Mod de VR transforma DOOM The Dark Ages em experiência imersiva
O renomado modder Luke Ross acaba de lançar mais uma adaptação em realidade virtual para sua série R.E.A.L. VR, desta vez trazendo o aguardado DOOM The Dark Ages para headsets de VR no PC. A modificação está disponível exclusivamente para apoiadores do seu Patreon no nível VR Friend, que custa US$ 10 mensais.
O método de renderização R.E.A.L. VR utilizado por Ross oferece suporte completo a head tracking e mira baseada no movimento da cabeça, mantendo a essência frenética da franquia DOOM. Porém, diferentemente de alguns mods mais recentes, esta versão ainda não inclui suporte a controles de movimento - exigindo que os jogadores usem um gamepad tradicional para navegar e combater.
Desempenho e compatibilidade
Segundo testes realizados pelo criador de conteúdo Beardo Benjo, o mod apresenta desempenho satisfatório mesmo em cenários de combate intenso. Os testes foram conduzidos em uma configuração high-end com RTX 4090 e Meta Quest 3 conectado via cabo.
Suporte a OptiScaler para uso do FSR da AMD
Incompatibilidade temporária com DLSS Super Resolution
Sistema AER v2 para renderização alternada por olho
Ross já confirmou que está trabalhando em atualizações para resolver a limitação com o DLSS, além de outras melhorias de performance. Curiosamente, o mod permite que usuários de GPUs AMD tenham uma experiência comparável graças à integração com o OptiScaler, ferramenta que habilita o FSR em jogos originalmente otimizados apenas para DLSS.
Histórico conturbado de mods VR
A jornada de Luke Ross no desenvolvimento de mods VR não tem sido sem obstáculos. Em 2022, o modder foi forçado a remover suas adaptações para jogos da Take-Two, incluindo GTA V e Red Dead Redemption 2, após ação legal da publisher.
Felizmente, o caso de DOOM The Dark Ages parece mais seguro juridicamente, já que o mod não requer software de terceiros além do jogo original. Ross mantém uma abordagem cuidadosa com seus projetos recentes, focando em jogos de publishers que demonstraram maior abertura a modificações.
Como experimentar o mod
Para os fãs ansiosos para mergulhar no universo de DOOM em realidade virtual, os requisitos são:
Cópia legítima do jogo na plataforma PC
Headset de VR compatível com Windows (Meta Quest via Link, HTC Vive, Valve Index)
Assinatura no Patreon de Luke Ross (nível VR Friend)
Paciência para configurar conforme as instruções detalhadas
Vale lembrar que, como outros mods da série R.E.A.L. VR, o pacote inclui acesso a todas as 35 conversões disponíveis no Patreon do desenvolvedor. Ross mantém uma comunidade ativa onde os apoiadores podem sugerir melhorias e reportar bugs.
Potencial e limitações da experiência VR
Apesar da empolgação em torno do mod, alguns jogadores relataram desafios específicos com a jogabilidade em VR. O combate frenético de DOOM The Dark Ages, que inclui movimentos rápidos e rotações constantes, pode causar enjoo de movimento em usuários mais sensíveis. Ross recomenda ajustar as configurações de comfort snap e limitar o campo de visão durante os primeiros minutos de jogo.
Por outro lado, a imersão em ambientes como as Catedrais de Sangue e os Abismos Ossudos ganha uma nova dimensão na realidade virtual. Detalhes arquitetônicos que passariam despercebidos na versão tradicional tornam-se impressionantes quando vistos em escala real através do headset. "A sensação de estar dentro desses espaços góticos distópicos é completamente diferente", comenta um tester do mod.
Comparação com outros mods VR da franquia
Esta não é a primeira incursão de DOOM no mundo da realidade virtual. Em 2020, um mod não-oficial para DOOM Eternal causou furor na comunidade, mas foi rapidamente descontinuado devido a problemas técnicos. A abordagem de Ross parece mais sustentável, com:
Atualizações mensais garantidas para correções de bugs
Suporte a múltiplas resoluções de renderização
Opções personalizáveis de interface para VR
Interessantemente, o motor gráfico de DOOM The Dark Ages, uma evolução do idTech 7, mostrou-se particularmente adequado para conversões VR. Seus sistemas de culling geométrico e streaming de texturas ajudam a manter taxas de quadros estáveis mesmo durante as cenas mais caóticas.
O futuro dos mods VR para jogos AAA
A situação legal dos mods de realidade virtual continua nebulosa. Enquanto algumas publishers como Bethesda (da ZeniMax Media) têm uma postura relativamente aberta, outras como Take-Two permanecem firmes contra modificações que alteram fundamentalmente a experiência do jogo. Especialistas apontam que:
Mods que não redistribuem conteúdo protegido têm maior chance de sobreviver
A monetização via Patreon permanece uma área cinzenta
O sucesso comercial de headsets como o Quest 3 está forçando publishers a repensarem estratégias
Neste contexto, a abordagem de Ross - focada em criar valor para jogadores sem violar direitos autorais - pode servir de modelo para outros desenvolvedores independentes. Seu trabalho recente inclui conversões impressionantes para Starfield e Cyberpunk 2077, sempre mantendo o equilíbrio entre inovação e respeito aos termos de serviço.
Reação da comunidade e próximos passos
Nos fóruns de VR, a notícia do mod foi recebida com entusiasmo moderado. Muitos usuários elogiaram a iniciativa, mas expressaram preocupação com o modelo de assinatura obrigatória. "US$10 por mês pode parecer pouco, mas soma-se rapidamente quando você acompanha vários projetos", observa um membro ativo do subreddit r/vrgaming.
Ross já sinalizou que planeja expandir o mod com:
Suporte experimental a controles de movimento para ações específicas
Opções de personalização para armas e HUD
Integração com plataformas de social VR como VRChat
Enquanto isso, a equipe de desenvolvimento da id Software mantém silêncio sobre possíveis planos oficiais para uma versão VR. Considerando o histórico da franquia - que já experimentou com VR em DOOM VFR em 2017 - não seria surpreendente ver um movimento nessa direção no futuro.
Com informações do: Adrenaline
