As profissões alternativas do criador de Mario e Zelda

Shigeru Miyamoto é uma lenda viva dos videogames, responsável por franquias icônicas como Super Mario e The Legend of Zelda. Mas e se o destino tivesse sido diferente? O que o gênio criativo por trás desses personagens estaria fazendo hoje?

Curiosamente, todas as alternativas profissionais que Miyamoto já mencionou em entrevistas têm algo em comum: envolvem interação com o público de alguma forma. Parece que mesmo em universos paralelos, o pai dos videogames modernos não escaparia do contato humano.

As três carreiras improváveis

Em diversas ocasiões, Miyamoto revelou que considerou três caminhos profissionais antes de ingressar na Nintendo em 1977:

  • Designer de brinquedos: "Eu adorava criar coisas desde criança", confessou em uma entrevista ao The Guardian. Seu fascínio por mecânicas criativas e objetos interativos poderia tê-lo levado ao mundo do design de brinquedos.

  • Pintor: Miyamoto estudou design industrial na universidade e sempre demonstrou talento artístico. "Acho que teria tentado vender minhas pinturas", especulou em uma conversa com a Wired.

  • Músico: Embora menos conhecido, o criador de Mario já mencionou seu interesse pela música. "Talvez eu estivesse tocando banjo em algum bar", brincou em uma entrevista ao IGN.

O que o mundo dos games teria perdido?

É difícil imaginar a indústria dos videogames sem as contribuições de Miyamoto. Seu olhar único para design interativo e narrativa lúdica revolucionou o meio. Os jogos provavelmente seriam muito diferentes - talvez mais técnicos, menos acessíveis e certamente menos encantadores.

Miyamoto trouxe para os games uma sensibilidade única, influenciada por suas explorações na infância e seu amor por contar histórias. Será que como pintor ou músico ele teria encontrado o mesmo sucesso? Ou será que essas profissões teriam limitado seu potencial criativo?

O impacto das experiências pessoais na criatividade de Miyamoto

Miyamoto frequentemente atribui sua abordagem única de design às experiências de sua infância em Sonobe, uma pequena cidade rural no Japão. Suas explorações pelas colinas e cavernas locais inspirariam diretamente os mundos de Zelda décadas depois. Mas como essas mesmas experiências teriam se manifestado em outras carreiras?

Como designer de brinquedos, talvez tivéssemos visto brinquedos mecânicos inovadores que incentivassem a exploração ao ar livre. Miyamoto poderia ter criado jogos físicos que recriassem a emoção de descobrir novos lugares, muito antes de "caça ao tesouro" se tornar um conceito popular nos brinquedos educativos.

O Miyamoto pintor: entre a tradição e a inovação

Se tivesse seguido a carreira de pintor, é provável que Miyamoto trouxesse a mesma mistura de tradição e inovação que caracteriza seus jogos. Seu estilo artístico, visível nos primeiros esboços de personagens da Nintendo, mostra influências tanto da arte japonesa tradicional quanto do pop art ocidental.

Em uma entrevista ao ArtNews, Miyamoto mencionou seu fascínio por Van Gogh e Hokusai. Será que teríamos visto exposições de um Miyamoto pintor que fundisse essas influências de maneira única? Talvez suas pinturas explorassem os mesmos temas de aventura e descoberta que permeiam seus jogos, mas através de telas estáticas.

A música nos jogos de Miyamoto

A relação de Miyamoto com a música é menos conhecida, mas igualmente fascinante. Embora não seja um músico profissional, ele teve papel crucial na direção musical de muitos jogos, trabalhando de perto com compositores como Koji Kondo para criar trilhas icônicas.

"Ele sempre soube exatamente o tipo de emoção que queria que a música transmitisse", revelou Kondo em uma entrevista ao Polygon. "Mesmo sem formação musical formal, Miyamoto tinha uma intuição incrível para o ritmo e a melodia."

Se tivesse seguido a carreira musical, será que Miyamoto teria criado composições tão memoráveis quanto as trilhas de Mario e Zelda? Ou será que o formato linear da música teria limitado sua capacidade de contar histórias interativas?

O legado de um criador multidisciplinar

O que torna Miyamoto tão singular é justamente sua capacidade de sintetizar diferentes formas de arte e design. Seus jogos combinam narrativa visual, design interativo, princípios arquitetônicos e musicalidade de maneira orgânica. Essa abordagem holística talvez não tivesse espaço em apenas uma dessas profissões alternativas.

Em uma palestra na Universidade de Kyoto, Miyamoto refletiu: "Eu nunca pensei em mim mesmo como um especialista em qualquer área. Talvez seja por isso que os videogames foram o meio perfeito para mim - eles exigem um pouco de tudo." Essa declaração sugere que, mesmo em carreiras alternativas, Miyamoto provavelmente teria encontrado maneiras de transgredir os limites tradicionais das profissões.

Com informações do: IGN Brasil