O que é VRAM e por que ela importa?

Assim como a memória RAM do sistema, a VRAM armazena dados gráficos que a placa de vídeo precisa acessar rapidamente para exibir imagens na tela. Essa memória trabalha em conjunto com a GPU para realizar tarefas como renderização de imagens, armazenamento de texturas e outros processos gráficos.

O termo VRAM vem do inglês "Video Random Access Memory", que pode ser traduzido para "Memória de Acesso Aleatório de Vídeo". Mas, em português, ela é mais conhecida como "RAM de vídeo". Profissionais como designers gráficos, modeladores 3D, engenheiros e gamers exigem muito mais da placa de vídeo do que usuários casuais, o que faz da VRAM um componente essencial nesses casos.

Desvendando os mitos sobre VRAM

Seja para jogar com todas as configurações no máximo e com FPS estáveis, ou para lidar com projetos gráficos detalhados, a VRAM tem papel importante na hora de escolher a melhor placa de vídeo. Por isso, vamos esclarecer algumas ideias equivocadas sobre ela.

zoom em placa de memória

1. 8 GB de VRAM já não são suficientes para jogos

Em primeiro lugar, é importante enfatizar que a quantidade de VRAM necessária em um computador depende bastante do uso que você pretende dar a ele. Assim, placas com 8 GB de VRAM ainda dão conta de muitos jogos, especialmente títulos mais antigos ou leves.

Por outro lado, se você pretende jogar títulos recentes, ativar texturas em alta qualidade e usar recursos como ray tracing, 8 GB pode ser o limite do suficiente. Mesmo tecnologias como DLSS ou FSR, que ajudam a melhorar a performance, ainda dependem de uma quantidade mínima de VRAM para funcionar bem.

2. A VRAM não aumenta por conta da largura de banda de memória

A largura de banda da memória determina a velocidade com que os dados trafegam entre a GPU e a VRAM. Em placas intermediárias, adicionar mais memória nem sempre significa ganhos de desempenho, já que a GPU pode não ser rápida o suficiente para lidar com tanto volume de dados.

Temperatura ideal de GPU ou CPU

Hoje em dia, resoluções mais altas como 1440p ou 4K exigem que a GPU gere muito mais pixels. Além disso, efeitos como ray tracing tornam tudo ainda mais pesado, exigindo mais VRAM. Se a placa atingir seu limite de memória, os efeitos podem incluir quedas de desempenho e texturas em baixa definição.

3. Mais VRAM sempre significa melhor desempenho

Atualmente, há placas de vídeo topo de linha com mais VRAM do que a RAM de muitos computadores. Porém, a maioria das tarefas ainda não consegue usar toda essa capacidade. Em jogos, especialmente em 4K, é possível preencher rapidamente a VRAM, mas os ganhos reais de desempenho nem sempre acompanham esse aumento.

ilustração de uma placa de vídeo

Em geral, o que melhora o desempenho do sistema é a potência da GPU em si, não apenas a quantidade de VRAM. Só quando o jogo exige mais memória do que a disponível é que uma placa com mais VRAM pode fazer diferença real.

4. Atingir o limite de VRAM sempre derruba a performance

Uma VRAM quase cheia pode ser apenas um sinal de que o jogo ou aplicativo está usando tudo o que tem disponível. O problema acontece quando a placa precisa fazer muitas trocas entre a VRAM e a RAM do sistema, o que pode reduzir a fluidez dos processos.

Se esse tipo de troca for frequente, a taxa de quadros pode cair bastante. Mesmo assim, atingir o limite da VRAM não significa automaticamente que o desempenho vai despencar, tudo depende de como o sistema está lidando com os recursos.

No fim das contas, a VRAM é apenas uma das várias especificações que influenciam o desempenho gráfico. E, ao contrário da memória RAM comum, não é possível adicionar mais depois, já que ela faz parte do conjunto da placa de vídeo.

Como escolher a VRAM certa para suas necessidades?

Decidir quanta VRAM você precisa pode ser complicado, especialmente com tantas opções no mercado. Para usuários casais que apenas navegam na web, assistem vídeos ou trabalham com documentos, até mesmo placas integradas com memória compartilhada podem ser suficientes. Mas quando falamos de jogos ou trabalho profissional, a história muda completamente.

Um erro comum é pensar apenas na quantidade de VRAM sem considerar outros fatores importantes como:

  • Tipo de memória (GDDR5, GDDR6, GDDR6X)

  • Largura de banda (medida em GB/s)

  • Velocidade do clock da memória

  • Arquitetura da GPU

Comparativo de placas de vídeo

O impacto da resolução na VRAM

Jogar em 1080p é muito diferente de jogar em 4K quando falamos de consumo de VRAM. Enquanto um jogo moderno pode usar cerca de 4-6GB em Full HD, essa demanda pode facilmente dobrar em resoluções mais altas. E não são apenas os jogos - softwares de edição de vídeo como Premiere e DaVinci Resolve também consomem quantidades significativas de VRAM ao trabalhar com projetos em alta resolução.

Curiosamente, alguns jogos são programados para alocar mais VRAM do que realmente precisam, o que pode enganar os usuários. É por isso que benchmarks reais são sempre mais confiáveis do que simplesmente olhar para o consumo de memória reportado.

Tecnologias que afetam o uso de VRAM

Nos últimos anos, surgiram várias tecnologias que mudaram a forma como a VRAM é utilizada. O DLSS da Nvidia e o FSR da AMD, por exemplo, permitem que jogos rodem em resoluções mais baixas e sejam upscaled, reduzindo a carga na VRAM. Por outro lado, técnicas como ray tracing podem aumentar drasticamente o consumo de memória.

Tecnologias de upscaling

Outro fator pouco discutido é a compressão de texturas. Placas mais modernas usam algoritmos avançados de compressão que permitem armazenar mais dados na mesma quantidade de VRAM sem perda significativa de qualidade. Isso explica por que duas placas com a mesma quantidade de VRAM podem ter performances tão diferentes.

VRAM compartilhada: solução ou problema?

Muitas placas integradas e alguns modelos de entrada usam memória compartilhada com o sistema. Enquanto isso pode parecer uma solução econômica, na prática significa que a GPU precisa competir com o processador pelo acesso à RAM, o que pode causar gargalos significativos.

Em sistemas com gráficos integrados, aumentar a quantidade de RAM alocada para a GPU nas configurações da BIOS pode ajudar, mas raramente chega perto do desempenho de uma VRAM dedicada com alta largura de banda.

O futuro da VRAM

Com o avanço das inteligências artificiais e da realidade virtual, a demanda por VRAM só tende a aumentar. Já vemos placas profissionais como a Nvidia RTX 6000 Ada Generation chegando a 48GB de VRAM, um número que parecia absurdo há poucos anos.

Por outro lado, tecnologias como a memória unificada nos chips Apple Silicon mostram que pode haver caminhos alternativos. Esses sistemas usam uma única pool de memória extremamente rápida acessível tanto pela CPU quanto pela GPU, eliminando a necessidade de transferências entre diferentes tipos de memória.

Enquanto isso, no mundo Windows, a Microsoft introduziu o DirectStorage, uma tecnologia que permite que a GPU acesse diretamente os dados do SSD, reduzindo a necessidade de carregar tudo na VRAM antecipadamente. Isso pode mudar significativamente como os jogos gerenciam seus recursos de memória nos próximos anos.

Com informações do: Olhar Digital