Preço surpreendente gera discussão
O anúncio de Mafia: The Old Country por US$ 50 (R$ 289 no Brasil) pegou muitos jogadores de surpresa. Em um mercado onde títulos AAA frequentemente ultrapassam a barreira dos US$ 70, a decisão da Take-Two e da Hangar 13 chama atenção. Mas o que está por trás dessa estratégia?
"Não estamos atrás do dinheiro fácil", diz CEO
Em entrevista ao GamesIndustry, Strauss Zelnick, CEO da Take-Two, foi direto ao ponto: "Nosso trabalho não é virar o consumidor de cabeça para baixo, sacudir e ver quanto troco cai do bolso".
Segundo ele, a filosofia da empresa sempre foi entregar mais valor do que o preço cobrado. "Acreditamos que Mafia: The Old Country é absolutamente extraordinário – visualmente está incrível", complementou Zelnick, destacando que o objetivo principal é colocar o jogo nas mãos do maior número possível de jogadores.
O que esperar do jogo?
Ambientado na Sicília do início do século XX, Mafia: The Old Country promete:
Uma narrativa profunda sobre as origens do crime organizado
Jogabilidade em terceira pessoa com ação envolvente
Um mundo aberto detalhado e historicamente preciso
A jornada de Enzo Favara para provar seu valor à Cosa Nostra
Com lançamento marcado para 8 de agosto de 2025, o título estará disponível para PC, PS5 e Xbox Series S|X. Resta saber se essa estratégia de preço vai realmente se traduzir no sucesso que a Take-Two espera.
Comparações com o mercado atual
O posicionamento de preço da Take-Two contrasta fortemente com tendências recentes da indústria. Enquanto empresas como Ubisoft e Activision têm aumentado consistentemente os preços base de seus jogos (com títulos como Call of Duty e Assassin's Creed chegando a US$ 70), a estratégia de Mafia: The Old Country parece mirar um nicho diferente. Analistas sugerem que isso pode ser uma jogada inteligente para:
Recuperar a confiança dos jogadores após polêmicas com microtransações em outros títulos da empresa
Posicionar a franquia Mafia como uma alternativa de valor em meio a jogos de mundo aberto mais caros
Atrair jogadores casuais que hesitam em gastar valores altos em um único título
O desafio da percepção de valor
Curiosamente, o preço mais baixo pode trazer seus próprios problemas. Alguns fãs nas redes sociais já expressaram ceticismo - será que um jogo de US$ 50 pode realmente competir em qualidade com os blockbusters de US$ 70? Zelnick antecipou essas preocupações:
"Já vi isso antes na indústria musical - as pessoas assumiam que um álbum mais barato era inferior. Mas qualidade e preço não são necessariamente correlacionados. Estamos confiantes que quando jogarem, qualquer dúvida desaparecerá."
O estúdio Hangar 13 parece estar apostando na fidelidade histórica como diferencial. Detalhes revelados até agora incluem:
Reconstrução meticulosa de vilarejos sicilianos da década de 1920
Sistema de diálogo influenciado por hierarquias familiares da máfia
Mecânicas de combate que refletem as armas e táticas da época
Impacto nas finanças da Take-Two
Investidores têm questionado se essa estratégia pode afetar os resultados trimestrais da empresa. Durante a última chamada com analistas, Zelnick foi enfático: "Nosso modelo sempre foi de longo prazo. Se criarmos fãs fiéis hoje, a receita virá naturalmente através de DLCs, merchandising e futuros lançamentos."
Dados internos sugerem que a abordagem pode ter mérito - a edição definitiva de Mafia II, relançada a preço acessível em 2020, vendeu consistentemente bem por anos, superando expectativas iniciais. Será que o mesmo acontecerá com esta nova entrada na franquia?
Com informações do: Game Vicio