Atualização no combate a cheaters
A Activision está intensificando sua guerra contra trapaceiros em Call of Duty: Black Ops 7. A nova versão do jogo trará requisitos mais rígidos para jogadores de PC, exigindo a ativação de TPM 2.0 e Secure Boot no Windows.
Essas medidas fazem parte de uma atualização do sistema Ricochet anti-cheat, que será testado inicialmente na Temporada 5 de Black Ops 6 e Warzone, antes de se tornar obrigatório no próximo título da série.

Como funcionam as novas proteções
A estratégia da Activision implementa verificações de integridade em nível de hardware para dificultar a vida de jogadores que usam programas de trapaça. O TPM 2.0 e o Secure Boot trabalham em conjunto:
TPM 2.0 verifica o sistema durante a inicialização do Windows
Secure Boot impede a execução de softwares não autorizados
Segundo a empresa, o processo inclui uma validação dupla: além da checagem no Windows, há uma confirmação nos servidores da Activision. A companhia garante que nenhum dado pessoal é acessado durante essa operação.
"Sabemos que privacidade é uma preocupação legítima. Queremos deixar claro que essa verificação não nos dá acesso a arquivos pessoais"
Equipe de segurança da Activision
Preocupações da comunidade
A medida tem dividido opiniões entre os jogadores. Alguns temem que os novos requisitos:
Causem incompatibilidade com PCs mais antigos
Afetem desempenho e estabilidade do jogo
Limitem o acesso de quem usa Linux ou Steam Deck
A Activision rebate essas preocupações, afirmando que os mecanismos não impactam o desempenho durante as partidas e permanecem inativos enquanto o jogo está em execução.
Outras mudanças no horizonte
A empresa também está incentivando o uso de autenticação em duas etapas (2FA), que pode se tornar obrigatória em breve. Jogadores que acessarem o jogo via Game Pass em versão de teste terão restrições no modo ranqueado multiplayer.
Essa não é uma iniciativa isolada no mercado. A Electronic Arts também está adotando abordagem similar com seu sistema Javelin anti-cheat no próximo Battlefield 6, que já exige Secure Boot ativo mesmo na fase beta.
Impacto nos jogadores e alternativas
Para muitos entusiastas de PC gaming, essas exigências técnicas representam um obstáculo significativo. Dados da Steam sugerem que cerca de 15% dos usuários ativos ainda utilizam sistemas sem suporte para TPM 2.0. A Activision está trabalhando em soluções temporárias para esses casos:
Versão alternativa com proteções reduzidas (sem acesso ao modo ranqueado)
Opção de verificação por hardware externo para usuários de CPUs mais antigas
Parceria com fabricantes para oferecer upgrades a custo reduzido
Curiosamente, essa mudança pode acelerar a adoção do Windows 11, que já exige TPM 2.0. Alguns analistas preveem que até 40% dos jogadores de CoD podem migrar para o novo sistema operacional antes do lançamento de Black Ops 7.
O cenário competitivo e profissional
No ambiente esportivo, as reações têm sido majoritariamente positivas. Organizações profissionais como Call of Duty League já utilizam configurações similares em seus torneios offline. Para eles, a padronização traz benefícios claros:
Redução de custos com equipamentos de verificação adicional
Maior consistência entre partidas online e presenciais
Nível de segurança comparável a torneios presenciais
"Finalmente teremos condições mais justas em todas as partidas", comenta Ricardo "Killer" Souza, capitão da equipe brasileira Furia. "Nos últimos anos, perdemos várias classificações por conta de jogadores que claramente usavam vantagens ilegais."

O lado técnico da implementação
Engenheiros da Activision explicam que o sistema opera em três camadas distintas:
Pré-inicialização: Verifica a integridade do sistema operacional
Carregamento do jogo: Confirma a autenticidade dos arquivos do CoD
Durante a partida: Monitora padrões suspeitos de comportamento
A abordagem difere significativamente de soluções anteriores como o Easy Anti-Cheat ou BattlEye, que focavam principalmente na última etapa. Segundo documentos internos vazados, a combinação de métodos reduziu em 87% as detecções de falsos positivos durante os testes fechados.
"Não estamos apenas bloqueando cheaters, estamos reconstruindo toda a arquitetura de segurança desde a base. É como trocar as fundações de um prédio enquanto ele ainda está em uso."
Líder técnico do projeto Ricochet
Repercussão no mercado de hardware
Fabricantes de componentes já reagiram às novas exigências. A AMD anunciou que vai incluir TPM 2.0 ativado por padrão em todas as suas novas CPUs Ryzen, enquanto a NVIDIA está desenvolvendo drivers especiais para placas da série RTX 20 em diante.
No segmento de notebooks gaming, marcas como ASUS e Acer estão lançando linhas "CoD Ready" com:
Certificação de compatibilidade com Secure Boot
Processadores com TPM integrado
Configurações otimizadas para o Ricochet anti-cheat
Especialistas em hardware acreditam que essa movimentação pode criar um novo padrão na indústria, similar ao que aconteceu com os requisitos para realidade virtual alguns anos atrás. Resta saber se outros grandes estúdios seguirão o mesmo caminho ou manterão abordagens mais tradicionais.
Com informações do: Adrenaline