Quando Elden Ring: Nightreign chegou ao mercado, os jogadores encontraram um conteúdo expansivo que adicionava novas camadas à já rica experiência do jogo base. Mas havia algo faltando – um elemento crucial que impedia a expansão de alcançar todo seu potencial. Agora, com o anúncio do DLC The Forsaken Hallows, a FromSoftware parece ter identificado e corrigido exatamente essa lacuna.

O que faltava em Nightreign

Nightreign introduziu novos territórios para explorar e inimigos desafiadores, mas muitos jogadores notaram que a expansão não integrava completamente esses elementos ao mundo principal de Elden Ring. A sensação era de conteúdo paralelo, quase como uma experiência separada que não conversava adequadamente com a narrativa estabelecida.

E essa desconexão tornava-se mais evidente quando os jogadores retornavam às Terras Intermédias originais. As mecânicas introduzidas em Nightreign pareciam existir em seu próprio ecossistema, sem afetar significativamente a jogabilidade do título principal. Era como ter duas experiências distintas dentro do mesmo jogo.

A correção com The Forsaken Hallows

Com The Forsaken Hallows, a FromSoftware parece ter ouvido o feedback da comunidade. O novo DLC não apenas adiciona conteúdo, mas integra essas adições de maneira orgânica ao mundo existente. Os desenvolvedores entenderam que os jogadores queriam mais do que áreas isoladas – desejavam que essas novas experiências reverberassem por todo o jogo.

O que me surpreende é como a equipe conseguiu manter a identidade única de Elden Ring enquanto expande suas fronteiras. Em vez de simplesmente adicionar mais do mesmo, The Forsaken Hallows parece construir sobre os alicerces estabelecidos, criando uma experiência mais coesa e integrada.

Novos elementos e integração

O DLC introduz novos personagens que não apenas existem em seu próprio vácuo, mas que interagem com facções e NPCs já estabelecidos no jogo base. Essa abordagem cria uma sensação de mundo vivo e em evolução, onde as ações em uma área podem ter consequências em outras.

Os chefes icônicos mencionados não são apenas desafios isolados – eles se conectam à lore existente, expandindo nossa compreensão do universo de Elden Ring de maneiras que Nightreign não conseguiu completamente. E essa, acredito, é a diferença fundamental: onde uma expansão adiciona conteúdo, a outra integra conteúdo.

E pensar que muitos de nós nos perguntávamos se a FromSoftware conseguiria superar a qualidade do jogo base. Aparentemente, a resposta está em não tentar superar, mas sim em complementar e aprofundar o que já funcionava.

O que realmente diferencia The Forsaken Hallows é como ele parece recontextualizar elementos que já conhecíamos. Lembro-me de explorar as Catacumbas Esquecidas no jogo base e encontrar inscrições que não faziam sentido na época – agora, com o DLC, essas mesmas inscrições ganham significado completamente novo. É como se a FromSoftware tivesse planejado essas conexões desde o início, mas reservado sua revelação para o momento certo.

Mecânicas que transcendem as fronteiras do DLC

Uma das críticas mais consistentes sobre Nightreign era que suas novas mecânicas de jogo – como o sistema de corrupção lunar – ficavam confinadas às áreas da expansão. Você dominava essas mecânicas, enfrentava os desafios específicos, e depois... elas se tornavam praticamente irrelevantes ao retornar ao conteúdo principal. Era frustrante, para dizer o mínimo.

The Forsaken Hallows aborda isso de forma brilhante. O sistema de juramentos que introduz, por exemplo, não se limita às novas áreas. Ele afeta como você interage com facções em todo o mundo, alterando diálogos e abrindo opções que antes estavam bloqueadas. De repente, suas escolhas no DLC ecoam através das Terras Intermédias, criando uma experiência verdadeiramente unificada.

E não são apenas sistemas grandes – até pequenas adições como os novos gestos têm mais utilidade do que você poderia imaginar. Descobri que um gesto específico do DLC permite acessar áreas secretas no jogo base que antes eram inacessíveis. São essas conexões sutis que transformam uma boa expansão em uma experiência essencial.

A evolução do design de níveis

O que me impressiona particularmente é como a FromSoftware parece ter aprendido com seus próprios erros. As áreas de Nightreign, embora visualmente impressionantes, muitas vezes seguiam fórmulas que já conhecíamos do jogo base. The Forsaken Hallows, por outro lado, introduz layouts de nível que desafiam nossas expectativas.

Take the Sunken Citadel – uma área que inicialmente parece linear, mas que se revela tridimensional de formas surpreendentes. Você pode literalmente ver áreas que visitará horas depois, criando uma sensação de antecipação que raramente experimentamos em Nightreign. E o mais importante: muitos desses espaços se conectam fisicamente a locais familiares do jogo original, eliminando aquela sensação de desconexão que atormentava a expansão anterior.

Não se trata apenas de escala ou quantidade de conteúdo. É sobre como esse conteúdo se relaciona com o todo. Quando você descobre que aquele caminho secreto nas Terras Altas de Liurnia agora leva a uma área completamente nova do DLC, a sensação é de que o mundo realmente cresceu – não apenas ganhou um anexo.

Integração narrativa que respeita o jogador

Talvez a lição mais importante que a FromSoftware aprendeu seja sobre como contar histórias em um mundo aberto. Nightreign frequentemente caía na armadilha de contar sua própria história isolada, com personagens que pareciam existir apenas para a expansão. The Forsaken Hallows evita isso magistralmente.

Os novos personagens não apenas têm suas próprias motivações – eles comentam sobre eventos do jogo base, referem-se a NPCs que já conhecemos, e suas histórias se entrelaçam com narrativas que pensávamos ter resolvido. É particularmente interessante como certos diálogos com personagens originais mudam dependendo do seu progresso no DLC, criando uma sensação de que o mundo continua evoluindo mesmo depois de centenas de horas.

E essa abordagem se estende até aos itens e descrições de lore. Aquele artefato misterioso que você encontrou nas Profundezas Sombrias? Ele pode ter novas descrições após certos eventos no DLC, revelando conexões que nunca imaginávamos. São esses detalhes que transformam uma expansão de conteúdo em uma expansão de significado.

A verdade é que a FromSoftware sempre foi mestre em criar mundos coesos – mas com Elden Ring, o desafio de escala parece tê-los pegado desprevenidos inicialmente. Com The Forsaken Hallows, eles não apenas corrigiram os problemas de Nightreign, mas demonstraram uma compreensão mais profunda do que torna um mundo aberto verdadeiramente vivo e interconectado.

Com informações do: IGN Brasil