O momento crucial da infecção por cordyceps

A segunda temporada de The Last of Us trouxe um dos elementos mais icônicos dos jogos para as telas: o processo de infecção pelos esporos do fungo cordyceps. Tati Gabrielle, que interpreta Nora na série, detalhou como foi gravar a cena em que seu personagem é lentamente tomado pelo patógeno.
"Não se trata de sufocamento, como muitos podem pensar", explica a atriz em entrevista. "É um processo muito mais complexo e assustador - você pode ver o momento exato em que a pessoa deixa de ser humana e se torna parte da colônia de fungos."
A ciência por trás da infecção
Na série, diferentemente dos jogos, os esporos não são inalados - o fungo se espalha através de tendrils que invadem o corpo da vítima. Essa mudança foi feita para evitar que os atores precisassem usar máscaras o tempo todo, mas mantém a essência aterrorizante do processo.
Os tendrils penetram na pele e se espalham rapidamente
O fungo assume controle do sistema nervoso central
A vítima mantém certa consciência no início do processo
A transformação completa leva apenas alguns minutos
Gabrielle descreve a experiência de gravar essas cenas como "fisicamente exigente e emocionalmente intensa". A atriz trabalhou com coreógrafos para criar os movimentos característicos dos infectados, que misturam elementos humanos com comportamentos fungais.
Os desafios de traduzir a infecção dos jogos para a TV

Adaptar a mecânica de infecção dos jogos para a televisão apresentou desafios únicos para a equipe de produção. Craig Mazin, cocriador da série, revelou que testaram inicialmente a versão com esporos no ar, mas descobriram que "visualmente parecia poeira comum" nas câmeras. "Precisávamos de algo mais visceral e imediatamente reconhecível como uma ameaça", explicou.
A solução dos tendrils não foi apenas uma escolha prática - permitiu explorar novas dimensões do horror. "Quando você vê esses filamentos se movendo ativamente em direção a uma pessoa, há algo profundamente perturbador nisso", acrescentou Mazin. "É quase como se o fungo estivesse vivo e tomando decisões."
Preparando os atores para a transformação
O processo de transformação exigiu preparação intensa dos atores. Gabrielle passou semanas estudando:
Vídeos de fungos reais crescendo e se espalhando
Documentários sobre parasitas que controlam o comportamento de hospedeiros
Movimentos de pacientes neurológicos para criar a sensação de perda de controle
"Havia momentos em que eu precisava congelar em posições extremamente desconfortáveis por minutos", lembra a atriz. "Os diretores queriam capturar aquela fração de segundo onde você ainda pode ver a pessoa lutando contra o fungo antes de sucumbir completamente."
A maquiagem também desempenhou papel crucial. A equipe levou até quatro horas para aplicar os efeitos completos de infecção, usando uma combinação de próteses e CGI. "Quando você se vê no espelho com aqueles veios negros subindo pelo pescoço, isso muda completamente sua performance", revelou Gabrielle.
Com informações do: IGN Brasil