Depois da Nintendo e Microsoft aumentarem os preços de seus consoles e jogos, a Sony parece estar seguindo o mesmo caminho. A empresa japonesa está considerando repassar aos consumidores os impactos das tarifas comerciais impostas pelo governo dos EUA, o que pode tornar o PlayStation 5 mais caro em todo o mundo.

O impacto das tarifas de Trump

O "tarifaço" anunciado pelo ex-presidente americano Donald Trump está pesando no bolso da Sony. Segundo o último relatório financeiro da empresa, essas medidas podem reduzir o lucro operacional em impressionantes 100 bilhões de ienes (cerca de US$ 650 milhões).

Durante a apresentação dos resultados, Lin Tao, diretora financeira da Sony, foi direta ao ponto: "Estamos considerando repassar parte desse custo aos consumidores e ajustar a alocação de remessas". Uma declaração que deixou claro que o aumento de preço do PS5 está realmente na mesa.

Console PS5 em destaque

Alternativas em estudo

A Sony não está colocando todos os ovos na mesma cesta. Hiroki Totoki, CEO da empresa, revelou que outra opção seria transferir a produção do PS5 para os Estados Unidos. "Pode ser produzido localmente", afirmou Totoki, descrevendo essa estratégia como "eficiente e que precisa ser considerada daqui para frente".

Mas será que essa mudança resolveria o problema? Ainda não se sabe quanto tempo esse processo levaria ou qual seria seu impacto real nos negócios da Sony. Com a relação instável entre EUA e China, a gigante japonesa parece estar avaliando cuidadosamente todas as opções.

O cenário no Brasil e no mundo

No Brasil, o preço do PS5 tem se mantido relativamente estável, com boas promoções aparecendo regularmente. Porém, os fãs já sentiram no bolso o aumento nos preços dos jogos exclusivos, como Ghost of Yotei e Death Stranding 2, que agora custam R$ 400.

Vale lembrar que este não seria o primeiro reajuste no valor do console. A Sony já aumentou o preço do PS5 no Japão no ano passado e, mais recentemente, no Reino Unido, Austrália e Nova Zelândia.

Enquanto isso, o relatório financeiro mostra que a Sony vendeu 77,8 milhões de unidades do PS5 até 31 de março de 2025. Um número impressionante, mas que ficou ligeiramente abaixo das vendas do PS4 no mesmo período.

Via: The Verge

Como os consumidores estão reagindo?

Nas redes sociais, a possibilidade de um novo aumento já causa preocupação entre os fãs. "Comprei meu PS5 há seis meses e já paguei caro. Se subir mais, vou ter que esperar muito para comprar jogos novos", lamenta Carlos Eduardo, um gamer de São Paulo, em post no Twitter.

Fóruns especializados também estão cheios de discussões sobre o tema. Alguns usuários argumentam que a Sony poderia absorver parte dos custos, já que o preço dos componentes eletrônicos vem caindo nos últimos meses. Outros apontam que, mesmo com aumento, o PS5 continuaria sendo um bom custo-benefício comparado a PCs gamers de mesma capacidade.

Console PS5 em uso

O que dizem os analistas?

Especialistas do mercado de games têm opiniões divididas. Para Daniel Green, da consultoria GamesBeat, "a Sony está entre a cruz e a espada". Ele explica: "Por um lado, precisa manter margens saudáveis para investir em novos exclusivos. Por outro, não pode afastar os consumidores com preços proibitivos".

Já a analista Maria Fernandez, do site TechRadar, acredita que a estratégia pode ser diferente por região: "Na Europa e EUA, onde o poder aquisitivo é maior, a Sony pode arriscar aumentos moderados. Em mercados emergentes como o Brasil, talvez mantenham os preços atuais e compensem com cortes em promoções".

  • Preço médio do PS5 no Brasil: R$ 3.899 (versão com leitor de disco)

  • Preço nos EUA: US$ 499 (pode subir para US$ 549)

  • Preço no Japão: ¥66.980 (já aumentou 10% no último ano)

O futuro da produção

A mudança da produção para os EUA não seria simples. Atualmente, a maioria dos PS5 é montada na China, com componentes vindos de diversos países asiáticos. "Realocar fábricas inteiras é um processo que pode levar anos e exigir investimentos bilionários", alerta o professor de economia Takeshi Yamamoto, da Universidade de Tóquio.

Curiosamente, a Microsoft enfrentou desafios semelhantes com o Xbox Series X, mas optou por diversificar sua produção mais cedo. Será que a Sony está atrasada nessa estratégia? Alguns investidores já cobram ações mais rápidas da liderança da empresa.

Enquanto isso, rumores indicam que a próxima revisão do hardware do PS5, prevista para 2026, pode trazer mudanças significativas na estrutura de custos. Seria essa a saída para evitar aumentos drásticos? A indústria aguarda ansiosa por mais detalhes.

Com informações do: FlowGames