Jogando Fortnite a 36 mil pés de altitude

A cena parece saída de um filme de ficção científica, mas aconteceu de verdade: o streamer norte-americano Tfue conseguiu uma vitória no Fortnite durante um voo de 6 horas da Qatar Airways para o Reino Unido, utilizando a internet via satélite da Starlink.

O feito viralizou nas redes sociais e até chamou a atenção de Elon Musk, fundador da SpaceX, que respondeu com um simples "Cool" no X (antigo Twitter).

Setup improvisado e vitória nos céus

Com um setup improvisado sobre a bandeja de refeições da classe executiva, Tfue conectou teclado e mouse à tela do avião e, em poucos minutos, conquistou o tão desejado "Victory Royale", eliminando cerca de 12 oponentes - tudo isso a bordo de um Airbus A350, uma das aeronaves mais modernas da frota da Qatar Airways.

No vídeo que circula pelas redes, o próprio Tfue comenta: "Colocaram Starlink no avião, dá pra jogar online de boa!". E de fato, a conexão mostrou-se estável o suficiente para uma partida competitiva sem interrupções ou lag, algo que seria impensável em voos até poucos anos atrás.

Tfue realmente levou o conceito de jogar em qualquer lugar ao extremo. Com o Starlink a bordo, o céu literalmente deixou de ser o limite

A nova era da conectividade aérea

A Starlink, rede de internet via satélite desenvolvida pela SpaceX, tem revolucionado a experiência de conectividade a bordo. A Qatar Airways é uma das primeiras companhias a adotar a tecnologia, oferecendo Wi-Fi gratuito e com velocidades próximas às do solo em rotas premium de longa distância.

A integração tem sido feita gradualmente, alinhada à manutenção programada das aeronaves. A companhia aérea, aliás, foi eleita a melhor do mundo em 2024 pelo Skytrax Awards, e segue apostando em diferenciais de serviço.

eSports nos ares?

A repercussão do feito de Tfue levanta uma questão interessante: estamos entrando na era dos eSports em pleno voo? A combinação de tecnologia avançada, internet confiável e dispositivos portáteis pode abrir caminho para novas experiências de entretenimento a bordo.

Embora ainda pareça um privilégio de poucos, iniciativas como essa mostram o potencial de democratizar a jogatina nos ares. Se depender da tecnologia, o próximo campeonato de Fortnite pode muito bem acontecer entre nuvens.

Fonte: Dexerto (X.com)

Desafios técnicos e limitações da jogatina aérea

Apesar do sucesso da transmissão, jogar em um avião não é tão simples quanto parece. O próprio Tfue relatou alguns desafios durante a partida, como a necessidade de ajustar a sensibilidade do mouse devido ao espaço limitado na bandeja e a dificuldade de concentração com os ruídos da cabine. "Você não imagina como é estranho ouvir os motores enquanto tenta escutar os passos dos inimigos no jogo", brincou o streamer em seu canal.

Setup de jogo improvisado no avião

Especialistas em aviação apontam que, embora a tecnologia Starlink tenha revolucionado a conectividade, ainda existem limitações físicas. A pressurização da cabine, a umidade do ar e até mesmo pequenas turbulências podem afetar a experiência do jogador. "Não é o ambiente ideal para competições de alto nível, mas certamente é uma experiência divertida para viagens longas", comenta Ricardo Oliveira, especialista em tecnologia aeronáutica.

O futuro dos jogos em voos

A Qatar Airways já estuda parcerias com desenvolvedoras de jogos para criar experiências exclusivas a bordo. Rumores indicam que a companhia pode lançar em breve um "modo avião" especial para alguns títulos populares, com servidores dedicados e configurações otimizadas para jogar em altitude.

  • Possibilidade de torneios a bordo em voos selecionados

  • Parcerias com marcas de periféricos para kits de viagem

  • Salas de realidade virtual em aeronaves de nova geração

Outras companhias aéreas também estão de olho nesse mercado. A Emirates, por exemplo, testou recentemente consoles Xbox Series S em voos de longa distância, enquanto a Singapore Airlines oferece tablets com jogos pré-instalados para passageiros da classe executiva.

Reação da comunidade gamer

A façanha de Tfue dividiu opiniões entre os jogadores. Enquanto alguns celebram a inovação, outros questionam se vale a pena investir em jogatina durante voos. "Prefiro dormir ou assistir um filme", comentou um usuário no Reddit. Já outro defendeu: "Para quem faz voos transatlânticos frequentemente, isso pode ser um divisor de águas".

"O que mais me impressionou foi a latência. Joguei com cerca de 60ms de ping, o que é perfeitamente aceitável para Fortnite" - Tfue em entrevista ao Dexerto

O debate se estende também às questões de etiqueta a bordo. Alguns passageiros reclamaram nas redes sociais sobre a possibilidade de voos se transformarem em "lan houses voadoras", com teclados mecânicos barulhentos e conversas animadas durante a noite. A Qatar Airways ainda não se pronunciou sobre possíveis regulamentações para o uso de periféricos em voos.

Impacto no mercado de eSports

Analistas do setor acreditam que a jogatina em voos pode abrir novas oportunidades para patrocínios e parcerias. Marcas de hardware já demonstraram interesse em desenvolver produtos específicos para essa modalidade, como mouses compactos e teclados silenciosos para uso em aviões.

"Estamos diante de um novo nicho de mercado", afirma Marina Santos, especialista em tecnologia para viagens. "Assim como surgiram acessórios para trabalho em voo, veremos produtos otimizados para jogos aéreos".

Com informações do: Adrenaline