O tão aguardado remake de Prince of Persia: The Sands of Time, anunciado pela Ubisoft há cinco anos, pode finalmente estar prestes a revelar sua data de lançamento oficial. Segundo informações do site Insider-Gaming, a desenvolvedora francesa estaria preparando uma grande revelação para o The Game Awards, evento que acontece em 11 de dezembro.

O que torna essa possibilidade particularmente interessante é o timing. A Ubisoft não realizou sua tradicional apresentação Forward este ano, deixando muitos fãs curiosos sobre o andamento de seus projetos. O The Game Awards, apresentado por Geoff Keighley, tornou-se conhecido por ser palco de grandes anúncios e atualizações sobre jogos já revelados - e parece que o remake de Prince of Persia pode ser uma das estrelas do evento deste ano.
Uma jornada conturbada até aqui
O desenvolvimento deste remake tem sido, para ser honesto, bastante complicado. Inicialmente desenvolvido pelos estúdios da Ubisoft em Mumbai e Pune, o projeto gerou controvérsia quando demonstrado com um estilo visual que não agradou aos fãs. Lembro-me de ver as primeiras imagens e pensar: "isso não captura a magia do original".

Em 2022, em uma jogada que muitos consideraram necessária, a Ubisoft transferiu o desenvolvimento para a Ubisoft Montreal - os mesmos estúdios responsáveis pelo título original de 2003. Essa mudança trouxe alívio para muitos fãs, mas também levantou questões sobre o tempo adicional que seria necessário para refazer o trabalho.
O que esperar do remake
Segundo o Insider-Gaming, o remake deve chegar às lojas em janeiro de 2026, servindo como um dos impulsionadores das receitas da Ubisoft no trimestre que encerra o ano fiscal de 2025-26. Junto com uma versão atualizada de Assassin's Creed IV: Black Flag, esta seria uma jogada estratégica importante para a empresa.
A expectativa é que o título mantenha as mecânicas de plataforma que tornaram a versão original um clássico moderno, enquanto introduz novos desafios e visuais significativamente aprimorados. A Ubisoft continua afirmando que o remake chegará no começo de 2026, tornando lógica uma aparição no The Game Awards.
A última atualização oficial sobre o jogo veio em junho deste ano, através da conta oficial da série no X. Em uma mensagem que parecia quase um pedido de desculpas pelos atrasos, a desenvolvedora afirmou que o projeto estava sendo produzido por uma equipe "que realmente se importa" e que estava "dedicando seu coração (e muito café)" a cada passo. A atualização de junho, embora pequena, serviu para acalmar os ânimos dos fãs mais impacientes.
Enquanto isso, os fãs podem votar para escolher os vencedores das diferentes categorias do The Game Awards, que promete ser um evento repleto de anúncios e surpresas. Resta saber se o príncipe finalmente terá seu momento de glória após anos de desenvolvimento atribulado.
O que me deixa particularmente curioso sobre este remake é como a Ubisoft Montreal irá equilibrar a fidelidade ao original com as expectativas modernas dos jogadores. The Sands of Time foi revolucionário em 2003 não apenas por suas mecânicas de parkour, mas pela forma como integrava narrativa e gameplay. Será que manterão a mesma estrutura de níveis ou introduzirão elementos de mundo aberto? E quanto ao combate - preservarão o sistema original ou implementarão algo mais complexo?
Um aspecto que poucos discutem é o impacto que este remake pode ter na franquia como um todo. A Ubisoft claramente tem planos para Prince of Persia - o sucesso de The Lost Crown demonstrou que há apetite por novos jogos da série. Se este remake for bem-sucedido, poderíamos ver não apenas mais remakes (Warrior Within e The Two Thrones são candidatos óbvios), mas talvez até novos jogos originais na linha clássica.
O desafio técnico por trás da magia
Refazer um jogo como The Sands of Time não é simplesmente uma questão de melhorar texturas e modelos. O sistema de controle do tempo, que era inovador na época, precisa funcionar perfeitamente em engines modernas. E há toda a questão da física - lembro-me de como as mecânicas de parkour do original eram surpreendentemente precisas para a época. Recriar essa sensação de fluidez e controle exigirá muito mais do que apenas poder de processamento.
Outro ponto interessante: a dublagem. Yuri Lowenthal, que dublou o Príncipe no original, tornou-se um dos dubladores mais reconhecidos da indústria (principalmente como Peter Parker no universo do Homem-Aranha da Insomniac). Será que trarão ele de volta? E quanto aos outros personagens - Farah, o Vizier? Manter o elenco original seria um gesto significativo para os fãs, mas também apresenta desafios logísticos e criativos.
O contexto competitivo do lançamento
Se realmente chegarmos em janeiro de 2026, o remake enfrentará um cenário interessante. Estamos falando de um período tipicamente mais tranquilo para lançamentos, o que poderia trabalhar a favor do jogo. Por outro lado, concorrerá com possíveis remakes de outras franquias clássicas que também estão em desenvolvimento.
O que me preocupa um pouco é a pressão comercial. A Ubisoft claramente precisa de sucessos financeiros, e remakes de jogos amados carregam expectativas enormes. Se o jogo for muito fiel, podem criticar por não inovar o suficiente. Se mudar demais, arrisca alienar o público que mais aguarda seu retorno. É um equilíbrio delicado que poucas desenvolvedoras conseguem acertar.
Vale lembrar que a indústria de games mudou dramaticamente desde 2003. O que era considerado um jogo de comprimento padrão na época pode parecer curto pelos padrões atuais. A Ubisoft adicionará conteúdo extra? Novos quebra-cabeças? Áreas secretas? Ou manterão a experiência exatamente como era, confiando que a nostalgia será suficiente?
Enquanto aguardamos o The Game Awards, é interessante notar como os remakes se tornaram uma parte crucial do ecossistema de games. Eles não são mais apenas cash-grabs - quando feitos com cuidado, como demonstrou o recente Silent Hill 2, podem reintroduzir clássicos para novas gerações enquanto entregam exatamente o que os fãs originais desejam.
O silêncio da Ubisoft sobre detalhes específicos do jogo é ao mesmo tempo frustrante e compreensível. Após as reações iniciais ao visual, faz sentido que queiram mostrar o jogo apenas quando estiverem absolutamente confiantes. Resta saber se o The Game Awards será esse momento - e se a espera de cinco anos terá valido a pena.
Com informações do: Adrenaline











