Arm e Epic Games unem forças para levar super resolução ASR ao Fortnite
A Arm anunciou uma parceria com a Epic Games para implementar sua tecnologia de super resolução ASR no popular jogo Fortnite. Essa colaboração promete melhorar significativamente a performance em dispositivos móveis, oferecendo visuais mais nítidos e maior autonomia de bateria.

O ASR (Accuracy Super Resolution) funciona de maneira semelhante a tecnologias como DLSS da NVIDIA ou FSR da AMD. A técnica realiza um upscale da imagem, permitindo que o jogo pareça rodar em resolução mais alta enquanto, na verdade, opera em resolução nativa mais baixa - reduzindo assim a carga no hardware.
Demonstração prática mostra diferença no Fortnite
A Arm não apenas anunciou a parceria, mas também divulgou um vídeo comparativo mostrando o Fortnite rodando com e sem a tecnologia ASR. Embora ainda em fase de testes, a demonstração revela ganhos de performance visíveis, especialmente em dispositivos móveis onde cada frame e watt de energia conta.
Vale notar que, como qualquer tecnologia de upscaling, o ASR não é totalmente livre de compromissos. Algumas concessões visuais são necessárias para alcançar os ganhos de desempenho. Mas considerando que o recurso ainda não está finalizado, há espaço para melhorias antes do lançamento oficial.
Vantagens para desenvolvedores e jogadores
O que torna o ASR particularmente interessante é seu caráter open source e agnóstico. Diferente de soluções proprietárias, qualquer desenvolvedor pode implementá-lo em seus jogos, independentemente da plataforma móvel (Android ou iOS).

Para jogos desenvolvidos na Unreal Engine - como é o caso do Fortnite - a Arm está preparando um plugin que promete simplificar significativamente a implementação do ASR. Essa abordagem pode acelerar a adoção da tecnologia por outros estúdios que utilizam o motor gráfico da Epic.
Embora ainda não haja uma data concreta para o lançamento do ASR no Fortnite, a simples possibilidade de jogar com melhor performance e maior duração de bateria em dispositivos móveis já é motivo de animação para muitos fãs. Resta saber como a tecnologia se comportará em diferentes configurações de hardware e se conseguirá entregar a experiência prometida sem sacrificar demasiadamente a qualidade visual.
Impacto potencial no mercado mobile
A chegada do ASR ao Fortnite pode representar um divisor de águas para o segmento mobile. Com a crescente demanda por jogos de alta qualidade em smartphones, tecnologias que equilibram performance e consumo energético são cada vez mais valiosas. A Arm estima que, em alguns cenários, o ASR pode melhorar a eficiência energética em até 30%, o que significa mais tempo de jogo sem precisar recarregar.
Isso é particularmente relevante considerando que muitos jogadores mobile enfrentam limitações térmicas em seus dispositivos. Após alguns minutos de jogo intenso, é comum que smartphones ativem throttling para reduzir o calor, diminuindo assim o desempenho. O ASR, ao reduzir a carga no GPU, pode ajudar a mitigar esse problema.
Como o ASR se compara a outras soluções
Embora o conceito de super resolução não seja novo, a abordagem da Arm traz algumas diferenças importantes em relação a tecnologias estabelecidas:
Independência de hardware: Ao contrário do DLSS, que requer tensor cores específicas da NVIDIA, o ASR foi projetado para funcionar em qualquer GPU compatível com Arm
Otimização para mobile-first: Enquanto soluções como FSR foram criadas pensando primeiro em PCs, o ASR nasceu com foco nas particularidades dos dispositivos móveis
Menor latência: A Arm afirma que sua implementação adiciona menos de 1ms de latência, crucial para jogos competitivos como Fortnite
Curiosamente, a Epic Games já havia experimentado com tecnologias similares no passado. O Fortnite Mobile chegou a utilizar temporal upscaling em algumas versões, mas com resultados mistos. O ASR parece ser um passo além, combinando técnicas temporais e espaciais para resultados mais consistentes.
Desafios técnicos e limitações
Apesar do potencial, a implementação do ASR no Fortnite não está livre de obstáculos. Um dos maiores desafios é a variedade de hardware móvel no mercado. Enquanto em PCs há relativa padronização, o ecossistema Android especialmente apresenta dezenas de configurações diferentes de GPU, cada uma com suas particularidades.
Outro ponto crítico é a qualidade da reconstrução de imagem em movimento. Tecnologias de upscaling frequentemente sofrem com artefatos visuais durante cenas de ação rápida - justamente quando a performance é mais crucial. Testes preliminares sugerem que o ASR lida melhor com esse cenário que soluções anteriores, mas ainda há relatos de ghosting em situações específicas.
Vale lembrar também que o ASR não é uma solução mágica. Dispositivos muito antigos ou com hardware extremamente limitado podem não se beneficiar significativamente da tecnologia. Em alguns casos, a sobrecarga adicional do processamento do upscaling pode até piorar a experiência, especialmente se o jogo já estiver lutando para manter framerates jogáveis.
O futuro das tecnologias de upscaling
A parceria entre Arm e Epic pode ser apenas o começo de uma tendência maior. Com a indústria de jogos mobile crescendo rapidamente - estima-se que ultrapassará US$ 100 bilhões em receita até 2025 - a demanda por soluções como o ASR só tende a aumentar.
Alguns analistas especulam que, se bem-sucedido no Fortnite, o ASR pode se tornar um padrão de facto para jogos mobile baseados em Unreal Engine. A Epic, por sua vez, tem interesse em promover tecnologias que tornem seu motor mais atraente para desenvolvedores mobile, especialmente considerando a crescente concorrência de alternativas como Unity e Godot.
Há também rumores de que a Arm estaria trabalhando em versões do ASR para outras plataformas além de mobile. Embora ainda não confirmado, isso poderia colocar a tecnologia em competição direta com DLSS e FSR no mercado PC - um movimento que certamente aqueceria ainda mais a competição nesse espaço.
Com informações do: Adrenaline