Um documento de transporte recente trouxe à tona informações sobre o aguardado processador Intel Nova Lake-S, confirmando especificações impressionantes que incluem uma configuração de até 52 núcleos. Esta não é a primeira vez que o modelo aparece em vazamentos, mas a documentação oficial do NBD parece dar mais credibilidade aos rumores que circulam desde junho.
O que revela o documento de transporte
O manifesto de transporte menciona especificamente duas variantes do Nova Lake-S: uma com 52 núcleos e outra com 28 núcleos, que já havia aparecido em vazamentos anteriores. O que mais chama atenção é que essas informações corroboram com um vazamento do insider chi11eddog, que em junho revelou o que seria toda a linha Nova Lake-S disponível no lançamento.

Se as especificações estiverem corretas – e cada novo vazamento parece fortalecer essa possibilidade – o topo de linha com 52 núcleos utilizará uma arquitetura híbrida composta por 16 núcleos de performance (P-Cores), 32 núcleos de eficiência (E-Cores) e mais 4 núcleos de baixo consumo (LP-Cores), tudo isso dentro de um TDP de 150W. Curiosamente, todos os modelos dessa geração devem vir com esses 4 núcleos LP, o que me faz pensar em como a Intel está otimizando o consumo energético em diferentes cenários de uso.
Compatibilidade e socket LGA-1954
O documento também traz informações importantes sobre o socket LGA-1954, confirmando suas dimensões como 45 x 37,5mm – exatamente o mesmo tamanho do atual LGA-1851 usado pelos processadores Arrow Lake-S. Agora, isso não significa que os processadores serão compatíveis entre os sockets, mas sim que provavelmente os coolers serão.

Isso é particularmente interessante porque em maio já tínhamos um vazamento sugerindo que os usuários poderiam reaproveitar seus coolers do LGA-1851 no novo socket. Parece que a Intel está aprendendo com erros passados e priorizando a compatibilidade de acessórios, o que é excelente para quem planeja upgrades futuros. Afinal, ninguém gosta de ter que comprar um cooler novo a cada geração de processador.
Roadmap e expectativas para 2026
A série Nova Lake-S está programada para marcar a estreia do processo de 18A da Intel em CPUs para desktop em 2026, depois que a tecnologia aparecer nos Panther Lake para notebooks. A movimentação em documentos de transporte sugere que o roadmap está seguindo conforme planejado, então é provável que comecemos a ver informações sobre amostras de engenharia até o final deste ano.
Mas aqui está uma questão que me deixa pensativo: qual será o nome comercial desses produtos? Eles chegarão depois não apenas dos Panther Lake, mas também de um refresh na série Arrow Lake. A Intel precisa acertar na naming scheme para não confundir ainda mais os consumidores.
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Via: VideoCardz
Arquitetura híbrida e os 4 núcleos LP: uma jogada inteligente?
A inclusão desses 4 núcleos de baixo consumo em todos os modelos Nova Lake-S me faz questionar: será que a Intel está finalmente levando a sério a eficiência energética em desktop? Nos últimos anos, vimos a empresa focar tanto no desempenho bruto que às vezes parece ter negligenciado o consumo. Esses núcleos LP poderiam ser a chave para manter funcionalidades básicas do sistema sem acordar os núcleos principais, economizando energia significativamente durante tarefas ociosas ou leves.
Imagine você trabalhando com planilhas ou navegando na web enquanto o processador mantém apenas os núcleos LP ativos. O consumo cairia drasticamente comparado aos modelos atuais. E quando você precisar de poder de processamento, os P-Cores e E-Cores entrariam em ação instantaneamente. É uma abordagem que já funciona bem em notebooks, mas em desktops seria revolucionária.
O que me deixa curioso é como o sistema operacional vai gerenciar essa transição entre os diferentes tipos de núcleos. Será que teremos problemas de latência? A Microsoft já demonstrou interesse em otimizar o Windows para arquiteturas híbridas, mas ainda há muito o que melhorar.
O processo de 18A: a grande aposta da Intel
Não podemos subestimar a importância do processo de 18A para o sucesso do Nova Lake. Depois de tantos atrasos e problemas com os nodes anteriores, a Intel precisa provar que consegue competir com a TSMC no quesito manufacturing. O 18A representa não apenas uma mudança de nome, mas uma abordagem completamente nova com RibbonFET e PowerVia.
O que pouca gente comenta é que o 18A será o primeiro processo da Intel a usar tecnologia de backside power delivery. Basicamente, a energia chegará aos transistores por baixo do silício, liberando espaço acima para mais interconexões de sinal. Isso pode significar clocks mais altos com menor consumo – exatamente o que a Intel precisa para recuperar a liderança.
Mas aqui está o problema: a Intel prometeu que o 18A estaria pronto para produção em massa ainda este ano. Será que vão cumprir o cronograma? E mais importante: a yield será boa o suficiente para produzir CPUs com 52 núcleos economicamente viáveis? Lembrem-se do que aconteceu com os primeiros chips de 10nm...
O mercado que espera pelo Nova Lake
Enquanto aguardamos o Nova Lake, não podemos ignorar o que a competição está fazendo. A AMD já demonstrou que pode empacotar 96 núcleos em um único socket com as CPUs EPYC, e seus chips Ryzen continuam evoluindo rapidamente. A pergunta que fica é: a Intel está correndo atrás do prejuízo ou realmente inovando?
O timing de lançamento também é crucial. Se o Nova Lake chegar apenas no final de 2026, a AMD já terá lançado pelo menos mais uma geração de processadores. E considerando que a Arrow Lake-S decepcionou em alguns aspectos, a Intel não pode se dar ao luxo de errar novamente.
Particularmente, acho que o sucesso do Nova Lake dependerá menos do número de núcleos e mais da eficiência geral. Os usuários estão cansados de processadores que esquentam demais e consomem energia como se não houvesse amanhã. Se a Intel conseguir entregar desempenho excepcional com consumo controlado, talvez consiga reconquistar a confiança do mercado.
E não esqueçamos dos criadores de conteúdo e profissionais que realmente precisam de todos esses núcleos. Para edição de vídeo, renderização 3D e compilação de código, 52 núcleos podem fazer uma diferença absurda. Mas e para o usuário comum? Será que justificará o preço provavelmente elevado?
As implicações para o mercado de coolers
A compatibilidade de coolers entre LGA-1851 e LGA-1954 é mais significativa do que parece à primeira vista. Isso significa que fabricantes como Noctua, be quiet! e Corsair poderão continuar vendendo seus modelos premium sem precisar desenvolver novos sistemas de montagem. E para nós, consumidores, é um alívio no bolso.
Lembro quando a Intel mudou do LGA-1151 para o LGA-1200 e depois para o LGA-1700. Cada mudança significava gastar centenas de reais em um cooler novo ou comprar kits de adaptação que nem sempre funcionavam perfeitamente. Dessa vez, parece que a Intel está pensando no ecossistema como um todo.
Mas uma dúvida permanece: com um TDP de 150W para o topo de linha, será que os coolers atuais darão conta do recado? Ou precisaremos de soluções mais robustas? A arquitetura híbrida pode distribuir melhor o calor, mas 52 núcleos geram bastante energia térmica mesmo em processos avançados.
O que vocês acham? Estão animados com o Nova Lake ou acham que é mais uma promessa da Intel que pode não se concretizar como esperado? Deixem nos comentários suas expectativas para essa nova geração que promete revolucionar o mercado de CPUs para desktop.
Com informações do: Adrenaline