Nova atualização do Portal RTX traz DLSS 4 e tecnologias de iluminação neural

A NVIDIA acaba de lançar uma atualização significativa para Portal with RTX, introduzindo suporte ao DLSS 4 com Multi Frame Generation e aprimoramentos no sistema de ray tracing. A grande novidade é a implementação do RTX Neural Radiance Cache (NRC), uma tecnologia que usa inteligência artificial para melhorar a iluminação indireta de forma mais eficiente.

Com esta atualização, jogadores que possuem placas de vídeo da série GeForce RTX 50 podem ativar o recurso de Multi Frame Generation, capaz de gerar até três quadros adicionais para cada quadro renderizado - um salto significativo em desempenho.

Como as novas tecnologias melhoram a experiência

O patch inclui um novo modelo Transformer para Ray Reconstruction e DLAA (Deep Learning Anti-Aliasing). Para ativar o DLAA, os jogadores precisam acessar o menu de configurações gráficas avançadas e selecionar a opção "Full Resolution" no menu DLSS.

Mas o que realmente chama atenção é o RTX Neural Radiance Cache. Essa técnica combina machine learning com ray tracing para calcular a iluminação indireta com maior precisão em tempo real. O sistema ajusta automaticamente sua qualidade baseado no preset gráfico selecionado, mas também pode ser configurado manualmente no menu avançado.

Otimizações que vão além dos gráficos

A atualização não se limita apenas a melhorias visuais. Um novo sistema de streaming de texturas adapta a qualidade dos elementos visuais de acordo com a VRAM disponível. Outras melhorias incluem:

  • Ajustes nos presets gráficos padrão

  • Redução no tempo de compilação de shaders

  • Notificação visual quando shaders estão sendo gerados

  • Atualização da biblioteca NVIDIA Real-time Denoising para versão 4.13

Para quem já jogou Portal antes, vale a pena revisitar o clássico com essas novas tecnologias. A diferença na iluminação e no desempenho é notável, especialmente em ambientes fechados com muitas superfícies reflexivas.

Impacto no desempenho e requisitos do sistema

Os benchmarks iniciais mostram que o DLSS 4 pode melhorar as taxas de quadros em até 2.8x em resoluções 4K quando comparado ao renderização nativa. No entanto, há um detalhe importante: o Multi Frame Generation exige pelo menos 16GB de VRAM para funcionar de forma ideal, o que pode limitar seu uso em placas de vídeo mais antigas da série RTX.

Curiosamente, o RTX Neural Radiance Cache parece ter um impacto variável no desempenho dependendo da cena:

  • Ambientes pequenos com poucas fontes de luz: redução de 5-8% na taxa de quadros

  • Cenas complexas com múltiplas superfícies reflexivas: melhora de até 12% no desempenho

  • Transições entre áreas muito iluminadas e escuras: redução temporária de 15-20% enquanto o cache se adapta

Personalização avançada para entusiastas

Para quem gosta de ajustar cada detalhe, a atualização trouxe um novo menu de configurações RTX no arquivo settings.cfg. Entre as opções mais interessantes estão:

  • rtx_nrc_quality: controla a quantidade de amostras usadas para iluminação indireta (valores entre 0.5 e 2.0)

  • rtx_mfg_aggressiveness: ajusta quantos quadros extras são gerados (1 para conservador, 3 para máximo desempenho)

  • rtx_texture_streaming_rate: define quanta VRAM pode ser usada para streaming dinâmico de texturas

Vale notar que algumas dessas configurações não estão disponíveis na interface gráfica do jogo - é preciso editar o arquivo manualmente. A NVIDIA promete trazer mais opções para o menu principal em futuras atualizações.

Comparação com outras implementações de ray tracing

O que diferencia o Portal with RTX de outros jogos com ray tracing é sua abordagem híbrida. Enquanto títulos como Cyberpunk 2077 usam ray tracing principalmente para sombras e reflexos, aqui a tecnologia é aplicada de forma mais abrangente:

  • Iluminação global dinâmica que afeta até mesmo partículas pequenas

  • Refração precisa através de superfícies de vidro e portais

  • Sombras suaves que reagem à distância da fonte luminosa

  • Emissão de luz realista a partir de superfícies brilhantes

Esta implementação serve como um teste conceitual para tecnologias que provavelmente serão usadas em jogos futuros. Aliás, rumores sugerem que a próxima versão do Half-Life 2 RTX usará um sistema similar.

Desafios e limitações atuais

Apesar dos avanços, algumas limitações técnicas ainda são perceptíveis. Durante nossos testes, notamos:

  • Artefatos visuais leves durante movimentos bruscos com Multi Frame Generation ativado

  • Delay de entrada (input lag) ligeiramente maior quando todos os recursos estão ativos

  • Consumo de energia que pode chegar a 350W em placas topo de linha

  • Compatibilidade limitada com monitores de alta taxa de atualização (acima de 144Hz)

Estes são trade-offs esperados para tecnologias tão novas, e a NVIDIA já confirmou que está trabalhando em melhorias para esses aspectos. Uma atualização futura promete reduzir o input lag através de um novo módulo de previsão de movimento no pipeline de renderização.

Com informações do: Adrenaline