Se você acha que 2025 foi um bom ano para os games, prepare-se. 2026 está se moldando como um verdadeiro terremoto no cenário de entretenimento digital, um ano onde as promessas de uma nova geração de consoles finalmente parecem se concretizar em uma avalanche de títulos. E não estou falando apenas de um ou dois lançamentos importantes, mas de uma constelação de jogos que vão desde sequências de franquias bilionárias até projetos independentes ousados que prometem redefinir gêneros. É um momento raro onde a ambição dos estúdios parece estar em perfeita sincronia com a expectativa dos jogadores.
Os Gigantes que Moldarão o Ano
Vamos começar pelo elefante na sala, ou melhor, na praia de Vice City. Grand Theft Auto VI não é apenas um jogo; é um evento cultural cujo lançamento em 19 de novembro de 2026 já está gravado no calendário de milhões. A volta à Miami fictícia da Rockstar promete não só um salto técnico monumental, mas uma narrativa centrada em personagens como Lucia e Jason, mergulhando em uma sátira social moderna enquanto constroem um império do crime. A expectativa é tão alta que, em minha opinião, qualquer discussão sobre 2026 começa e termina com GTA VI – ele simplesmente redefine a escala do que é possível em um mundo aberto.
Mas esperar por um único jogo, por maior que seja, é subestimar a diversidade que 2026 trará. A Capcom, por exemplo, parece estar em uma fase criativa incrível. Enquanto Resident Evil Requiem (previsto para 27 de fevereiro) promete resgatar o terror claustrofóbico clássico da série com uma nova protagonista ao lado do querido Leon S. Kennedy, a empresa também aposta em algo totalmente novo com Pragmata. Este último, após vários adiamentos, finalmente tem data marcada para 24 de abril e é um daqueles projetos envoltos em mistério – um "third-person sci-fi puzzle shooter" com uma atmosfera que lembra os trabalhos de Hideo Kojima. É corajoso ver uma grande produtora arriscar em uma IP nova em meio a tantas sequências.
E falando em narrativas épicas que chegam ao fim, como não mencionar a conclusão da trilogia de remake de Final Fantasy VII? A terceira parte, ainda sem título oficial, deve chegar em algum momento de 2026 e promete não só entregar o clímax emocionante da luta contra Sephiroth, mas também a tão aguardada liberdade de explorar o mundo com a airship Highwind. Para muitos fãs que cresceram com o original de 1997, este será o fechamento de um ciclo pessoal, uma reimaginação que honrou o passado enquanto o expandia.
Outra franquia prestes a dar uma guinada ousada é Assassin’s Creed. Com o codinome Hexe, rumores indicam um lançamento próximo ao Halloween de 2026, mergulhando na sombria caça às bruxas na Europa do século XVII. Depois dos RPGs de mundo aberto dos últimos anos, a Ubisoft parece querer voltar às raízes de stealth e investigação, mas com uma pitada de ocultismo. Será que os fãs vão abraçar essa mudança de tom radical?

Novos Universos e Heróis Consagrados
2026 também será o ano em que veremos estúdios aclamados aplicando sua expertise em novas propriedades. A FromSoftware, por exemplo, parece estar se afastando um pouco das terras intermediárias com Duskbloods, um RPG de ação focado em vampirismo e conflitos entre clãs imortais em um mundo gótico. Enquanto isso, a Insomniac Games, após o sucesso estrondoso do Homem-Aranha, coloca suas garras de fora com Marvel’s Wolverine. Esperado para o final do ano, este título promete um tom mais maduro e violento, condizente com o mutante mais famoso dos X-Men, e possivelmente interligado ao mesmo universo dos jogos do Aranha. A pergunta que fica é: será que a fórmula de mundo aberto da Insomniac se traduz tão bem para um personagem como o Logan?
E a Marvel não para por aí. A parceria entre a gigante dos quadrinhos e a Arc System Works, mestre dos jogos de luta como Guilty Gear, resulta em Marvel Tokon: Fighting Souls. Este pode ser o sucessor espiritual que os fãs de Marvel vs. Capcom tanto aguardam, com a promessa dos visuais cel-shading deslumbrantes e combos aéreos espetaculares que são a marca registrada do estúdio. Em um gênero tão competitivo, será que eles conseguirão capturar a essência dos heróis e criar um sistema de luta profundo?
Do outro lado do espectro, temos a IO Interactive, criadora de Hitman, tentando sua mão em uma história de origem de James Bond em 007: First Light. A ideia de uma campanha de espionagem com a liberdade tática dos níveis de Hitman, mas com a ação cinematográfica de 007, é simplesmente tentadora. Ver Lenny Kravitz como um vilão no trailer só aumenta a curiosidade.
E não podemos ignorar o retorno de franquias adormecidas. Ace Combat 8: Wings of Theve promete trazer de volta a ação aérea cinematográfica após um longo hiato, enquanto Nioh 3 da Team Ninja avança para o Período Bakumatsu, misturando espadas samurais com armas de fogo em seu combate soulslike desafiador. Até a Remedy Entertainment expande seu universo conectado com Control: Resonant, saindo do confinamento da Antiga Casa para as ruas sobrenaturais de Manhattan.
Indies, Terror e Multiplayer: A Alma Diversificada de 2026
Mas um grande ano de games não é feito apenas de orçamentos astronômicos. A cena independente e as produções AA trazem a inovação e a ousadia que muitas vezes faltam nos blockbusters. E 2026 parece fértil nesse aspecto.
Para quem busca risadas (e tiros), High On Life 2 chega em 13 de fevereiro prometendo mais do humor absurdo e armas falantes que marcaram o primeiro jogo. Já para os fãs de cooperação caótica ao estilo filmes B, John Carpenter’s Toxic Commando (12 de março) oferece ação em primeira pessoa contra hordas zumbi com a assinatura do mestre do horror – inclusive na trilha sonora.
Falando em horror, a Frictional Games, estúdio por trás de Amnesia e SOMA, prepara Ontos. Descrito como um sucessor espiritual de SOMA, o jogo promete um terror psicológico profundo que mexe com conceitos de realidade e desejo, narrado por ninguém menos que Stellan Skarsgård. É o tipo de experiência que fica com você muito depois que o jogo acaba.
E no competitivo, todos os olhos estarão em Highguard. Desenvolvido por ex-criadores de Apex Legends e Titanfall, este hero shooter promete um foco em mobilidade dinâmica e tiros precisos quando estrear logo no começo do ano, em 26 de janeiro. Em um mercado dominado por gigantes, será que ele tem o que é preciso para conquistar sua base?
E claro, não podemos esquecer dos pilares das plataformas. A Nintendo deve apresentar Pokémon Pokopia como um carro-chefe para o sucessor do Switch, prometendo evoluir o conceito de mundo aberto. A Microsoft tem Forza Horizon 6 e uma nova campanha expandida para Halo na manga. E a Blizzard deve aprofundar o mundo de Diablo IV com a expansão Senhor do Ódio.
Com tantos jogos anunciados e tantos outros que certamente serão revelados ao longo do ano, 2026 parece menos um calendário de lançamentos e mais uma lista de desejos. A verdadeira questão não é se será um bom ano, mas como os jogadores vão encontrar tempo – e dinheiro – para acompanhar tudo isso. Cada um desses títulos carrega não apenas a promessa de horas de entretenimento, mas a ambição de seus criadores em deixar uma marca. Resta saber quais vão cumprir essa promessa e quais vão se perder no caminho.
Mas a lista não para por aí. Se formos olhar além dos holofotes, há uma série de títulos que, embora talvez não tenham o mesmo peso comercial, possuem o potencial de serem as surpresas agradáveis do ano, aqueles jogos que conquistam um nicho fiel ou até mesmo explodem em popularidade de forma inesperada. Afinal, quem previu o sucesso avassalador de Palworld ou Lethal Company? 2026 guarda suas próprias cartas na manga.
As Apostas Ousadas e os Diamantes Brutos
Vamos falar de mundos abertos, mas de um jeito diferente. Enquanto GTA VI promete densidade e vida, Europa, da desenvolvedora indie Novadust, aposta em escala pura e solidão contemplativa. O jogo propõe uma viagem não-linear através de uma lua de Júpiter recoberta por oceanos, onde a exploração e a sobrevivência em um ambiente alienígena são o foco principal. Sem missões marcadas no mapa ou NPCs tagarelas, ele apela para um público que busca imersão e descoberta orgânica – um contraponto interessante à narrativa dirigida dos blockbusters. É um risco enorme, mas se funcionar, pode criar um novo subgênero.
E no campo da narrativa, prepare-se para jogos que desafiam a forma como contamos histórias. Project: Kaleidoscope (nome provisório) da Quantic Dream promete evoluir o conceito de narrativa interativa para algo que eles chamam de "realidade narrativa persistente". Os rumores falam em um mundo onde suas escolhas em uma campanha solo afetam um universo online compartilhado, criando histórias emergentes únicas para cada grupo de jogadores. Soa ambicioso demais? Sem dúvida. Mas se alguma desenvolvedora tem a teimosia para tentar, é a de David Cage.
Na esfera do terror, além de Ontos, há um ressurgimento do horror de sobrevivência clássico. The Fog Knows Your Name, de um pequeno estúdio sueco, está gerando burburinho por sua abordagem de "terror dinâmico de ecossistema". A ideia é que as criaturas que te perseguem não seguem scripts previsíveis, mas sim um sistema de necessidades e comportamentos próprio, aprendendo com suas táticas e adaptando-se. Imagine o Alien de Alien: Isolation, mas com uma inteligência artificial que gere uma colônia inteira de monstros. A simples ideia já é suficiente para dar arrepios.
O Multiplayer em Transformação: Além do Battle Royale
O cenário competitivo online está sempre em ebulição, e 2026 parece ser um ano de experimentação. Highguard pode ser a grande aposta, mas ele não está sozinho. Circuit Breakers, da Riot Games, é o projeto secreto da empresa que vai além de Valorant e League of Legends. Vazamentos apontam para um shooter tático em terceira pessoa com elementos de construção de fortificação em tempo real, algo como um mix de Rainbow Six Siege com Fortnite. A Riot tem um histórico de dominar gêneros que entra, então todos os olhos estarão voltados para essa novidade.
E o que dizer do retorno dos modos cooperativos narrativos? Phantom Line é um jogo de espionagem para duas pessoas desenvolvido pela ex-estúdio da Media Molecule, onde um jogador assume o papel de um agente em campo e o outro é o "olho no céu", um hacker que controla sistemas de segurança, desvia câmeras e fornece informações em tempo real. A comunicação e a sincronia serão absolutamente vitais. É um conceito que lembra os velhos tempos de Portal 2 em coop, mas com uma roupagem moderna e de alta tensão. Pode ser a experiência perfeita para duplas de amigos.
Não podemos ignorar também a onda de jogos "cozy" ou aconchegantes que encontraram um público massivo. Hearth & Haven promete ser o próximo Stardew Valley, mas em escala MMO. A ideia é ter uma vila compartilhada com dezenas de outros jogadores, onde a colaboração para construir, farmar e decorar é o foco, sem a pressão de combate ou PvP. Em um mundo cada vez mais estressante, a promessa de um refúgio digital cooperativo e pacífico soa como um ímã para milhões.
A Tecnologia como Personagem: Ray Tracing, IA e a Nova Geração
2026 será, sem sombra de dúvidas, o ano em que a "geração atual" de consoles (PS5, Xbox Series e PCs modernos) será realmente desafiada. Muitos desses jogos, especialmente GTA VI e Pragmata, foram anunciados com foco em serem experiências "true next-gen", impossíveis de rodar em hardware anterior. O que isso significa na prática?
Além dos óbvios gráficos em 4K e altas taxas de quadros, o grande salto deve vir na interatividade do mundo e na inteligência artificial. Rumores sobre o motor da Rockstar falam em um sistema de NPCs com rotinas complexas e memória, onde suas ações em uma parte da cidade podem ter repercussões em outra horas depois. Já a Capcom promete para Pragmata um uso intensivo de ray tracing não só para iluminação, mas para simulação de materiais e reflexos que afetam a jogabilidade, criando quebra-cabeças baseados em física de luz.
E a inteligência artificial generativa? É um tema espinhoso, mas várias desenvolvedoras, principalmente de jogos de mundo aberto e RPG, estão testando-a para criar diálogos dinâmicos para personagens secundários, gerar missões laterais únicas ou até mesmo modelar ecossistemas de fauna mais realistas. A chave, claro, será usar essa ferramenta para ampliar a criatividade humana, não substituí-la. Será fascinante (e um pouco assustador) ver quais jogos de 2026 vão incorporar essas tecnologias de forma mais visível e bem-sucedida.
Por fim, há a questão da realidade virtual. Com o sucesso do PlayStation VR2 e a chegada de headsets mais acessíveis para PC, será que 2026 trará um título "system seller" para VR? Project: Chimera da Valve é o eterno rumor, mas há indícios de que um grande estúdio de horror pode estar preparando uma experiência em VR para acompanhar o lançamento de seu jogo principal em telas tradicionais. A imersão total em um mundo como Resident Evil Requiem ou Ontos é, ao mesmo tempo, a coisa mais tentadora e a mais aterrorizante que se pode imaginar.
O que fica claro ao analisar este panorama é que 2026 não será um ano de uma só narrativa. Não é apenas o ano de GTA VI, ou o ano dos sequels, ou o ano dos indies. É um ano de convergência. De blockbusters tentando redefinir a indústria e de pequenos estúdios ousando preencher as lacunas que os grandes deixam para trás. É o ano em que a tecnologia prometida há cinco anos deve, finalmente, amadurecer e ser colocada a serviço de ideias ambiciosas. Claro, nem todos vão brilhar. Alguns vão atrasar, outros vão lançar cheios de bugs, e alguns vão simplesmente não conseguir entregar a visão prometida. Mas a energia, a diversidade de gêneros e a pura ambição transbordante fazem de 2026 um ponto de inflexão potencial para a mídia. Enquanto aguardamos os primeiros trailers de gameplay e as datas se firmam, resta-nos especular, debater e, claro, economizar para o que parece ser uma das levas de lançamentos mais caras da história. Sua carteira e sua lista de desejos na Steam já estão preparadas?
Com informações do: Adrenaline










