O mundo dos notebooks para jogos pode estar prestes a ganhar uma revolução no design de telas. Vazamentos recentes apontam que a Lenovo estaria desenvolvendo um novo modelo da linha Legion Pro com uma tela enrolável que se expande na horizontal, prometendo transformar um display padrão em uma tela ultrawide com um simples gesto. A revelação oficial, segundo rumores, está marcada para a CES 2026, evento que acontece já no próximo mês de janeiro.

Do ThinkBook ao Legion: A evolução da tela enrolável
O que torna esse rumor particularmente plausível é o histórico da própria Lenovo. A empresa já lançou o ThinkBook Plus Gen 6, um notebook com uma tela enrolável que se expande verticalmente. A tecnologia, portanto, já existe e está sendo testada no mercado. A transição dessa inovação para a linha Legion, voltada para gamers e entusiastas de performance, parece um movimento lógico e estratégico.
Afinal, uma tela que se expande na horizontal faz muito mais sentido para o público gamer do que uma expansão vertical. Imagine estar jogando um título de corrida ou um RPG imersivo e, com um toque, ganhar uma visão mais ampla do cenário, sem as bordas laterais limitando sua experiência. É uma proposta tentadora que vai direto ao ponto das necessidades desse público.
O que esperar do hardware do futuro Legion Pro?
De acordo com o site Windows Latest, fonte do vazamento, o novo Legion Pro teria uma tela com proporção padrão de 16:9 que, ao ser desenrolada, se transforma em uma tela ultrawide de 21:9. Essa é uma proporção amplamente adotada por jogos modernos, o que eliminaria um grande obstáculo de compatibilidade.
No entanto, detalhes cruciais como a resolução final em cada modo e a taxa de atualização ainda são um mistério. Especula-se que o notebook possa herdar a taxa de 120Hz do ThinkBook Plus Gen 6 e utilizar painéis pOLED semelhantes. Em termos de processamento, o vazamento confirma o uso de um chip Intel Core Ultra. Considerando o timing de lançamento na CES 2026, é tentador imaginar que a Lenovo possa equipar o dispositivo com os novos processadores da geração Panther Lake da Intel, que também devem ser apresentados no evento.

Desafios e expectativas para uma nova categoria
A introdução de uma tela mecânica que se move traz uma série de perguntas. Durabilidade é a primeira que vem à mente. Como esse mecanismo de enrolar e desenrolar vai se comportar após milhares de ciclos? E o acúmulo de poeira? O preço também será um fator decisivo. O ThinkBook Plus Gen 6 já chegou ao mercado com uma etiqueta premium, e é razoável esperar que um Legion Pro com tecnologia similar, mas focado em performance gamer, possa custar ainda mais caro.
Apesar dos desafios, a simples possibilidade de ter um notebook com a portabilidade de uma tela de 14 ou 15 polegadas que se transforma em uma estação de jogos com tela ultrawide de 16 polegadas ou mais é fascinante. Elimina a necessidade de carregar um monitor externo para ter uma experiência mais imersiva em qualquer lugar. Se a Lenovo conseguir equilibrar inovação, robustez e um preço não exorbitante, ela pode estar criando uma nova categoria de produtos.
Com esse possível lançamento e outros rumores de hardware, fica claro que a CES 2026 promete ser um palco importante para a Lenovo reconquistar a atenção do mercado gamer. Resta esperar até janeiro para ver se esses rumores se concretizam e, principalmente, como essa engenhosa tela enrolável se comporta na vida real.
Mas vamos pensar um pouco além da mera especulação técnica. O que realmente significaria, no dia a dia de um jogador ou criador de conteúdo, ter essa flexibilidade física na tela? A resposta pode ir muito além de apenas "ter mais espaço".
Imagine a cena: você está em uma cafeteria, trabalhando em um projeto ou respondendo e-mails com o notebook no modo padrão, mais compacto e discreto. De repente, surge aquele tempinho livre para uma partida rápida, ou você precisa editar uma linha do tempo de vídeo com mais precisão. Em vez de se contentar com a visão limitada ou conectar um monitor externo (que você nem trouxe), basta um comando para a tela se expandir suavemente. A transição de ferramenta de produtividade para estação de entretenimento ou trabalho pesado se torna instantânea e orgânica. É uma mudança de paradigma na própria ideia de portabilidade. Não se trata mais de carregar o dispositivo mais fino, mas o mais adaptável.
Além dos jogos: O potencial criativo e produtivo
Embora o foco inicial seja o mercado gamer – e com razão –, o potencial dessa tecnologia para profissionais criativos é enorme e frequentemente subestimado. Editores de vídeo e áudio vivem da linha do tempo. Ter alguns centímetros extras horizontais pode significar ver mais faixas de áudio simultaneamente ou uma sequência de clipes mais longa sem precisar ficar rolando constantemente. Para programadores, abrir mais colunas de código lado a lado, ou ter o navegador e o IDE abertos sem sobreposição, pode aumentar significativamente o fluxo de trabalho.
E os streamers? Ah, essa é uma aplicação que parece feita sob medida. Transmitir direto do notebook, com o jogo em tela cheia no modo ultrawide e ainda ter espaço para colocar o chat da Twitch ou YouTube, os alertas e o controle da transmissão tudo na mesma tela, sem precisar de um setup com dois monitores. A praticidade para quem é nômade digital ou vive em espaços pequenos é imensa. A Lenovo estaria, na verdade, criando um híbrido poderoso: um notebook para jogos que também é uma ferramenta de produção séria, tudo definido pela necessidade do momento.
Claro, isso levanta outra questão prática: o software. O Windows 11 está preparado para essa mudança dinâmica de proporção de tela em tempo real? Os jogos e aplicativos vão se redimensionar automaticamente e sem bugs? A experiência do ThinkBook Plus Gen 6, que lida com uma mudança vertical, deve ter fornecido lições valiosas para a equipe de desenvolvimento. Mas a mudança horizontal é um território diferente, especialmente quando falamos de jogos em fullscreen que muitas vezes travam a resolução de saída.
A corrida pela inovação (e os possíveis concorrentes)
É interessante notar que a Lenovo parece estar traçando um caminho único. Enquanto outras marcas exploram dobras, telas duplas ou até mesmo projetos conceituais mais radicais, a Lenovo está apostando na transição suave de um estado para outro com uma peça única de tela. Isso tem um apelo estético e de engenharia diferente – talvez mais robusto, na teoria, do que uma tela que dobra sobre si mesma.
Mas será que ficaremos só nisso? Se o Legion Pro com tela enrolável fizer sucesso, é inevitável que outras gigantes como Dell (com a Alienware), Asus (ROG) e MSI comecem a cozinhar suas próprias respostas. A pergunta que fica é: qual será a próxima variante? Uma tela que expande para os dois lados? Um mecanismo que permite ajustar a curvatura? A inovação da Lenovo, se confirmada, pode ser o estopim para uma nova fase de experimentação no design de notebooks gamers, saindo da mesmice de apenas colocar hardware mais potente em gabinetes com mais RGB.
Na minha opinião, o maior desafio não será técnico, mas de comunicação. Como convencer o consumidor – especialmente o jogador, que é notoriamente cético com novidades que podem atrapalhar a performance – de que um componente móvel e mecânico é confiável? A garantia terá que ser extensa e a construção, impecável. Um único vídeo viral mostrando uma tela emperrada ou com folga seria desastroso.
Por outro lado, se der certo, a Lenovo pode recuperar um protagonismo no segmento gamer que, vamos ser sinceros, tem sido um tanto abalado pela ferrenha concorrência. Oferecer algo verdadeiramente novo e útil, em vez de apenas incremental, é a chave. E pensar que tudo isso pode estar a apenas algumas semanas de ser revelado... A expectativa, de fato, está lá em cima. O que mais será que a CES 2026 reserva além desse possível trunfo?
Com informações do: Adrenaline











