Ubisoft anuncia nova subsidiária com liderança familiar
Após meses de pressão dos investidores e rumores sobre seu futuro, a Ubisoft encontrou um caminho para se reestruturar. A empresa francesa fechou uma parceria bilionária com a Tencent e criou uma nova subsidiária que será responsável por três de suas principais franquias: Assassin's Creed, Rainbow Six e Far Cry.
Dupla de CEOs assume comando
O que chamou atenção foi a escolha dos líderes: Christophe Derennes, veterano com 35 anos na empresa, dividirá o cargo de CEO com Charlie Guillemot - filho do atual CEO da Ubisoft, Yves Guillemot. A decisão gerou debates sobre nepotismo versus mérito no setor de games.
Em comunicado interno, a empresa destacou que:
Derennes traz décadas de experiência operacional
Guillemot tem histórico no estúdio mobile Owlient e como cofundador da Unagi
A dupla terá autonomia para definir estratégias das franquias
Os detalhes do acordo com a Tencent
Apesar do investimento de 1,16 bilhão de euros da gigante chinesa (que adquiriu 25% das ações), a Ubisoft manteve o controle criativo:
Direitos vitais sobre as propriedades intelectuais
Gestão 100% independente das operações
Autonomia nas decisões criativas
Analistas veem o movimento como uma tentativa de equilibrar injeção de capital com preservação da identidade criativa. Resta saber como essa estrutura de co-liderança funcionará na prática para franquias tão importantes.
Fontes: Flow Games, Insider Gaming
Reações mistas da comunidade e investidores
A nomeação de Charlie Guillemot gerou reações polarizadas. Enquanto alguns veem como uma continuação natural da liderança da família Guillemot (que fundou a Ubisoft em 1986), outros questionam se o cargo reflete mérito ou privilégio. Fóruns de discussão estão divididos:
Defensores apontam seu MBA em Stanford e experiência em startups de tecnologia
Críticos destacam que seu estúdio mobile, Owlient, teve desempenho mediano
Investidores institucionais parecem céticos - ações caíram 3% após o anúncio
O desafio das franquias-chave
Os novos CEOs herdam franquias em momentos distintos. Assassin's Creed vive alto com o sucesso do modelo live-service, enquanto Far Cry 6 teve recepção morna. Já Rainbow Six Siege mantém base fiel, mas enfrenta concorrência acirrada.
Fontes internas sugerem que a dupla já discute:
Expansão para plataformas móveis com versões adaptadas
Parcerias com streamers para revitalizar o PvP do Rainbow Six
Possível reinvenção do Far Cry como série episódica
O papel estratégico da Tencent
Apesar da autonomia garantida, analistas especulam sobre a influência indireta da Tencent. A gigante chinesa:
Controla 40% do mercado global de games móveis
Tem histórico de aquisições graduais (como aconteceu com Riot Games)
Poderia pressionar por integração com WeGame na China
Um ex-funcionário da Tencent, sob condição de anonimato, comentou: "Eles jogam longo prazo. Primeiro são sócios minoritários, depois aumentam participação quando há dependência tecnológica ou financeira".
O acordo inclui cláusulas complexas sobre:
Direitos de distribuição na Ásia
Uso do motor gráfico Snowdrop em projetos conjuntos
Restrições à venda de ações por 5 anos
Com informações do: FlowGames