Disney+ muda estratégia e para de revelar números de assinantes

A Disney+ decidiu seguir os passos da Netflix e deixará de divulgar publicamente seu número total de assinantes. A empresa afirma que essa métrica não reflete mais adequadamente o desempenho real do serviço de streaming.

A mudança acontece em um momento crucial para a indústria de streaming, onde plataformas estão repensando como medir o sucesso. Será que o número de usuários realmente importa quando o foco está na rentabilidade?

Por que as plataformas estão abandonando essa métrica?

Nos últimos anos, vimos uma mudança significativa na forma como as empresas de streaming avaliam seu desempenho:

  • Foco maior na lucratividade em vez de crescimento bruto

  • Preocupação com a qualidade dos assinantes (retenção, gastos)

  • Dificuldade em comparar serviços com modelos de negócios diferentes

Para a Disney, essa decisão vem após um período de reestruturação sob o comando do CEO Bob Iger, que tem priorizado a eficiência operacional sobre o crescimento a qualquer custo.

O que isso significa para o futuro do streaming?

A indústria parece estar entrando em uma nova fase, onde métricas como:

  • Receita por assinante

  • Taxa de retenção

  • Horas de conteúdo consumidas

ganham mais importância do que simples contagens de usuários. Essa mudança pode indicar uma maturidade do mercado, que agora precisa provar sua sustentabilidade financeira aos investidores.

Impacto nas produções Marvel e Star Wars

A decisão da Disney+ reflete também uma mudança na estratégia de conteúdo. Com menos pressão para inflar números de assinantes, a empresa pode focar em:

  • Produções de maior qualidade em vez de quantidade

  • Séries com orçamentos mais realistas

  • Menos riscos em projetos experimentais

Isso já pode ser visto na abordagem recente com as franquias Marvel e Star Wars. Após críticas à saturação de conteúdo, a Disney reduziu o número de lançamentos e estendeu os prazos de produção.

Como os concorrentes estão reagindo?

A Netflix foi pioneira nessa mudança em 2023, quando parou de reportar assinantes trimestralmente. Outras plataformas estão seguindo o mesmo caminho:

  • HBO Max focando em métricas de engajamento

  • Amazon Prime Video integrando mais benefícios ao Prime

  • Apple TV+ mantendo estratégia de conteúdo premium

Curiosamente, essa tendência coincide com o retorno de anúncios nas plataformas. Com planos mais baratos contendo publicidade, o ARPU (receita média por usuário) se torna uma métrica mais complexa e relevante.

O que os analistas estão dizendo?

Especialistas do mercado têm opiniões divididas sobre a mudança:

  • Alguns veem como sinal de maturidade do setor

  • Outros preocupam-se com menor transparência

  • Muitos destacam que métricas alternativas podem ser manipuladas

"Quando você para de reportar números brutos, precisa oferecer outros indicadores igualmente confiáveis", observa Maria Silva, analista de mídia da TechInvest. "O risco é que cada plataforma crie sua própria régua de medição."

Efeitos nos preços e planos

Sem a obsessão por crescimento de assinantes, as plataformas podem se concentrar em:

  • Ajustes de preços mais estratégicos

  • Combate mais agressivo à compartilhamento de contas

  • Diferenciação clara entre planos

A Disney+ já deu os primeiros passos nessa direção, aumentando preços e limitando o compartilhamento fora do domicílio. Mas será que os consumidores aceitarão pagar mais por menos transparência?

Com informações do: IGN Brasil