Servidores do jogo são desligados após identificação de vulnerabilidades
Os servidores de PC de Call of Duty: WWII foram desativados temporariamente pela Activision devido a riscos de segurança identificados no jogo. A medida ocorre pouco depois do título ter sido adicionado ao catálogo do Xbox Game Pass em julho, o que trouxe um novo público para o jogo de 2017.
Este não é um problema isolado. Diversos jogos antigos da franquia Call of Duty vêm enfrentando vulnerabilidades similares nos últimos anos. Em 2021, por exemplo, Modern Warfare 2 e Black Ops 3 também tiveram que lidar com falhas críticas que permitiam até mesmo acesso remoto aos computadores dos jogadores.
O que os jogadores podem esperar?
Enquanto os servidores permanecem offline, os fãs do jogo ficam sem acesso ao modo multiplayer. A Activision ainda não divulgou um prazo para a solução do problema, mas costuma ser rápida nessas situações. Vale lembrar que:
O modo campanha single-player continua disponível
Não há evidências de que contas tenham sido comprometidas
Consoles não foram afetados por esta medida
Para quem está descobrindo o jogo agora através do Game Pass, a situação é particularmente frustrante. Call of Duty: WWII chegou ao serviço de assinatura da Microsoft como parte da celebração do aniversário de 20 anos da franquia, junto com outros títulos clássicos como Black Ops 6.
O desafio de manter jogos antigos seguros
Manter títulos mais antigos seguros tem se mostrado um desafio constante para a Activision. Com engines desatualizadas e equipes menores dedicadas a esses jogos, brechas de segurança acabam surgindo - especialmente quando um influxo repentino de jogadores ocorre, como aconteceu com a chegada ao Game Pass.
Alguns especialistas em segurança cibernética argumentam que a solução ideal seria disponibilizar os códigos-fonte desses jogos antigos para a comunidade, permitindo que fãs possam criar patches não-oficiais. Mas essa abordagem dificilmente seria adotada por uma grande empresa como a Activision.
Impacto na comunidade e reações dos jogadores
A decisão da Activision gerou uma onda de discussões nas redes sociais e fóruns especializados. Enquanto alguns jogadores elogiam a postura preventiva da empresa, outros criticam a falta de manutenção proativa em jogos que continuam sendo comercializados. "É frustrante pagar por um jogo que fica inacessível sem aviso prévio", comentou um usuário no Reddit.
Curiosamente, este incidente reacendeu o debate sobre a preservação de jogos multiplayer. Muitos títulos antigos já se tornaram completamente inacessíveis quando seus servidores foram desligados permanentemente. Será que estamos caminhando para um futuro onde jogos mais recentes também terão sua vida útil limitada por questões de segurança?
Lições para o futuro da indústria
O caso de Call of Duty: WWII levanta questões importantes sobre como a indústria de games lida com seu legado. Com a popularidade crescente de serviços como Game Pass e PlayStation Plus, que revivem títulos antigos, as empresas precisam desenvolver estratégias mais robustas para manter esses jogos seguros.
Investimento em equipes dedicadas à manutenção de títulos antigos
Atualizações de segurança regulares, mesmo para jogos fora do ciclo principal de suporte
Comunicação mais transparente com os jogadores sobre o status dos servidores
Possibilidade de modos offline alternativos para quando os servidores estiverem indisponíveis
Vale notar que este não é um problema exclusivo da Activision. Grandes franquias como Battlefield e Halo também enfrentaram desafios semelhantes com seus títulos mais antigos. A diferença é que, no caso de Call of Duty, a base de jogadores ativos costuma ser significativamente maior, ampliando o impacto de qualquer interrupção.
O lado técnico das vulnerabilidades
Embora a Activision não tenha divulgado detalhes específicos sobre as falhas encontradas em Call of Duty: WWII, especialistas em segurança de games apontam alguns problemas comuns em títulos dessa geração:
Muitos jogos da era PS4/Xbox One foram desenvolvidos com protocolos de rede que hoje são considerados obsoletos. Sistemas de autenticação fracos, falta de criptografia adequada e dependência de bibliotecas desatualizadas criam brechas que hackers modernos podem explorar com relativa facilidade.
Pior ainda: algumas dessas vulnerabilidades podem ser "importadas" de outros títulos da franquia. Como muitos jogos Call of Duty compartilham componentes de código, uma falha descoberta em um jogo recente pode acabar revelando problemas em títulos mais antigos que usam sistemas similares.
Com informações do: IGN Brasil