Estúdio enfrenta crise após mudança de estratégia da Sony
O estúdio Sony Bend, responsável pelo aclamado jogo Days Gone, está passando por um momento delicado. Segundo informações de Jason Schreier, da Bloomberg, cerca de 30% dos funcionários foram demitidos nesta semana - o que representa aproximadamente 40 profissionais em diversas áreas.
Essa drástica medida vem como consequência direta da decisão da Sony de cancelar um jogo live-service que estava em desenvolvimento há anos. A mudança de estratégia da gigante japonesa, que decidiu reduzir seu foco nesse modelo de negócios, deixou o estúdio em uma situação complicada.

Um futuro incerto para o estúdio
Com 33 anos de história, a Sony Bend tem Days Gone (2019) como seu trabalho mais recente. Desde então, o estúdio teve uma sequência recusada pela Sony e viu um novo projeto de IP original ser cancelado no início deste ano. Agora, a possibilidade de que a empresa não lance nenhum título inédito durante toda a geração do PlayStation 5 se torna cada vez mais real.
O que mais preocupa é que, enquanto foi forçada a abandonar projetos em andamento, a Bend ainda não tem garantias sobre o sucesso de suas novas ideias. O estúdio está tentando engatar um novo projeto, mas o caminho à frente parece cheio de incertezas.
Enquanto isso, a Bluepoint Games - outro estúdio da Sony conhecido por remasters e que também teve projetos cancelados recentemente - pode enfrentar destino semelhante. Relatos indicam que a empresa estava desenvolvendo um multiplayer no universo de God of War antes do cancelamento.
Fonte: Jason Schreier/BlueSky
Impacto nas equipes e na indústria
As demissões na Sony Bend refletem um padrão preocupante na indústria de jogos. Apenas nos últimos 12 meses, mais de 10 mil profissionais foram demitidos em estúdios de todo o mundo. O que torna esse caso particularmente alarmante é que muitos dos funcionários dispensados estavam na empresa há mais de uma década, contribuindo significativamente para a identidade do estúdio.
Fontes internas relatam que o clima na Bend é de "desânimo generalizado". Alguns desenvolvedores que permaneceram na equipe expressaram preocupação sobre a capacidade de manter a qualidade do trabalho com equipes tão reduzidas. Afinal, como produzir jogos AAA com equipes enxutas?
O dilema dos live-service games
A mudança de rumo da Sony em relação aos jogos live-service levanta questões importantes. Por um lado, títulos como Helldivers 2 provam que o modelo pode ser lucrativo. Por outro, os altos custos de desenvolvimento e manutenção tornam esses projetos arriscados - especialmente para estúdios menores como a Bend.
Analistas apontam que a Sony pode estar reagindo ao fracasso recente de vários live-service games de grande orçamento. O caso mais emblemático foi o Concord da Firewalk Studios, que teve desempenho abaixo do esperado apesar do investimento massivo.
Curiosamente, essa não é a primeira vez que a Bend enfrenta desafios com a Sony. Durante o desenvolvimento de Days Gone, relatos indicavam tensões entre o estúdio e a liderança da PlayStation devido a prazos apertados e diferenças criativas. Será que essa história se repetirá com o próximo projeto?
O que esperar do futuro?
Rumores sugerem que a Sony Bend pode estar sendo preparada para trabalhar em remakes ou sequências de IPs estabelecidos, em vez de criar novas franquias. Essa abordagem mais conservadora reduziria os riscos, mas também limitaria a criatividade do estúdio - algo que sempre foi sua marca registrada.
Enquanto isso, a comunidade de fãs de Days Gone continua ativa, pressionando a Sony por uma sequência. Uma petição online pedindo Days Gone 2 já reuniu mais de 100 mil assinaturas. Mas com a equipe original drasticamente reduzida, será que um eventual Days Gone 2 manteria a essência do primeiro jogo?
Com informações do: Adrenaline