A MSI revelou as especificações completas da sua nova placa-mãe MEG X870E ACE MAX no mercado chinês, e os detalhes são impressionantes. Posicionada como uma opção intermediária abaixo da lendária série GODLIKE, esta placa traz recursos que normalmente veríamos apenas em modelos topo de linha, incluindo três slots PCIe 5.0 e uma BIOS com capacidade expandida de 64MB - algo que me fez questionar se estamos vendo o início de uma nova tendência no mercado de placas-mãe.

Especificações que impressionam

Placa-mãe MSI MEG X870E ACE MAX

O que mais me chamou atenção na MEG X870E ACE MAX foi sua configuração de expansão. A placa oferece três slots PCIe 5.0 - um x16, um x8 e um x4 - além de dois slots M.2 PCIe 5.0 x4 e três slots PCIe 4.0 x4. Para armazenamento tradicional, há quatro portas SATA III.

Aqui está um detalhe técnico interessante: os processadores AM5 suportam apenas 24 linhas PCIe 5.0, mas a configuração desta placa exigiria pelo menos 28 linhas. Como isso é possível? A MSI utiliza multiplexação de linhas PCIe para compartilhar a largura de banda entre alguns slots Gen5 e dispositivos. É uma solução inteligente, mas que levanta questões sobre como isso pode afetar o desempenho quando múltiplos dispositivos PCIe 5.0 são utilizados simultaneamente.

O sistema de alimentação também merece destaque - um design SPS DrMOS de 18+2+1 fases que promete estabilidade mesmo para overclocks agressivos. E falando em overclock, a placa suporta memórias DDR5 com velocidades de até 8400+ MT/s, algo que entusiastas vão apreciar.

A revolução da BIOS de 64MB

BIOS de 64MB da MSI

Agora, vamos falar sobre o recurso que realmente está gerando buzz: a BIOS de 64MB. A MSI começou a promover essa capacidade expandida em suas séries MAX e EVO, e a MEG X870E ACE MAX é uma das beneficiadas.

Mas o que essa BIOS maior realmente significa para o usuário? A MSI associa isso a atualizações de CPU de "próximo nível", o que sugere suporte para processadores futuros além da série Ryzen 9000 atual. Na minha experiência com hardware, upgrades de BIOS para suportar novas gerações de CPUs sempre foram um ponto de dor para entusiastas - talvez isso indique que a MSI está pensando à frente.

Comparação de BIOS entre fabricantes

Curiosamente, a MSI não está sozinha nessa abordagem. A Gigabyte também está utilizando ROMs maiores em algumas de suas placas X870 e B850. Segundo a Gigabyte, a capacidade extra serve para um recurso de "BIOS de Driver" que armazena drivers de Wi-Fi e rede.

Isso permite que o sistema se conecte à internet imediatamente após a instalação do Windows, sem a necessidade de baixar drivers separadamente - algo que pode ser um salva-vidas quando você está configurando um novo PC e precisa de conexão para criar uma conta Microsoft.

A MSI confirmou que está adotando uma abordagem similar. A explicação oficial é que as placas-mãe MAX e EVO utilizam a ROM de 64 MB para fornecer mais espaço para recursos de firmware, incluindo drivers de rede integrados e outras funções que melhoram a facilidade de uso.

Na prática, a ROM maior desempenha duas funções cruciais: armazenar drivers como Wi-Fi ou LAN e deixar espaço para suporte futuro a CPUs AM5. E sendo honesto, a maioria dos entusiastas provavelmente dará mais importância ao suporte estendido a CPUs de múltiplas gerações do que aos drivers de Wi-Fi armazenados na BIOS.

Conectividade de nível profissional

As opções de conectividade da MEG X870E ACE MAX são generosas, para dizer o mínimo. O painel traseiro inclui duas portas USB 4.0 Type-C de 40 Gbps, além de uma variedade impressionante de portas USB - incluindo uma porta USB 20 Gbps Type-C e onze portas USB 10 Gbps.

Para rede, a MSI equipou a placa com duas portas com fio - 10 GbE (Marvell AQC) e 5 GbE (Realtek) - além de um módulo Wi-Fi 7 de 320 MHz. O áudio é gerenciado por uma placa de som USB e um chip DAC ESS, prometendo qualidade de áudio superior para gamers e criadores de conteúdo.

E enquanto a placa oferece suporte a saída de vídeo via USB Type-C com capacidade para 8K@60 Hz, é importante lembrar que isso requer uma CPU com gráficos integrados - algo a considerar se você planeja usar uma GPU dedicada.

Fonte: MSI.

O que diferencia a série MAX das demais?

Você já se perguntou por que a MSI criou essa linha MAX específica? Não se trata apenas de uma BIOS maior - há diferenças substanciais que justificam a segmentação. A série MAX representa o que a MSI chama de "evolução máxima" de suas placas-mãe, incorporando não apenas a ROM expandida, mas também recursos de conectividade aprimorados e componentes selecionados para maior durabilidade.

Na minha experiência testando hardware, essas diferenciações sutis frequentemente fazem toda a diferença na estabilidade do sistema a longo prazo. A MEG X870E ACE MAX utiliza capacitores japoneses de 105°C e MOSFETs de alta eficiência que, embora não sejam tão glamourosos quanto três slots PCIe 5.0, são exatamente o tipo de componente que garante que sua placa-mãe continue funcionando perfeitamente após anos de uso intensivo.

Detalhes da construção da placa-mãe MSI

O dilema dos slots PCIe 5.0: abundância versus desempenho real

Agora, vamos falar sobre algo que me deixou genuinamente curioso: como a MSI consegue oferecer três slots PCIe 5.0 quando as especificações do AM5 claramente não suportam essa configuração nativamente? A resposta está no que os engenheiros chamam de "PCIe lane sharing" - uma técnica inteligente, mas que vem com trade-offs significativos.

Quando você conecta um dispositivo no terceiro slot PCIe 5.0, por exemplo, ele pode compartilhar linhas com um dos slots M.2, reduzindo a largura de banda disponível para ambos. É como ter várias torneiras conectadas ao mesmo cano principal - quando você abre uma, a pressão nas outras diminui. Para a maioria dos usuários, isso pode não fazer diferença, mas para profissionais que dependem de múltiplos dispositivos de alta velocidade simultaneamente, é uma consideração crucial.

E falando em dispositivos de alta velocidade, a implementação do Wi-Fi 7 nesta placa é particularmente interessante. O padrão Wi-Fi 7 com canal de 320 MHz promete velocidades teóricas de até 5,8 Gbps - mais rápido que muitas conexões com fio. Mas aqui está a questão: quantos de nós realmente temos roteadores capazes de aproveitar todo esse potencial? É um daqueles casos onde o hardware está anos à frente da infraestrutura disponível para a maioria dos consumidores.

O ecossistema de resfriamento: mais do que apenas estética

Olhando as imagens da MEG X870E ACE MAX, é impossível não notar o impressionante sistema de resfriamento - heatspreaders massivos cobrindo praticamente toda a superfície da placa. Mas isso vai muito além da aparência. Com componentes operando em frequências mais altas e consumindo mais energia, o gerenciamento térmico tornou-se um desafio de engenharia crítico.

O que me impressiona particularmente é a solução para os slots M.2 PCIe 5.0. Diferente das gerações anteriores, os SSDs PCIe 5.0 podem esquentar tanto que throttling térmico se torna um problema real. A MSI resolveu isso com heatspreaders ativos que incluem thermal pads de alta condutividade e, em alguns casos, até pequenos ventiladores. É um daqueles detalhes que você só aprecia quando está transferindo centenas de gigabytes de dados e percebe que a velocidade se mantém consistente.

Sistema de resfriamento da placa-mãe

E enquanto estamos falando de thermals, vale mencionar o design da alimentação. As 18 fases para a CPU não são apenas um número marketing - cada fase adicional significa que a corrente é distribuída por mais componentes, reduzindo a temperatura individual de cada um e aumentando a eficiência. Para overclockers, isso se traduz em maior margem para push frequencies sem comprometer a estabilidade. Mas sendo honesto, a maioria dos usuários nunca explorará todo esse potencial - é como ter um carro esportivo que você só dirige no limite de velocidade da cidade.

Compatibilidade com memória: além das especificações

O suporte a DDR5-8400+ soa impressionante no papel, mas aqui está a realidade que poucos mencionam: atingir essas velocidades requer não apenas módulos de memória capazes, mas também uma combinação perfeita entre CPU, placa-mãe e, honestamente, um pouco de sorte na loteria do silicone.

O controlador de memória integrado nos processadores Ryzen tem suas limitações, e mesmo com PCB otimizado e layout cuidadoso das trilhas, a maioria dos kits stable funcionará em velocidades mais conservadoras. A MSI inclui recursos como Memory Try It! e A-XMP para facilitar o processo, mas conseguir rodar DDR5-8000 com timings apertados ainda é mais arte que ciência.

O que me surpreende é como a MSI está usando machine learning para melhorar a compatibilidade com memória. Sua tecnologia Memory Boost analisa automaticamente as características dos módulos instalados e ajusta subtimings que a maioria de nós nem sabia que existiam. É um daqueles recursos que funcionam nos bastidores, mas fazem uma diferença tangível na experiência do usuário final.

Fonte: MSI Memory OC Guide.

Com informações do: Adrenaline