O sucesso impressionante de DOOM: The Dark Ages

Lançado em 15 de maio, DOOM: The Dark Ages já se tornou o maior lançamento da história da id Software em número de jogadores. A Bethesda Softworks confirmou que o novo título atingiu a marca de 3 milhões de jogadores em tempo recorde - sete vezes mais rápido que DOOM Eternal (2020).

DOOM: The Dark Ages tem menor pico de jogadores no Steam entre todos os jogos da série

O fator Game Pass no desempenho recorde

A comparação com DOOM Eternal requer contexto importante. O jogo anterior não foi lançado no Game Pass inicialmente, enquanto The Dark Ages estreou simultaneamente no Xbox e PC Game Pass. Esse acesso facilitado para milhões de assinantes certamente impulsionou os números iniciais.

Vale lembrar que a Bethesda foi adquirida pela Microsoft em 2021, mudando completamente a estratégia de distribuição. Enquanto DOOM Eternal dependia de vendas diretas, o novo título teve a vantagem de chegar imediatamente ao catálogo de assinatura.

Desempenho no Steam e o mistério das vendas

Os números na plataforma Steam contam uma história diferente. O jogo alcançou um pico modesto de 31.470 jogadores simultâneos, com média de 16.328 nas primeiras 24 horas - abaixo dos títulos anteriores da franquia.

DOOM The Dark Ages

A Bethesda ainda não divulgou números de vendas diretas, o que dificulta uma análise completa do sucesso comercial. Um ponto interessante: enquanto Clair Obscur: Expedition 33 (também no Game Pass) vendeu 2 milhões de cópias a US$50, The Dark Ages chega ao mercado por US$69,99 fora da assinatura.

O PlayStation 5 pode se tornar a plataforma com maior volume de vendas diretas, já que é a única onde os jogadores não têm acesso ao Game Pass. Mas será que o modelo de negócios atual, que privilegia o engajamento sobre vendas unitárias, está realmente beneficiando os desenvolvedores?

Impacto no mercado e reações da comunidade

A estratégia de lançamento do Game Pass está claramente redefinindo as métricas de sucesso na indústria. Enquanto alguns analistas questionam se 3 milhões de 'jogadores' equivalem a 3 milhões de 'vendas', outros argumentam que o modelo tradicional já está ultrapassado. Afinal, quantos desses jogadores teriam comprado o título por US$70 se não estivesse disponível na assinatura?

Nas redes sociais, a divisão de opiniões é visível. Alguns fãs veteranos da série reclamam que o jogo parece 'feito para o Game Pass', com uma campanha mais curta e ênfase em modos cooperativos. Por outro lado, novos jogadores elogiam a acessibilidade: 'Finalmente pude experimentar DOOM sem gastar uma fortuna', comenta um usuário no Reddit.

O futuro dos lançamentos AAA

O caso de DOOM: The Dark Ages levanta questões importantes sobre a sustentabilidade do modelo atual. Com custos de desenvolvimento cada vez maiores, os estúdios estão sob pressão para justificar seus orçamentos. Será que a receita do Game Pass - cujos valores exatos por jogo são sigilosos - consegue competir com vendas diretas?

Dados internos vazados da Microsoft em 2023 sugeriam que a empresa pagava entre US$5-10 milhões para incluir jogos AAA no catálogo. Considerando que The Dark Ages provavelmente custou muito mais para desenvolver, a matemática financeira fica nebulosa. Talvez por isso a Bethesda tenha mantido o preço cheio tão alto fora da assinatura.

Curiosamente, a própria Microsoft parece estar testando diferentes abordagens. Enquanto The Dark Ages chegou day-one no Game Pass, o aguardado Indiana Jones and the Great Circle terá um período de exclusividade nas vendas antes de entrar no catálogo. Um sinal de que até a gigante do Xbox está experimentando com modelos híbridos?

Desafios técnicos e comparações com o antecessor

No aspecto técnico, The Dark Ages introduz mudanças significativas no motor idTech. A implementação experimental de path tracing (chegando na atualização de junho) promete revolucionar a iluminação, mas já causa divisões. Alguns jogadores relatam instabilidade mesmo em hardware topo de linha, enquanto DOOM Eternal rodava suavemente em configurações modestas.

O design de níveis também gerou debates. A abordagem mais linear e narrativa contrasta com a estrutura 'arena-based' que consagrou Eternal. 'Sinto falta da liberdade tática das batalhas anteriores', critica um jogador no Steam. Outros, porém, elogiam a variedade: 'As sequências em veículos e o combate aéreo trazem ar fresco à fórmula'.

Com informações do: Adrenaline