A JBL acaba de oficializar a chegada de uma nova geração de seus headsets gamer Quantum ao mercado brasileiro. A marca, que vem tentando se firmar no competitivo cenário de periféricos para jogos desde 2020, aposta em uma estratégia que vai além do hardware: oferece um visual renovado, componentes substituíveis para aumentar a vida útil e, claro, atualizações significativas no software Quantum Engine, o coração dos ajustes de áudio personalizados. Anderson Oliveira, diretor de Marketing da Harman na América do Sul, deixou claro que essa não é uma jogada qualquer, mas parte de um plano de longo prazo para conquistar os jogadores. E, convenhamos, em um mercado dominado por nomes como Logitech, Razer e HyperX, qualquer novidade que prometa maior durabilidade já chama a atenção, não é mesmo?

Novos headsets gamer JBL Quantum

Antes de mergulharmos nos detalhes técnicos, que tal dar uma olhada no que seu bolso vai sentir? A tabela abaixo resume os modelos, conexões e, o mais importante, os preços de lançamento no Brasil. É interessante notar a variação de preços, que tenta cobrir desde o jogador casual até o entusiasta que não mede esforços (ou reais) pela imersão total.

ModeloTipo de conexãoCaracterística principalPreçoJBL Quantum 950Sem fio (Dongle 2.4GHz + Bluetooth)Som espacial com rastreamento de cabeça e ANCR$ 1.979,99 (KaBuM!)JBL Quantum 650Sem fio (Dongle 2.4GHz + Bluetooth)Bateria de longa duração com peças substituíveisR$ 1.799 (sem estoque no momento)JBL Quantum 250Com fio (Cabo 3.5mm)Som espacial e construção com peças substituíveisR$ 319,90

O topo da linha: imersão e tecnologia de ponta no Quantum 950

Se você busca a experiência definitiva e o orçamento permite, o Quantum 950 é a aposta da JBL. O carro-chefe da linha traz o som espacial proprietário da marca, que processa minuciosamente os detalhes sonoros dos jogos para criar efeitos realistas, como reverberação e posicionamento preciso. Um dos recursos que mais me chamou a atenção foi o rastreamento de cabeça. Imagine isso: em um jogo de tiro, você ouve passos vindo da sua direita. Se você virar a cabeça para olhar, a origem do som permanece fixa no espaço virtual do jogo, e não gira junto com o seu headset. É um nível de imersão que poucos produtos no mercado oferecem.

O software Quantum Engine possibilita personalizar o áudio, visualizar a origem dos sons no jogo em tempo real, reduzir o ruído de teclados e controlar luzes RGB.

Além disso, o cancelamento ativo de ruído (ANC) foi aprimorado para funcionar em diferentes ambientes – uma benção para quem joga em lugares com barulho de fundo. A conectividade é dupla: um dongle sem fio de 2.4 GHz garante baixíssima latência, essencial para jogos competitivos, enquanto o Bluetooth 5.3 permite conectar a outros dispositivos, como o celular. O pacote ainda inclui uma estação de carregamento e uma bateria extra, mostrando que a JBL pensou na praticidade para sessões de jogo maratonas.

Equilíbrio e durabilidade: os diferenciais do Quantum 650 e 250

Para quem quer o wireless sem precisar do top absoluto, o Quantum 650 surge como uma opção interessante. Ele mantém o som espacial e a personalização via software, incluindo a famosa identificação da direção dos sons. Mas seu grande trunfo está na autonomia: até 45 horas de uso com uma única carga. E aqui vem um ponto que, na minha opinião, é um acerto estratégico da JBL: a bateria é substituível. Quando ela começar a perder capacidade daqui a alguns anos, você não precisa jogar o headset fora – basta comprar uma nova. É um conceito de sustentabilidade e economia a longo prazo que mais marcas deveriam adotar.

JBL Quantum 650 e 250, focados em durabilidade

Já o Quantum 250 é a porta de entrada com fio. Por um preço bem mais acessível, ele traz o mesmo som espacial JBL e o software Quantum Engine com áudio 3D. O programa inclui equalização específica para jogos e até redução de ruído de teclado por IA – algo útil para quem faz streams ou joga com amigos no chat de voz. E seguindo a filosofia de durabilidade, itens como as almofadas auriculares, o microfone e o próprio cabo são projetados para serem trocados quando desgastarem.

É curioso pensar como a indústria de headsets gamer evoluiu. Há alguns anos, a discussão era basicamente sobre surround virtual de 7.1. Hoje, falamos em rastreamento de cabeça, componentes modulares e software com IA. A JBL parece ter entendido que, para competir, precisa oferecer mais do que apenas áudio de qualidade; precisa oferecer uma experiência completa e um produto que dure.

Falando em experiência, a JBL não deixou por menos no lançamento. Contou com a presença de seus embaixadores, as renomadas organizações paiN Gaming e Grêmio eSports. Essas equipes profissionais não estão lá apenas para fazer número; elas testam os equipamentos em treinos e competições de alto nível, fornecendo feedback crucial sobre desempenho e resistência. É um ciclo de desenvolvimento que coloca o jogador no centro, usando o crivo mais exigente possível: o do cenário competitivo profissional.

E isso me faz refletir: será que a chave para conquistar o mercado gamer está justamente nessa combinação entre alta tecnologia e pragmatismo? Oferecer inovação, como o rastreamento de cabeça, mas também soluções simples e inteligentes, como baterias e almofadas substituíveis. Enquanto marcas como a Logitech aposta em edições especiais e a Razer foca em conectividade multiplataforma, a JBL parece estar trilhando seu próprio caminho, enfatizando a longevidade do produto. Só o tempo – e as sessões intensas de jogo – dirão se essa estratégia vai ressoar com o público.

Mas vamos além das especificações técnicas por um momento. O que realmente significa ter um headset com peças substituíveis em 2025? Para mim, isso sinaliza uma mudança de mentalidade importante em um mercado muitas vezes acusado de promover a obsolescência programada. Você já parou para pensar quantos headsets descartou porque uma simples almofada rasgou ou o microfone parou de funcionar? A proposta da JBL, especialmente nos modelos 650 e 250, é quebrar esse ciclo. É um convite para um consumo mais consciente, onde você investe uma vez e mantém o produto funcionando por anos, apenas trocando o que se desgasta. Não é apenas um diferencial de venda; é um posicionamento de marca que pode conquistar um público cansado de produtos descartáveis.

E o software, essa parte tão crucial quanto o hardware? O Quantum Engine parece ter evoluído de um simples equalizador para um centro de comando do áudio. A funcionalidade de visualizar a origem dos sons em tempo real em um radar, por exemplo, não é só um "enfeite". Para jogadores competitivos, especialmente em FPSs como Counter-Strike 2 ou VALORANT, identificar se os passos vêm de uma escada à direita ou de um corredor à esquerda alguns milissegundos mais rápido pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. A personalização por jogo também é um detalhe valioso – afinal, o áudio ideal para um RPG imersivo é completamente diferente do necessário para um shooter tático onde cada ruído é uma pista.

O desafio do mercado brasileiro: preço, percepção e concorrência

Colocar o Quantum 950 na casa dos R$ 2.000 é, sem dúvida, um movimento ousado. Esse é um território disputado por marcas com uma reputação já solidamente construída no gaming. O consumidor brasileiro, especialmente nessa faixa de preço, é extremamente criterioso. Ele não compra apenas um produto; compra a confiança na marca, a certeza do suporte pós-venda e a expectativa de que o investimento valerá a pena por vários anos. A JBL, embora gigante no áudio geral, ainda está construindo essa credibilidade específica no universo gamer. A parceria com a paiN e o Grêmio eSports é um passo inteligente nessa direção, mas será que é suficiente?

Por outro lado, o Quantum 250, por menos de R$ 350, parece uma proposta muito mais tangível para o grande público. Ele compete diretamente com uma infinidade de opções com fio de marcas estabelecidas. Aqui, o diferencial do som espacial JBL e da estrutura com peças substituíveis pode ser um trunfo decisivo. Imagine um jovem jogador comprando seu primeiro headset "sério". A perspectiva de não precisar comprar outro inteiro quando o cabo estragar ou a almofada desgastar é um argumento poderoso para pais e para o próprio usuário, que muitas vezes tem um orçamento limitado.

A estratégia de preços da JBL cria um funil: o Quantum 250 atrai novos usuários para o ecossistema, o 650 retém quem busca wireless e durabilidade, e o 950 mira no topo, disputando a atenção dos entusiastas mais exigentes.

Falando em concorrência, é impossível não comparar. Enquanto a HyperX tem seu forte na durabilidade física e no conforto lendário das almofadas, e a Razer brilha na integração com seu ecossistema RGB e no design agressivo, a JBL parece estar apostando suas fichas na "inteligência" do áudio e na longevidade modular. É uma terceira via interessante. A Logitech, com seus fones da linha Astro, também investe pesado em software avançado (como o Astro Command Center) e som espacial. A batalha, portanto, não se dá mais apenas no driver de 50mm ou no microfone removível; ela acontece dentro do computador, no código do software que processa cada bit de áudio.

Para além do jogo: a vida multitarefa do headset gamer moderno

Um aspecto que muitas análises técnicas ignoram é como esses dispositivos são usados no dia a dia real. Poucos jogadores usam um headset de alto nível apenas para jogar. Ele vira a central de áudio para tudo: assistir a filmes e séries, participar de reuniões de trabalho ou estudo, ouvir música e fazer ligações. A conectividade dupla do 950 e do 650 (2.4GHz + Bluetooth) é um reconhecimento tácito desse comportamento. Você pode estar no jogo via dongle e receber uma notificação do celular no Bluetooth sem interromper a partida.

O cancelamento de ruído ativo (ANC) do topo de linha também ganha uma nova dimensão nesse contexto. Não serve apenas para bloquear o barulho da rua enquanto você joga; é uma ferramenta para criar uma bolha de concentração no home office ou para apreciar uma trilha sonora cinematográfica sem interferências. A JBL, vinda do mundo do áudio consumer, deve entender bem essa necessidade de versatilidade. Será que essa expertise em áudio para múltiplos usos, e não apenas para games, pode ser seu cavalo de batalha contra concorrentes "nascidos no gaming"?

E então, surge a pergunta sobre o futuro. Se componentes substituíveis e software inteligente são o presente, o que vem a seguir? Podemos especular sobre integração mais profunda com engines de jogo, perfis de áudio que mudam automaticamente de acordo com a fase do game em que você está, ou até mesmo recursos de biofeedback que ajustam a equalização com base no seu nível de estresse durante a partida. A indústria não para. O que me intriga é ver se a JBL conseguirá manter o ritmo de inovação em seu software Quantum Engine, que é tão vital quanto o hardware, e se conseguirá fazer a comunidade de jogadores enxergar seus produtos não como "fones da JBL que servem para jogar", mas como "headsets gamer da JBL", ponto final.

A chegada desses novos modelos ao Brasil é mais do que um lançamento de produtos; é um teste de fogo para a estratégia de uma marca que quer mudar as regras do jogo. Eles estão apostando que os jogadores valorizam a permanência tanto quanto a performance. Só que, no calor de uma partida rankeada ou na maratona de um RPG, o que realmente importa para você? A promessa de que daqui a cinco anos você poderá trocar a bateria, ou a certeza de que, neste exato momento, você ouvirá o inimigo se aproximando pelas suas costas com clareza cristalina? A resposta, provavelmente, é um equilíbrio delicado entre os dois. E é nesse equilíbrio que a JBL está tentando se firmar.

Com informações do: Adrenaline