O Legado Perdido nos Corredores do Tempo
Quantas vezes um jogo revolucionário some nas sombras de seus sucessores? A indústria dos games está cheia de títulos que, por caprichos do destino ou escolhas de mercado, viraram meras notas de rodapé na história das grandes franquias. Prepare-se para uma jornada por becos menos movimentados do universo gamer – onde até os fãs mais fervorosos podem encontrar surpresas.
Pioneiros sem Glória
Antes de Red Dead Redemption conquistar corações com seu mundo aberto épico, Red Dead Revolver (2004) já montava em cavalos pixelados no PS2. Com missões lineares e tiroteios frenéticos, esse avô esquecido da série mostra como até a Rockstar começou pequena. Curiosamente, ainda está disponível por R$ 79,90 nas lojas da Sony – um achado para colecionadores.
E quem diria que a lendária Liberty City de GTA 4 já havia sido palco de Chinatown Wars (2009)? Esse título isométrico para Nintendo DS chegou a incluir até minigames de tráfico de drogas usando a tela touch. Hoje, sobrevive apenas no Android por R$ 24,99 – relíquia digital que poucos se lembram de procurar.
Experimentos Ousados
Quando a Square Enix resolveu transformar Lara Croft em peça de tabuleiro com Lara Croft Go (2015), criou uma das reinvenções mais curiosas da história. Por R$ 25 no celular, você controla a exploradora em quebra-cabeças táticos – distante dos parkour em 3D, mas ainda cativante.
Já o Fallout Shelter (2015) provou que gerir um abrigo nuclear pode ser tão viciante quanto explorar o wasteland. De graça e leve, esse sim casual esconde desafios complexos de gestão de recursos – perfeito para quem quer um gostinho da série no metrô.
Vítimas do Timing
Enquanto o mundo se encantava com o Paris revolucionário de Assassin's Creed Unity em 2014, Rogue chegava nas antigas PS3/Xbox 360 como irmão menos popular. A história de Shay Cormac traindo os Assassinos merecia mais holofotes – hoje disponível no Game Pass por R$ 59,99.
Na transição para a mitologia nórdica, God of War: Ascension (2013) ficou preso no PS3 como último suspiro grego. Quem tem o console empoeirado pode reviver a fúria de Kratos contra as Fúrias – antes que o pai de Atreus roubasse toda a atenção.
Joias Escondidas nas Entrelinhas
Quem imaginaria que a franquia Alien, marcada pelo terror em primeira pessoa, renderia um estratégico competente como Dark Descent (2023)? Por R$ 139 no PC, você comanda esquadrões contra xenomorfos – prova de que até IPs consagrados podem surpreender em gêneros inusitados.
E no mundo de Zelda, The Minish Cap (2004) permanece como pérola escondida do Game Boy Advance. Sua mecânica de encolhimento inspiraria até Breath of Wild, mas muitos fãs modernos nunca pisaram nesse microcosmo mágico – agora acessível no Switch Online.
Spin-offs que Desafiaram Expectativas
Quem lembra do Metal Gear Acid (2004)? Enquanto a série de Kojima brincava com stealth político, este spin-off para PSP transformou Snake em peão de um jogo de cartas tático. Com mecânicas que misturavam deck-building e combate por turnos, chegou a ter duas sequências – mas hoje é mais fácil encontrar físicos por R$ 300 em sebos do que downloads digitais. Uma raridade que prova como até franquias ultra-sérias podem dar guinadas absurdas.
E que tal um Tomb Raider... de karaokê? Lara Croft: Reflections (2013) começou como app móvel experimental onde a heroina cantava hits dos anos 80 para acalmar espíritos antigos. A Ubisoft apagou o jogo após 6 meses, mas vídeos no YouTube preservam essa bizarrice sonora – quem diria que a caçadora de relíquias tinha vocação para diva pop?
Remakes que Viraram Paradoxos Temporais
Antes do remake de Resident Evil 2 arrasar em 2019, Capcom já havia refeito o primeiro jogo de forma magistral para GameCube em 2002. O curioso? Resident Evil: Deadly Silence (2006) levou esse remake de volta ao DS com minigames de touchscreen – incluindo uma cena onde você precisava assoprar o mic para apagar incêndios. Hoje, é um exercício de nostalgia dupla: remake de um remake perdido no tempo.
Na terra dos paradoxos, ninguém supera a Square Enix. Final Fantasy IV: The After Years (2008) começou como jogo mobile episódico que expandia a história décadas depois do original. O problema? Sua estrutura de 'capítulos pagos' foi tão criticada que, quando relançado no Steam por R$ 67, muitos fãs nem perceberam que era uma sequência legítima – pensaram ser apenas DLC reciclada.
Jogos Cancelados que Viraram Lenda
O cemitério digital guarda tesouros como Star Wars 1313, projeto da LucasArts abandonado após a venda para Disney. Protótipos vazados mostram um Boba Fett adulto em corredores subterrâneos de Coruscant – gameplay tão promissor que inspirou elementos em The Mandalorian. Hoje, fãs recriam o jogo em engines modernas, enquanto a EA cobra R$ 299 por figuras de ação baseadas em conceitos nunca implementados.
Na franquia Silent Hill, o cancelamento de P.T. (2014) gerou mitologia própria. O demo jogável que aterrorizou o PS4 continua sendo 'revivido' através de mods em outros jogos – recentemente, alguém recriou o corredor maldito no Roblox. E pensar que Konami ainda tenta apagar esse fantasma digital, enquanto fãs pagam até R$ 1500 por consoles com a demo original intacta...
Franquias que Mudaram de Gênero (e quase ninguém notou)
Antes de Overwatch dominar o hero shooter, Blizzard já havia lançado World of Warcraft: The Burning Crusade (2007) com... um jogo de tabuleiro incluso na edição colecionador. Sim, WoW: The Board Game permitia até 6 jogadores em batalhas épicas de 8 horas – hoje vale mais que ouro em leilões, com preços partindo de R$ 1200 para cópias seladas.
E quem apostaria que Mario já foi astro de visual novel? Super Mario Adventures (1992) no Nintendo Power Magazine usava o encanador em histórias em quadrinhos interativas, onde jogadores escolhiam diálogos. Recentemente, fãs fizeram ROM hacks recriando a experiência – ilegal, claro, mas prova que até a Nintendo já ousou em gêneros improváveis.
Ports que Reinterpretaram a Obra Original
Quando a Sega tentou trazer Sonic the Hedgehog para o N-Gage em 2003, o resultado foi um platformer... em terceira pessoa. Sim, o ouriço azul rodopiava em eixos 3D rudimentares enquanto você segurava o celular de lado. Considerado uma das piores adaptações da história, hoje é item de culto – cópias do cartão MMC atingem R$ 500 entre colecionadores de hardware obscuro.
Já a tentativa da Rockstar com Grand Theft Auto: Chinatown Wars no PSP Go (2009) merece menção honrosa. A versão física veio em... cartão de armazenamento interno? Quem comprou o jogo físico precisava transferi-lo para a memória do console – um DRM involuntário que hoje faz dessa edição uma raridade avaliada em até R$ 900 nas comunidades de colecionadores.
Com informações do: www.techtudo.com.br