Mecânica abandonada em Death Stranding 2 revelada por Kojima

Hideo Kojima continua revelando detalhes interessantes sobre o desenvolvimento de Death Stranding 2: On the Beach, incluindo ideias que acabaram ficando de fora do jogo final. Uma das mais curiosas era um sistema de crescimento realista de barba e cabelo para o protagonista Sam, interpretado por Norman Reedus.

Originalmente, Kojima planejava que a barba e os cabelos de Sam crescessem naturalmente com o passar do tempo no jogo, dando aos jogadores a liberdade de decidir quando aparar ou não. Mas por que essa ideia foi descartada?

O dilema entre realismo e estética

A mecânica foi abandonada por um motivo interessante: a equipe queria manter a aparência estilosa de Sam em todos os momentos. Como o personagem é interpretado por uma grande estrela como Norman Reedus, havia a preocupação de que, se o jogador não cuidasse regularmente da barba, o visual poderia ficar desleixado - algo que não combinaria com a imagem do protagonista.

Isso nos faz pensar: até que ponto o realismo deve comprometer o design visual de um personagem? Em minha experiência, jogadores muitas vezes valorizam tanto a estética quanto a imersão, tornando decisões como essa particularmente desafiadoras para os desenvolvedores.

Inspiração em Red Dead Redemption 2

Vale destacar que esse tipo de sistema não é inédito no mundo dos games. Red Dead Redemption 2, da Rockstar Games, implementou com sucesso um mecanismo similar, onde a barba e cabelo de Arthur Morgan e John Marston cresciam de forma realista ao longo do tempo.

  • O crescimento capilar ocorria de forma gradual

  • Jogadores podiam visitar barbeiros para mudar o visual

  • Diferentes estilos de barba afetavam a aparência do personagem

Talvez a diferença crucial esteja no fato de que, no universo de Red Dead, um visual mais "selvagem" fazia parte do charme do jogo, enquanto em Death Stranding a estética limpa e distinta de Sam é parte fundamental de sua identidade visual.

Death Stranding 2: On The Beach está programado para lançamento em 26 de junho de 2025 exclusivamente para PlayStation 5. Enquanto aguardamos, fica a curiosidade: que outras mecânicas interessantes foram consideradas e descartadas durante o desenvolvimento?

Fonte:

">X (Twitter)

O desafio técnico por trás do crescimento capilar

Implementar um sistema de crescimento capilar realista em jogos não é tão simples quanto pode parecer. Segundo relatos de desenvolvedores, esse tipo de mecânica exige:

  • Modelos 3D detalhados com múltiplas fases de crescimento

  • Sistemas de física avançados para simular o movimento natural dos fios

  • Mecânicas de colisão para evitar clipping com roupas e equipamentos

  • Shaders especiais para renderizar diferentes tipos de textura capilar

Em Death Stranding 2, onde a atenção aos detalhes é uma marca registrada de Kojima, esses desafios técnicos podem ter pesado na decisão de abandonar a ideia. Afinal, cada recurso adicionado precisa ser perfeitamente integrado ao restante da experiência.

O papel da personalização em jogos narrativos

Outro aspecto interessante dessa discussão é como a personalização do personagem se relaciona com a narrativa. Em jogos como Red Dead Redemption 2, onde o jogador tem mais liberdade para definir quem Arthur Morgan se torna, o crescimento capilar faz sentido. Mas em Death Stranding, Sam Bridges é um personagem mais definido, com uma história específica a ser contada.

Será que permitir que os jogadores alterassem radicalmente a aparência de Sam poderia interferir na visão artística de Kojima? Na minha opinião, há um equilíbrio delicado entre dar liberdade aos jogadores e manter a integridade da narrativa - especialmente em jogos com protagonistas tão icônicos.

O que mais foi deixado de fora?

Essa revelação sobre o sistema capilar nos faz questionar: que outras mecânicas interessantes podem ter sido consideradas e descartadas durante o desenvolvimento? Sabemos que Kojima é conhecido por:

  • Experimentar com mecânicas incomuns

  • Testar limites técnicos

  • Priorizar a experiência artística sobre convenções de design

Em Death Stranding 1, por exemplo, houve relatos de que sistemas complexos de sobrevivência foram simplificados para manter o foco na jornada emocional. Talvez em Death Stranding 2 tenhamos perdido não apenas a mecânica de crescimento capilar, mas outros sistemas igualmente ambiciosos que simplesmente não se encaixavam na visão final do jogo.

E você, leitor? Acha que a equipe tomou a decisão certa ao abandonar essa mecânica, ou gostaria de ter a opção de deixar Sam com uma barba selvagem durante sua jornada pós-apocalíptica?

Fonte adicional: Entrevista com Hideo Kojima

Com informações do: Game Vicio