NVIDIA quebra recorde como primeira empresa a valer US$ 4 trilhões

A NVIDIA alcançou nesta quarta-feira, 9 de julho, um valor de mercado impressionante de US$ 4 trilhões - equivalente a cerca de R$ 22 trilhões. A empresa não apenas mantém sua posição como a mais valiosa do mundo, mas também se torna a primeira na história a atingir essa marca astronômica.

O feito foi conquistado após um aumento de 2% nas ações da empresa, o que pode parecer modesto, mas representa bilhões de dólares quando falamos de uma companhia desse porte. Para colocar em perspectiva, esse crescimento em um único dia supera o valor de mercado total de muitas empresas listadas na bolsa.

Jensen Huang, CEO da NVIDIA

Com esse novo marco, a NVIDIA ultrapassou a Apple, que detinha o recorde anterior desde dezembro, quando atingiu US$ 3,9 trilhões. A diferença pode parecer pequena em porcentagem, mas em valores absolutos, estamos falando de centenas de bilhões de dólares.

Uma ascensão meteórica impulsionada pela IA

O que mais impressiona na trajetória da NVIDIA não é apenas o valor alcançado, mas a velocidade com que isso aconteceu. Em maio de 2023, quando a empresa começou a focar abertamente em inteligência artificial, comemorava ter atingido US$ 1 trilhão em valor de mercado.

Isso significa que em apenas dois anos, a NVIDIA quadruplicou seu valor - um crescimento que deixaria qualquer analista financeiro de queixo caído. A pergunta que fica é: até onde essa expansão pode ir?

GPUs da NVIDIA sendo inspecionadas

Resiliência em meio a desafios geopolíticos

O que torna a história da NVIDIA ainda mais notável é sua capacidade de crescer apesar dos ventos contrários. As recentes tarifas de importação impostas pelos EUA e as restrições de vendas à China - que a própria empresa estima causar perdas significativas - não foram suficientes para frear seu crescimento.

Especialistas apontam que o domínio da NVIDIA no ecossistema de IA generativa e modelos de linguagem grandes (LLMs) criou uma posição quase inabalável. Enquanto outras empresas sofrem com as novas tarifas para produtos do Japão e Coreia do Sul, a NVIDIA continua sua escalada recordista.

Alguns analistas questionam se essa valorização é sustentável a longo prazo, mas os números recentes mostram que, pelo menos por enquanto, o mercado continua apostando pesado na empresa.

Via: CNBC

O ecossistema NVIDIA: muito além das GPUs

Embora a NVIDIA tenha construído sua fortuna inicial com placas gráficas para jogos, hoje seu ecossistema vai muito além. A empresa se tornou a espinha dorsal da revolução da IA, com seus chips sendo essenciais para treinar modelos como ChatGPT, Gemini e Claude. Mas você sabia que a NVIDIA também está revolucionando áreas como medicina e ciência climática?

Seus processadores estão sendo usados em hospitais para acelerar diagnósticos por imagem e em laboratórios para simular moléculas complexas. Um exemplo recente é a parceria com a AstraZeneca para acelerar a descoberta de medicamentos, reduzindo o tempo de anos para meses em alguns casos.

O dilema da dependência tecnológica

A ascensão meteórica da NVIDIA levanta questões importantes sobre a concentração de poder tecnológico. Com cerca de 80% do mercado de chips para IA, muitos especialistas começam a questionar: estamos criando uma dependência perigosa de uma única empresa?

"É um paradoxo", explica o analista de tecnologia Marcos Aurélio. "Por um lado, a NVIDIA está impulsionando inovações que beneficiam toda a humanidade. Por outro, sua dominância pode sufocar a concorrência e criar vulnerabilidades estratégicas." Alguns governos já estão tomando medidas, como a União Europeia que recentemente anunciou investimentos pesados em alternativas locais.

Enquanto isso, a NVIDIA continua expandindo seu domínio. Seu mais recente lançamento, a plataforma Blackwell, promete ser 30 vezes mais eficiente para inferência de IA do que suas antecessoras - justamente quando a indústria começa a migrar do treinamento para a implementação em escala de modelos.

O impacto no mercado de trabalho

A revolução impulsionada pela NVIDIA está transformando radicalmente o mercado de trabalho. Empresas estão contratando "engenheiros de prompt" e "treinadores de modelos" em vez de programadores tradicionais. Mas será que essa mudança está criando mais empregos do que destruindo?

Dados do Fórum Econômico Mundial sugerem que, embora a IA possa eliminar 85 milhões de empregos até 2025, também criará 97 milhões de novos postos. Porém, a transição não será suave. "Muitos profissionais terão que se requalificar completamente", alerta a economista Laura Mendes. "A NVIDIA está lucrando com essa revolução, mas quem pagará o custo social?"

O próximo fronte: computação quântica

Enquanto consolida seu domínio na IA tradicional, a NVIDIA já está mirando o próximo grande salto tecnológico. Seus investimentos em computação quântica aceleraram nos últimos meses, com a aquisição da startup Quantum Circuits Inc. e parcerias com laboratórios de pesquisa.

"A computação quântica será para a NVIDIA o que a IA foi nos últimos dois anos", prevê o CEO Jensen Huang em entrevista recente. A empresa já demonstrou protótipos de processadores que combinam arquiteturas tradicionais com elementos quânticos, prometendo resolver problemas considerados impossíveis hoje.

Enquanto isso, os concorrentes correm para alcançar a NVIDIA. A AMD recentemente anunciou seus chips MI300X, enquanto a Intel promete revolucionar o mercado com sua arquitetura Falcon Shores. Mas com a vantagem tecnológica e o ecossistema já estabelecido, será que alguém consegue realmente desafiar o domínio da NVIDIA no curto prazo?

Com informações do: Adrenaline