A Microsoft e a Avalanche Studios finalmente revelaram Contraband durante a conferência da Xbox na E3 2021, e desde então os fãs têm especulado sobre o que este jogo cooperativo pode oferecer. Desenvolvido pelo mesmo estúdio por trás de Just Cause e Mad Max, Contraband promete trazer uma experiência de mundo aberto focada em atividades ilegais e contrabando em um cenário dos anos 70.

O universo do jogo e ambientação

Contraband se passa em Bayan, uma região fictícia inspirada no sudeste asiático dos anos 70. O trailer de anúncio nos mostra paisagens exuberantes, veículos clássicos da época e uma atmosfera que remete a filmes de ação daquela década. A escolha do período histórico é particularmente interessante - os anos 70 foram marcados por contrabando intenso, operações secretas e uma estética visual única que pode se traduzir bem em mecânicas de jogo e design.

O que me chamou atenção foi como a Avalanche parece estar aproveitando sua experiência em criar mundos abertos expansivos, mas desta vez com foco em atividades mais "sombrias". Em vez de ser um herói salvando o mundo, os jogadores provavelmente assumirão o papel de contrabandistas tentando construir seu império ilegal. Essa mudança de perspectiva pode trazer uma experiência fresca para os fãs do estúdio.

Jogabilidade cooperativa e possíveis mecânicas

Embora o trailer tenha sido curto e mostrado principalmente conceitos artísticos, a Microsoft descreve Contraband como "um jogo cooperativo de mundo aberto" criado para aproveitar ao máximo o poder do Xbox Series X/S. A cooperação parece ser o cerne da experiência, o que levanta questões interessantes: como será a divisão de tarefas entre os jogadores? Haverá especializações diferentes?

Baseado nos jogos anteriores da Avalanche, podemos esperar:

  • Sistemas de veículos robustos e personalizáveis

  • Física avançada que permite soluções criativas para problemas

  • Um mundo reativo onde as ações dos jogadores têm consequências

  • Múltiplas abordagens para completar objetivos

Imagino que o contrabando em si possa envolver desde o planejamento de rotas até a execução de entregas, possivelmente com elementos de furtividade e combate. A pergunta que fica é: até que ponto os jogadores poderão expandir suas operações? Será que veremos elementos de gerenciamento de negócios ilegais?

O que diferencia Contraband de outros jogos

O mercado de jogos cooperativos tem crescido significativamente, mas poucos títulos focam especificamente no tema do contrabando. Enquanto games como Sea of Thieves abordam pirataria de forma mais fantasiosa, e Grand Theft Auto Online tem elementos de atividades ilegais, Contraband parece prometer uma abordagem mais dedicada e imersiva ao comércio ilegal.

A escolha dos anos 70 também é um diferencial importante. Sem a tecnologia moderna, os jogadores precisarão confiar em métodos mais analógicos para coordenar operações, o que pode adicionar uma camada interessante de desafio estratégico. E considerando que a Avalanche tem um histórico sólido em criar mundos físicos interativos, é provável que vejamos sistemas complexos de manipulação de carga, perseguições veiculares intensas e talvez até mecânicas de corrupção de autoridades.

O fato de ser um exclusivo do Xbox também significa que provavelmente chegará ao Game Pass no lançamento, tornando-o acessível para uma base grande de jogadores desde o primeiro dia. Isso pode ser crucial para um jogo focado em cooperação, onde ter uma comunidade ativa é essencial.

Potenciais influências e referências cinematográficas

Observando atentamente o trailer e a descrição oficial, é difícil não notar as possíveis influências do cinema de ação dos anos 70. Filmes como "The French Connection", "The Getaway" e até mesmo produções mais recentes como "Triple Frontier" parecem ecoar na premissa de Contraband. A Avalanche sempre teve um olhar cinematográfico para suas sequências de ação, mas desta vez a inspiração parece mais específica e intencional.

O que me fascina particularmente é como a estética da época pode influenciar diretamente na jogabilidade. Sem smartphones ou GPS modernos, os jogadores provavelmente precisarão confiar em mapas físicos, códigos preestabelecidos e pontos de encontro marcados. Lembro-me de jogar Mafia: Definitive Edition e como a ausência de certas conveniências modernas realmente imersava na época - espero que Contraband explore isso de forma ainda mais profunda.

O papel do mundo aberto nas atividades de contrabando

Um dos aspectos mais intrigantes é como Bayan, essa região fictícia, será estruturada para favorecer atividades de contrabando. Em Just Cause, os mundos eram playgrounds para destruição criativa, mas aqui o foco parece ser mais na furtividade, logística e exploração estratégica. Será que veremos rotas alternativas através de selvas densas, passagens montanhosas perigosas ou portos secretos?

Baseado no que conhecemos dos jogos anteriores da Avalanche, suspeito que o mundo será dividido em territórios controlados por diferentes facções, cada uma com suas próprias regras e oportunidades. Talvez os jogadores precisem construir relações com certos grupos enquanto sabotam outros - uma dinâmica que poderia criar interessantes dilemas morais, se bem executada.

E quanto aos sistemas de perseguição? Em uma época sem helicópteros de polícia com câmeras térmicas ou rastreamento por satélite, as fugas provavelmente dependerão mais da inteligência do terreno e do conhecimento das rotas de fuga. Isso poderia tornar cada entrega de contrabando uma experiência única e tensa, especialmente se implementarem um sistema onde uma única batida de polícia pode arruinar semanas de planejamento.

Progressão e personalização na vida criminosa

A progressão em jogos cooperativos é sempre um desafio de design interessante. Como equilibrar recompensas individuais com o progresso do grupo? Em Contraband, imagino que os jogadores comecem com operações pequenas - talvez contrabandeando cigarros ou álcool - e gradualmente avancem para mercadorias mais lucrativas e perigosas.

O que seria particularmente fascinante é se implementassem um sistema onde diferentes jogadores pudessem se especializar em aspectos distintos da operação. Um jogador poderia focar em direção e evasão, outro em negociação e corrupção de autoridades, um terceiro em logística e armazenamento. Essa especialização poderia criar interdependência genuína entre os membros do grupo.

E quanto à personalização? Considerando o período histórico, esperamos ver:

  • Veículos clássicos que podem ser modificados para melhor desempenho ou capacidade de carga

  • Esconderijos que evoluem de pequenos armazéns para complexos operacionais completos

  • Sistemas de disfarces e identidades falsas para evitar detecção

  • Rede de contatos que se expande conforme a reputação do grupo cresce

Mas aqui está uma questão que me intriga: como a Avalanche lidará com o fracasso? Em um jogo sobre atividades de alto risco, as consequências do fracasso precisam ser significativas o suficiente para criar tensão, mas não tão punitivas que desencorajem a experimentação. Talvez vejamos um sistema onde os jogadores podem ser capturados e precisam ser resgatados pelos companheiros, ou onde mercadorias perdidas podem ser recuperadas em missões secundárias.

Integração com as capacidades técnicas do Xbox Series X/S

Como um título desenvolvido especificamente para a nova geração do Xbox, Contraband tem o potencial de aproveitar recursos como o Quick Resume, ray tracing e tempos de carregamento praticamente instantâneos. Mas além desses benefícios óbvios, como as capacidades técnicas podem melhorar a experiência cooperativa?

Imagine transições perfeitas entre diferentes partes do mapa durante operações coordenadas, ou física de veículos mais realista que torne as perseguições mais intensas e imprevisíveis. O SSD rápido poderia permitir que os jogadores entrassem e saíssem de sessões cooperativas sem interromper o fluxo dos outros membros - algo que seria particularmente útil considerando que jogadores cooperativos nem sempre têm horários compatíveis.

E quanto ao uso do Smart Delivery? Seria interessante se o jogo adaptasse dinamicamente a complexidade das operações baseado no número de jogadores na sessão, garantindo que tanto grupos grandes quanto duplas possam ter experiências igualmente envolventes. A escalabilidade é crucial em jogos cooperativos, e as capacidades técnicas dos novos consoles podem permitir soluções mais elegantes para esse desafio de design.

O que me deixa genuinamente curioso é como a Avalanche equilibrará o realismo técnico com a diversão pura. Seus jogos anteriores sempre tiveram uma física exagerada que favorecia o caos divertido sobre o realismo estrito - será que manterão essa filosofia em Contraband, ou buscarão uma abordagem mais sóbria e realista que combine melhor com o tema do contrabando?

Com informações do: IGN Brasil