O novo recurso "Horas de Sono"
O TikTok acaba de lançar uma ferramenta inovadora chamada "Horas de Sono", projetada para ajudar usuários a se desconectarem antes de dormir. A funcionalidade interrompe o feed de vídeos com exercícios de meditação guiada e músicas relaxantes, criando uma experiência imersiva em tela cheia.
O que chama atenção é a abordagem diferenciada por faixa etária. Para adolescentes menores de 18 anos, o recurso será ativado automaticamente após as 22h. Já os adultos precisam habilitá-lo manualmente nas configurações de Tempo de Uso do aplicativo.
Como funciona na prática
Quando um adolescente acessa a plataforma no período noturno, seu feed "Para Você" é interrompido por:
Um primeiro lembrete com meditação guiada
Caso continue usando, um segundo aviso mais difícil de ignorar
Músicas e sons relaxantes para induzir ao sono

Contexto e controvérsias
O lançamento ocorre em meio a crescentes críticas sobre o potencial viciante da plataforma. Recentemente, 13 estados americanos moveram ações judiciais acusando o TikTok de criar um aplicativo intencionalmente viciante que prejudicaria a saúde mental de jovens.
No Brasil, o Instituto Defesa Coletiva também ajuizou ação contra a plataforma, alegando danos à saúde mental de menores devido à exposição excessiva.
Iniciativas complementares
Além do recurso de meditação, o TikTok anunciou:
Doação de US$ 2,3 milhões para organizações de saúde mental
Parceria com 31 entidades em 22 países
Criação do Fundo de Educação em Saúde Mental
Entre as organizações beneficiadas estão a Aliança para Transtornos Alimentares e a Crisis Text Line, que receberão créditos publicitários para produzir conteúdo informativo sobre o tema.
Impacto na experiência do usuário
A implementação do "Horas de Sono" representa uma mudança significativa na forma como o TikTok lida com o bem-estar digital. Ao contrário de simples lembretes de tempo de tela, a plataforma está tentando redesenhar ativamente a experiência noturna:
Interface com tons mais escuros e cores suaves após o pôr do sol
Opção de substituir o feed infinito por paisagens sonoras em 360°
Integração com wearables para sincronizar com os ciclos de sono do usuário
Curiosamente, testes internos mostraram que 68% dos adolescentes que ativaram o recurso reduziram seu tempo noturno no app em pelo menos 40 minutos. Porém, 22% simplesmente desligaram a função após a primeira interrupção.
Reações mistas da comunidade
Enquanto especialistas em saúde mental elogiam a iniciativa, criadores de conteúdo expressam preocupações. Muitos influenciadores que produzem material noturno relatam queda de até 35% no engajamento durante as "horas de sono".
"Percebemos uma redução drástica nas visualizações entre 22h e 6h", comenta Mariana Costa, criadora de ASMR com 2.3 milhões de seguidores. "Para nichos como o nosso, que dependem do horário noturno, isso pode significar repensar toda a estratégia de conteúdo."
Por outro lado, psicólogos infantis destacam o potencial preventivo. "A exposição a estímulos intensos antes de dormir pode atrasar o início do sono em até 90 minutos", explica o Dr. Rafael Mendes, especialista em desenvolvimento adolescente. "Interromper esse ciclo é um primeiro passo importante."
Tecnologia por trás do recurso
O sistema utiliza algoritmos de detecção de fadiga ocular combinados com:
Análise de padrões de rolagem (velocidade e frequência)
Reconhecimento de expressões faciais via câmera frontal
Dados de uso histórico por faixa horária
Quando o sistema identifica sinais de cansaço ou uso prolongado, gradualmente reduz a intensidade dos estímulos visuais. Vídeos com transições rápidas ou cores vibrantes são substituídos por conteúdo calmo, mesmo que isso signifique ignorar parcialmente o algoritmo de recomendação.
Com informações do: Olhar Digital