Kojima revela cronograma ambicioso para Physint e outros projetos

Enquanto os fãs aguardam ansiosamente por Death Stranding 2, marcado para lançamento no próximo mês, Hideo Kojima já está imerso em outros dois projetos ambiciosos: O.D., um jogo de terror em parceria com a Microsoft, e Physint, o tão aguardado título de espionagem que promete ser o sucessor espiritual de Metal Gear.

Em entrevista à revista francesa Le Film Français, Kojima revelou que Physint ainda deve levar de 5 a 6 anos para ficar pronto. "Recebi tantas ofertas desde que saí da Konami, com condições sérias para desenvolver jogos no meu estúdio independente", explicou o criador. "Além de Death Stranding 2, também há Physint em desenvolvimento. Isso levará mais cinco ou seis anos."

Prioridades e planos futuros

Kojima já havia deixado claro que só se dedicaria totalmente a Physint após o lançamento de O.D., o que significa que o jogo de terror chegará bem antes desse prazo estimado. Mas por que tanto tempo para Physint?

O diretor descreve o projeto como uma experiência que pretende "transcender as barreiras entre filmes e videogames", sugerindo uma produção de grande escala que só estará pronta para a próxima geração de consoles. E enquanto trabalha nesses jogos, Kojima já planeja seu próximo passo: dirigir um filme.

Na mesma entrevista, foi confirmado que a adaptação cinematográfica de Death Stranding está prevista para 2027, produzida pela A24. Questionado sobre suas aspirações cinematográficas, Kojima respondeu: "Talvez depois disso [Physint], eu possa finalmente decidir fazer um filme. Cresci com o cinema. Dirigir seria, de certa forma, uma homenagem a ele. Além disso, estou ficando mais velho e prefiro fazer isso enquanto ainda sou jovem!"

Considerando que Physint deve levar até 6 anos para ser concluído, isso colocaria o possível filme de Kojima apenas no início da próxima década. Será que ele conseguirá realizar esse sonho enquanto ainda se sente "jovem", como mencionou?

O desafio de equilibrar múltiplos projetos ambiciosos

Gerenciar três projetos de grande escala simultaneamente - Death Stranding 2, O.D. e Physint - é um feito notável mesmo para um visionário como Kojima. O diretor admitiu em entrevistas anteriores que trabalha cerca de 12 horas por dia, dividindo seu tempo entre desenvolvimento de jogos, reuniões criativas e até mesmo atendimento pessoal a fãs nas redes sociais. "Cada projeto tem sua própria equipe dedicada, mas minha atenção precisa ser dividida", confessou em um podcast recente.

Especialistas da indústria questionam se esse cronograma é realista. "Desenvolver um jogo AAA normalmente leva de 3 a 5 anos com uma equipe focada", explica Daniel Ahmad, analista da Niko Partners. "Fazer isso enquanto se trabalha em outros dois títulos principais e planeja um filme é extraordinário - só possível porque Kojima tem uma equipe talentosa e processos muito bem estabelecidos."

O que esperar de Physint?

Embora detalhes concretos sobre Physint ainda sejam escassos, Kojima deixou escapar algumas pistas tentadoras. Durante o Tokyo Game Show, ele mencionou que o jogo será "uma experiência cinematográfica interativa" que combina elementos de seus trabalhos anteriores com novas mecânicas. Rumores sugerem que:

  • O jogo pode apresentar um sistema de inteligência artificial avançado para NPCs

  • A narrativa explorará temas de identidade e memória, com múltiplas camadas de interpretação

  • A jogabilidade alternará entre ação tática e sequências mais contemplativas

Curiosamente, Kojima também mencionou que Physint pode incorporar tecnologias emergentes que ainda não estão amplamente disponíveis. "Estamos construindo algo para o futuro, não para o presente", disse enigmaticamente durante uma transmissão ao vivo. Isso alimentou especulações sobre possíveis integrações com realidade virtual ou até mesmo interfaces neurais.

O legado de Metal Gear e as expectativas dos fãs

Desde que Kojima deixou a Konami em 2015, os fãs aguardam um sucessor espiritual para a franquia Metal Gear. Physint parece ser essa resposta, mas o próprio criador alerta contra comparações diretas. "Não é Metal Gear, mas carrega o mesmo DNA", explicou. "É como comparar um filme de espionagem dos anos 80 com um thriller moderno - o gênero é o mesmo, mas a linguagem mudou."

Essa abordagem já divide opiniões. Alguns fãs nas redes sociais expressaram preocupação com o possível afastamento das fórmulas tradicionais de stealth, enquanto outros celebram a promessa de inovação. "Kojima nunca repetiu a mesma fórmula duas vezes", lembra o crítico de games Pedro Zambarda. "Mesmo entre os jogos da série Metal Gear, cada título trouxe mudanças radicais. Esperar algo diferente de Physint seria ingênuo."

O longo tempo de desenvolvimento também levanta questões sobre a relevância do jogo quando for lançado. Com a indústria evoluindo rapidamente, especialmente em termos de tecnologia gráfica e inteligência artificial, será que Physint conseguirá manter sua visão original após tantos anos em produção? Kojima parece confiante: "Grandes ideias não envelhecem. O que importa é como você as executa."

Com informações do: Game Vicio