O tão aguardado Borderlands 4 finalmente chega aos jogadores nesta quinta-feira (11), mas as análises da imprensa especializada já começaram a surgir online horas antes do lançamento. As primeiras impressões revelam um jogo que está dividindo a crítica entre elogios entusiasmados à jogabilidade e preocupações significativas com o desempenho técnico, especialmente para jogadores de console.

Notas positivas, mas com ressalvas técnicas
No Metacritic, a versão PC do jogo mantém uma média respeitável de 84 pontos, baseada nas análises já publicadas. No entanto, há um detalhe importante que preocupa: nenhuma análise disponível até o momento avalia as versões para PlayStation 5 ou Xbox Series X|S, aparentemente devido à indisponibilidade de chaves antecipadas para essas plataformas.
O que me surpreende é como essa situação se repete tantas vezes na indústria. Será que os desenvolvedores ainda não aprenderam que a falta de transparência com versões de console só gera desconfiança entre os jogadores?
"Esse é Borderlands aperfeiçoado. Um game que pega a fundação da série e a eleva de todos os meios possíveis" – CGMagazine – 100;
"Borderlands 4 é o melhor da série quando se trata de gameplay e fator diversão, e o melhor jogo geral da franquia desde Borderlands 2, mas algumas questões de desempenho no PC preocupam" – Destructoid – 90;
"Borderlands 4 se destaca para além do que a série já conquistou até esse ponto" – Game Informer – 85;
"Posso prometer que Borderlands 4 é um passo além para essa série e uma melhoria em relação a Borderlands 3" – Gamereactor – 80;
"A transição para um mundo aberto não foi totalmente suave, e apesar dos novos bons recursos desse lançamento, é difícil investir muito no planeta Kairos" – MGG – 70.
Preocupações com desempenho e otimização
O fato de que apenas a versão PC foi analisada — e mesmo assim está sendo considerada pesada e com problemas de estabilidade — coloca jogadores de console em alerta máximo. Na minha experiência, quando uma desenvolvedora não disponibiliza cópias para análise das versões console antes do lançamento, geralmente é um mau sinal.

As prévias do jogo já haviam deixado claro que Borderlands 4 seria exigente até para PCs potentes, o que naturalmente levanta dúvidas sobre como ele se sairá nos consoles. E considerando o histórico recente de lançamentos com problemas de otimização, é compreensível que os jogadores estejam cautelosos.
Polêmicas que antecedem o lançamento
Borderlands 4 chega às lojas envolto em uma série de controvérsias que vão desde seu preço elevado até questões de performance. Muitas dessas polêmicas foram alimentadas pelo próprio CEO da Gearbox Software, Randy Pitchford, conhecido por suas declarações inflamadas nas redes sociais.
E não podemos ignorar como essa situação afeta a confiança dos fãs. Afinal, esta é a quinta entrada principal na franquia que revolucionou os shooters com seu visual estilizado, humor característico e quantidade absurdamente grande de armas. A série já nos deu desde o aclamado Borderlands 2 até spin-offs narrativos como Tales from the Borderlands, então as expectativas estão naturalmente altas.
Fonte: Metacritic
O silêncio sobre as versões console e o que isso significa
A ausência de análises para PS5 e Xbox Series X|S é, sem dúvida, o elefante na sala. Na indústria atual, onde otimização para console se tornou um ponto crítico, esse silêncio é ensurdecedor. Lembro-me de lançamentos recentes onde a mesma estratégia foi adotada – e raramente terminou bem para os jogadores.
O padrão é preocupantemente familiar: a desenvolvedora prioriza a versão PC para análise, ganha notas razoáveis baseadas na melhor configuração possível, e só depois do lançamento descobrimos que as versões console sofrem com frame rates instáveis, texturas que não carregam ou tempos de loading absurdos. Será que estamos prestes a ver outro caso desses?
As inovações que estão impressionando a crítica
Apesar das preocupações técnicas, é importante destacar onde Borderlands 4 parece estar acertando. Vários analistas destacam que a jogabilidade nunca esteve tão refinada. O sistema de combate recebeu ajustes significativos que tornam os confrontos mais dinâmicos e satisfatórios.
O mundo aberto de Kairos, embora criticado por alguns por sua falta de personalidade em comparação com Pandora, introduz mecânicas interessantes de exploração vertical e desafios ambientais que mudam a forma como nos movemos pelo mapa. E claro, as armas – a marca registrada da série – parecem mais criativas e divertidas do que nunca.
Mas aqui vai uma pergunta: será que inovação na jogabilidade basta quando questões técnicas básicas ainda persistem? Na minha opinião, não deveria. Um jogo tecnicamente polido com gameplay mediano muitas vezes oferece uma experiência melhor que um título inovador mas cheio de problemas de performance.
O preço e a expectativa do consumidor
Não podemos falar de Borderlands 4 sem mencionar o elefante na sala: os R$ 380 cobrados pela edição padrão no PC. Esse preço coloca o jogo na categoria premium máxima, criando expectativas proporcionalmente altas. Quando você cobra mais, naturalmente se espera mais – tanto em conteúdo quanto em polimento técnico.
O que me deixa frustrado é ver essa desconexão entre preço e garantia de qualidade. Se vou pagar quase 400 reais em um jogo, espero pelo menos a certeza de que ele rodará decentemente na minha plataforma escolhida. A falta de análises para console antes do lançamento tira exatamente essa garantia dos consumidores.
O papel das day-one patches e a cultura do 'consertamos depois'
Um aspecto que precisa ser mencionado é como a indústria normalizou o lançamento de jogos incompletos ou com problemas técnicos, confiando em patches day-one para corrigir os maiores problemas. Borderlands 4 provavelmente não será exceção.
Mas até que ponto isso é aceitável? Na prática, os jogadores que comprarem no lançamento estarão pagando para fazer beta testing – e caro, por sinal. E mesmo com patches, experiências iniciais ruins podem manchar permanentemente a percepção de um jogo.
Lembro-me de conversas com desenvolvedores que admitem, sob condição de anonimato, a pressão brutal para cumprir prazos mesmo quando sabem que o produto precisa de mais tempo no forno. Será que é isso que está acontecendo com Borderlands 4?
O que os jogadores podem esperar baseado no histórico da Gearbox
A Gearbox tem um histórico misto quando se trata de lançamentos. Borderlands 3, por exemplo, teve seus próprios problemas técnicos iniciais, especialmente no PC, mas a maioria foi resolvida com updates pós-lançamento. Já outros títulos da empresa, como Aliens: Colonial Marines, se tornaram sinônimos de decepção técnica.
O que isso nos diz sobre Borderlands 4? Provavelmente que os problemas atuais serão corrigidos... eventualmente. A questão é: você está disposto a pagar R$ 380 para talvez ter uma experiência ideal daqui a alguns meses?
Para jogadores de PC com hardware topo de linha, talvez valha a pena. Mas para donos de consoles ou PCs mais modestos, a recomendação óbvia é esperar – tanto por análises das versões console quanto por possíveis correções e, quem sabe, uma promoção que justifique melhor o preço pedido.
Com informações do: Adrenaline