O criador de Devil May Cry quer revisitar suas origens
O mercado de jogos está repleto de remakes e reboots, mas há algo especial quando o próprio criador original expressa interesse em refazer sua obra. Hideki Kamiya, o visionário por trás do primeiro Devil May Cry, recentemente revelou que "adoraria" liderar um remake do título que lançou sua carreira.

Kamiya, que deixou a Capcom para fundar a Platinum Games (responsável por Bayonetta), agora está em um novo capítulo de sua carreira. Seu estúdio recém-criado, Clovers, já anunciou trabalhos em uma sequência para Okami e parece estar reacendendo laços com a Capcom.
Um remake com tecnologia moderna
Em seu canal no YouTube, Kamiya foi direto ao ponto: "É claro que eu adoraria fazer isso!" referindo-se a um potencial remake de Devil May Cry. O desenvolvedor admitiu que raramente revisita seus próprios jogos, mas quando vê clipes do primeiro DMC, reconhece que o design mostra sua idade - o jogo completará 24 anos em 2025.
O que torna essa possibilidade particularmente interessante? Kamiya não quer apenas um remaster superficial, mas sim uma reconstrução completa usando tecnologias atuais e abordagens modernas de design de jogos. "Se a hora chegar, eu vou criar algo. É isso que eu faço!", afirmou com a confiança de quem já revolucionou o gênero hack'n'slash.

Não contente em apenas mencionar Devil May Cry, Kamiya também fez um apelo direto à Capcom: "me deixe lidar com Viewtiful Joe também!". Essa declaração sugere que o criador pode estar interessado em revisitar várias de suas obras clássicas da era Capcom.
Enquanto Kamiya parece entusiasmado com a possibilidade, ele mantém os pés no chão: "eu não penso muito a menos que realmente vá acontecer". Essa abordagem pragmática sugere que, apesar do desejo, qualquer projeto do tipo dependeria de negociações com a Capcom e da disponibilidade do estúdio Clovers.
Os desafios de um remake fiel
Um remake do primeiro Devil May Cry não seria uma tarefa simples. O jogo original, lançado em 2001, foi pioneiro em muitos aspectos - desde seu combate estilizado até sua atmosfera gótica peculiar. Kamiya teria que equilibrar a preservação da essência do jogo com as expectativas modernas dos jogadores. "Há certas mecânicas que hoje parecem antiquadas, mas faziam parte do charme do original", comentou um fã em fóruns especializados.
O sistema de câmera fixa, por exemplo, era uma limitação técnica da época que acabou se tornando uma característica distintiva. Seria mantido por nostalgia ou substituído por uma câmera livre mais contemporânea? E quanto ao tom peculiar do jogo, que misturava ação exagerada com um humor quase involuntário? Essas são decisões que Kamiya e sua equipe precisariam ponderar cuidadosamente.
O legado de Devil May Cry
Desde seu lançamento, a franquia Devil May Cry vendeu mais de 29 milhões de cópias em todo o mundo, segundo dados da Capcom. O primeiro jogo foi responsável por cerca de 3 milhões dessas vendas - números impressionantes para a época. A série evoluiu significativamente ao longo dos anos, especialmente com a entrada da Ninja Theory no desenvolvimento de DmC: Devil May Cry em 2013, um reboot que dividiu opiniões.
Curiosamente, Kamiya nunca esteve diretamente envolvido nas sequências após o primeiro jogo. Seu retorno poderia trazer uma perspectiva única - alguém que conhece as origens da série mas também acompanhou sua evolução de fora. "Eu sempre admirei o trabalho deles [da equipe atual da franquia], mas tenho minhas próprias ideias", mencionou Kamiya em uma entrevista recente.
O mercado de remakes tem mostrado apetite por revisitações bem executadas. O sucesso de Resident Evil 2 Remake e Final Fantasy VII Remake demonstra que há espaço para reimaginações ambiciosas quando feitas com cuidado e respeito ao material original. A Capcom, em particular, tem se mostrado habilidosa nesse aspecto, o que aumenta as expectativas para um potencial Devil May Cry Remake.
O que os fãs esperam:
Preservação do combate fluido que definiu o gênero
Expansão da história e desenvolvimento dos personagens
Atualização dos visuais mantendo a estética gótica original
Possível inclusão de conteúdo cortado da versão original
Enquanto isso, a comunidade de fãs já começou a especular sobre como seria um remake liderado por Kamiya. Alguns apontam para seu trabalho mais recente na Platinum Games como indicativo de seu estilo atual - jogos como Bayonetta e The Wonderful 101 mostram uma evolução clara em seu design de combate. Outros esperam que ele volte às raízes, criando algo mais próximo do tom único do DMC original.
O timing também é um fator crucial. A Capcom recentemente lançou Devil May Cry 5 Special Edition para a nova geração de consoles, mantendo a franquia relevante. Com o estúdio Clovers ainda em fase inicial, qualquer projeto desse porte levaria anos para se materializar. "Eu não tenho pressa", disse Kamiya. "Se for acontecer, quero fazer direito."
Com informações do: Adrenaline