e Nanali, uma espiã de Wakanda, para derrotar as forças da Hydra.
Um dos aspectos mais interessantes, na minha opinião, é a inclusão de Azzurri, o avô de T'Challa que vestia o manto do Pantera Negra em uma época onde Wakanda ainda era essencialmente desconhecida do mundo exterior. Essa abordagem histórica oferece uma perspectiva fresca para o universo Marvel nos games.
O legado criativo por trás do jogo
Marvel 1943: Rise of Hydra marca o retorno da roteirista Amy Hennig, que não trabalha em um projeto desde Battlefield Hardline em 2015. Hennig é praticamente uma lenda na indústria - ela foi a mente criativa por trás das franquias Legacy of Kain e, mais notavelmente, escreveu os três primeiros jogos da aclamada série Uncharted.
Ter alguém com a experiência de Hennig liderando a narrativa é um sinal promissor para a qualidade da história. Em minha experiência, jogos com roteiristas talentosos tendem a oferecer experiências mais memoráveis, mesmo quando enfrentam desafios de desenvolvimento.
Além do talento narrativo, o jogo também promete se destacar tecnicamente. Baseado na Unreal Engine 5, Marvel 1943: Rise of Hydra já chamou a atenção da própria Epic Games devido ao uso avançado de tecnologias que garantem maior realismo e expressividade facial aos personagens.
O adiamento, embora frustrante para os fãs, pode ser uma decisão sábia considerando as ambições técnicas e narrativas do projeto. Às vezes, dar mais tempo para a equipe de desenvolvimento pode fazer a diferença entre um jogo bom e um jogo excepcional.
Fonte: Eurogamer
O impacto dos adiamentos na indústria dos games
O que me chamou atenção nessa situação foi como o adiamento do Marvel 1943: Rise of Hydra passou quase despercebido em meio ao burburinho sobre GTA VI. E isso revela algo interessante sobre nossa indústria: tendemos a focar nos gigantes enquanto projetos igualmente ambiciosos, mas de estúdios menores, enfrentam desafios sem o mesmo holofote. Na verdade, acho que isso pode ser uma vantagem para a Skydance - menos pressão pública significa mais liberdade criativa.
Mas vamos falar sobre o que realmente importa: por que tantos jogos estão sendo adiados ultimamente? Em conversas com desenvolvedores que conheço, ouço relatos consistentes sobre a complexidade crescente dos projetos. A transição para a Unreal Engine 5, por exemplo, exige um período de adaptação que muitos subestimam. E quando você combina isso com as expectativas cada vez mais altas dos jogadores em termos de qualidade gráfica e profundidade narrativa, o resultado é quase inevitável: mais tempo de desenvolvimento.
As particularidades do desenvolvimento com a Unreal Engine 5
O uso da Unreal Engine 5 no Marvel 1943: Rise of Hydra não é apenas uma escolha técnica - é uma declaração de ambição. A engine oferece ferramentas como Lumen para iluminação global em tempo real e Nanite para geometria virtualmente ilimitada, mas dominá-las requer tempo. E quando você está contando uma história com personagens icônicos como Capitão América e Pantera Negra, a pressão para acertar nos detalhes visuais é imensa.
Lembro-me de uma conversa com um desenvolvedor que trabalhou em um projeto similar. Ele mencionou que criar expressões faciais realistas apenas para cutscenes pode consumir meses de trabalho. Agora imagine isso combinado com mecânicas de gameplay inovadoras e um mundo aberto detalhado? O cronograma rapidamente se expande.
O que mais me impressiona é que a Skydance está tentando algo genuinamente novo aqui. Não se trata apenas de mais um jogo de super-heróis, mas de uma reinterpretação histórica do universo Marvel. E histórias bem contadas demandam tempo - especialmente quando você tem Amy Hennig no comando, alguém conhecida por sua meticulosidade narrativa.
O contexto histórico como diferencial criativo
A escolha do período da Segunda Guerra Mundial é particularmente interessante. Diferente de muitos jogos da Marvel que se passam no presente, 1943 oferece uma tela praticamente virgem para explorar. Como seria o Capitão América em seus primeiros dias? Como Wakanda operava quando ainda era um segredo para o mundo? Essas perguntas abrem possibilidades narrativas fascinantes.
E não se trata apenas de cenário histórico - a inclusão de Azzurri como Pantera Negra sugere que veremos as origens de muito do que conhecemos no universo Marvel moderno. Em minha opinião, essa abordagem pode ser mais gratificante do que simplesmente repetir fórmulas já estabelecidas. Afinal, quantas vezes podemos salvar Nova York antes que a experiência se torne repetitiva?
O que me preocupa, porém, é o timing de lançamento. Com tantos adiamentos acontecendo simultaneamente, 2026 pode se tornar um ano absurdamente competitivo. E para um jogo que depende tanto de sua narrativa, ser lançado na mesma janela que titãs como GTA VI poderia ser complicado. Talvez o adiamento seja estratégico nesse sentido também.
O retorno de Amy Hennig e o peso das expectativas
Falando em narrativa, não podemos subestimar o significado do retorno de Amy Hennig. Após quase uma década afastada de projetos de grande escala, sua volta representa mais do que apenas um nome no crédito - é um sinal de que a Skydance leva a sério a qualidade da história. E isso é refrescante em uma indústria onde muitas vezes a narrativa parece ser tratada como secundária.
Mas essa reputação também cria expectativas enormes. Fãs de Uncharted e Legacy of Kain esperam um certo padrão de escrita, e atender a essas expectativas enquanto se trabalha com propriedade intelectual da Marvel deve ser um desafio considerável. Às vezes me pergunto se é mais difícil trabalhar com IPs estabelecidos ou criar algo completamente original.
O que aprendi acompanhando a carreira de Hennig é que ela tem um talento especial para desenvolver personagens complexos dentro de estruturas narrativas sólidas. E no contexto da Segunda Guerra Mundial, com todas suas nuances morais e dilemas éticos, esse talento pode brilhar especialmente. Talvez o adiamento seja necessário justamente para polir esses aspectos da história.
Enquanto aguardamos mais notícias, vale a pena considerar que adiamentos, embora frustrantes, raramente são arbitrários. Eles refletem o compromisso de entregar uma experiência completa e polida. Na era dos day-one patches e lançamentos apressados, há algo a ser dito sobre estúdios que priorizam a qualidade sobre prazos artificiais.
Com informações do: Adrenaline











