A Sony e a NCSoft acabam de revelar Horizon Steel Frontiers, um novo MMORPG ambientado no universo pós-apocalíptico de Horizon que promete expandir significativamente a experiência dos jogadores. O anúncio chega como uma surpresa agradável para os fãs da franquia, que até então conheciam apenas os jogos de ação e aventura da série principal.
O que sabemos sobre o jogo até agora
Horizon Steel Frontiers será desenvolvido pela NCSoft, conhecida por títulos MMORPG de grande escala como Lineage e Guild Wars. A parceria entre a Sony e a NCSoft representa uma mudança estratégica interessante - enquanto a Sony detém o universo e a narrativa, a NCSoft traz sua expertise em criar mundos persistentes massivos.
O que me chama atenção é como eles pretendem adaptar a jogabilidade de Horizon para o formato MMORPG. Os jogos principais sempre focaram na experiência solo de Aloy, então transformar isso em um mundo compartilhado é um desafio considerável. Como funcionará o combate contra as Máquinas em grupo? E a progressão de personagem?
Plataformas e expectativas
O jogo será lançado tanto para dispositivos móveis quanto para PC, seguindo a tendência atual de jogos multiplataforma. Essa abordagem faz sentido comercialmente - atinge tanto o mercado massivo de mobile gaming quanto os jogadores mais hardcore no PC.
Porém, ainda não há uma data de lançamento definida, o que sugere que o projeto está em estágios relativamente iniciais de desenvolvimento. Normalmente, quando empresas anunciam jogos sem datas, podemos esperar pelo menos mais um ano ou dois até o lançamento.
O que isso significa para o universo Horizon
A expansão do universo Horizon para o gênero MMORPG é uma jogada inteligente. O mundo pós-apocalíptico com suas tribos humanas e máquinas biomiméticas oferece um pano de fundo rico para histórias colaborativas. Imagine formar clãs com outras tribos, participar de batalhas épicas contra Thunderjaws e explorar ruínas antigas em grupo.
Mas fico pensando: como eles vão equilibrar a narrativa pessoal que caracteriza a série com a natureza compartilhada dos MMORPGs? Será que teremos uma história principal cooperativa, ou missões solo dentro do mundo multiplayer?
O sucesso de títulos como Genshin Impact mostrou que há espaço para experiências de mundo aberto ricas em múltiplas plataformas. Horizon Steel Frontiers parece estar posicionado para capturar parte desse mercado, oferecendo uma alternativa ocidental com uma IP estabelecida.
Desafios técnicos e oportunidades únicas
Desenvolver um MMORPG baseado em Horizon apresenta desafios fascinantes. A engine da NCSoft precisará replicar a impressionante escala dos ambientes de Horizon - aquelas paisagens vastas com ruínas de civilizações antigas e campos abertos repletos de máquinas. E não são apenas os ambientes: o comportamento das máquinas, que é tão característico da série, precisa ser adaptado para funcionar em um mundo persistente com centenas de jogadores.
Pense na complexidade técnica de ter múltiplos grupos de jogadores enfrentando diferentes máquinas na mesma área. Como o servidor vai lidar com o comportamento de rebanho das máquinas quando dezenas de jogadores estão interagindo com elas simultaneamente? E a destruição de componentes das máquinas - aquela mecânica tão satisfatória de arrancar peças específicas - como será implementada em combates em grupo?
Potencial para diferentes estilos de jogo
O que me entusiasma particularmente é como o universo Horizon pode se prestar naturalmente a diferentes classes ou especializações. Imagine jogadores que se especializam em criar armas e modificações a partir de peças de máquinas - algo como uma versão expandida do sistema de crafting dos jogos originais. Ou talvez especialistas em rastreamento e armadilhas, caçadores que dominam a arte de emboscar máquinas maiores.
E as tribos? O universo Horizon é rico em culturas distintas - os Nora, os Carja, os Oseram, os Banuk. Será que os jogadores poderão se alinhar com diferentes tribos, cada uma oferecendo habilidades únicas e missões específicas? Essa seria uma maneira inteligente de implementar "factions" sem quebrar a imersão no mundo.
Aliás, a progressão de personagem em um MMORPG Horizon poderia ser profundamente satisfatória. Em vez de classes tradicionais, talvez tenhamos um sistema baseado em especializações que os jogadores desenvolvem através de suas escolhas e experiências - tornando-se especialistas em combate contra determinados tipos de máquinas, ou mestres em diplomacia intertribal, ou exploradores que descobrem locais secretos.
O mercado de MMORPGs hoje
O timing desse anúncio é interessante. O mercado de MMORPGs está passando por uma transformação significativa. Jogos como Final Fantasy XIV e Guild Wars 2 continuam fortes, mas há espaço para novas experiências que aprendem com os sucessos e fracassos do gênero. A NCSoft certamente tem a experiência necessária, mas também o peso da expectativa.
O que me preocupa um pouco é o modelo de negócios. Considerando que será lançado para mobile e PC, será que veremos um jogo free-to-play com microtransações? Ou optarão por um modelo de compra única? A indústria tem mostrado que ambos podem funcionar, mas cada abordagem traz seus próprios desafios de design e comunidade.
E não podemos ignorar a questão da acessibilidade. Horizon Zero Dawn e Forbidden West são jogos visualmente deslumbrantes, mas exigentes. Como traduzir essa estética para dispositivos móveis sem comprometer demais a identidade visual da franquia? A NCSoft tem um histórico sólido em gráficos impressionantes para MMORPGs, então estou curioso para ver como resolverão esse desafio.
Integração com o cânone existente
Uma das questões mais interessantes é como Horizon Steel Frontiers se encaixará na cronologia estabelecida da série. Será ambientado antes dos eventos de Zero Dawn? Durante o período entre os jogos principais? Ou talvez em uma linha do tempo alternativa? Cada opção oferece oportunidades e limitações diferentes.
Se for definido antes de Zero Dawn, os desenvolvedores teriam mais liberdade criativa, mas perderiam a riqueza do mundo que conhecemos. Se for durante a era de Aloy, como justificar a presença de centenas de "heróis" como ela? É um dilema narrativo comum em MMORPGs baseados em IPs estabelecidas.
Particularmente, acho que o período pós-Forbidden West, com as tribos se reorganizando e novos perigos emergindo, ofereceria um cenário fascinante para um MMORPG. Haveria espaço para expansões que introduzissem novas regiões e ameaças, mantendo a coerência com o cânone.
E quanto aos personagens conhecidos? Veremos versões mais jovens de personagens icônicos? Referências a eventos dos jogos principais? A Sony provavelmente manterá controle rigoroso sobre como sua IP é utilizada, o que pode ser tanto uma bênção quanto uma limitação criativa.
Lições de outros MMORPGs baseados em franquias
Olhando para a história de MMORPGs baseados em franquias estabelecidas, vemos tanto sucessos impressionantes quanto fracassos memoráveis. The Old Republic mostrou como expandir o universo Star Wars de maneira significativa, enquanto outros títulos demonstraram os perigos de diluir uma IP forte.
O que aprendemos é que os fãs querem sentir que estão interagindo com o mundo que amam, não apenas com uma skin temática sobre mecânicas genéricas de MMORPG. As mecânicas precisam servir à fantasia central da franquia. No caso de Horizon, isso significa caçar máquinas, explorar ruínas misteriosas e navegar por conflitos intertribais.
A NCSoft tem a vantagem de observar duas décadas de evolução do gênero. Podemos esperar que evitem algumas armadilhas clássicas, como grind excessivo ou sistemas de crafting desconectados do mundo. Mas também enfrentarão novas expectativas dos jogadores modernos, que valorizam qualidade de vida, acessibilidade e respeito ao seu tempo.
Estou genuinamente curioso para ver como equilibrarão a complexidade que os fãs de RPG esperam com a acessibilidade necessária para atrair o público mobile. Não é uma tarefa fácil, mas se bem executada, poderia resultar em algo verdadeiramente especial.
Com informações do: IGN Brasil











