Elden Ring Nightreign: Uma abordagem inovadora para narrativa

Com lançamento previsto para o final de maio, Elden Ring Nightreign já está gerando discussões entre os fãs da FromSoftware. Embora o foco principal seja o combate contra criaturas, a desenvolvedora garante que a narrativa não será negligenciada - ela será contada através de um sistema único de memórias dos personagens jogáveis.

Em entrevista exclusiva à IGN, o diretor Junya Ishizaki revelou detalhes interessantes sobre o jogo. A história se passa em uma realidade paralela do universo de Elden Ring, onde surgiu a entidade conhecida como Night Lord. Esta força, comparada a um fenômeno natural, encontra resistência nos Nightfares - os personagens controlados pelos jogadores.

Elden Ring Nightreign usa memórias para apresentar sua história

O sistema de memórias jogáveis

O que realmente chama atenção é o mecanismo narrativo inovador. Na área central do jogo, os jogadores encontrarão diários dos personagens selecionáveis. Esses registros contêm não apenas textos, mas também "memórias jogáveis" - pequenas missões que vão desde derrotar criaturas específicas até encontrar NPCs ou itens especiais no mapa.

Ishizaki explica que essas missões secundárias podem ser completadas paralelamente à jornada principal, que envolve sobreviver a um ciclo de três dias e três noites. Após concluir uma memória, o jogador retorna à área central para continuar desenvolvendo a trama pessoal de seu personagem.

Histórias únicas para cada classe

Outro aspecto interessante é que cada classe terá uma história completamente única. O diretor deu como exemplo o Raider, cujo passado envolve grandes batalhas - o que se traduz em encontros com vários chefes do jogo. Essa abordagem promete aumentar significativamente a rejogabilidade, já que cada personagem oferecerá uma perspectiva diferente do mundo de Nightreign.

A FromSoftware mantém sua tradição de jogos desafiadores enquanto explora novas possibilidades narrativas. O lançamento está marcado para 30 de maio, com versões para PC, PlayStation 4, PlayStation 5, Xbox One e Xbox Series X|S. Embora seja uma experiência multiplayer, a desenvolvedora afirma que não abandonará seu DNA de grandes jogos single-player.

Fonte: IGN

Como as memórias afetam a jogabilidade e a progressão

O sistema de memórias não é apenas um recurso narrativo, mas também influencia diretamente a jogabilidade. Conforme o jogador avança nas memórias de seu personagem, ele desbloqueia habilidades exclusivas e modificadores de equipamento que refletem o desenvolvimento daquele indivíduo. Por exemplo, completar a memória de um caçador de recompensas pode desbloquear um ataque especial contra alvos marcados, enquanto resolver o mistério de um acadêmico pode conceder buffs para itens de cura.

Essa mecânica cria uma relação interessante entre história e progressão. Em vez de simplesmente ganhar pontos de experiência, os jogadores são recompensados com insights sobre o passado de seu personagem e habilidades que fazem sentido dentro do contexto narrativo. Segundo Ishizaki, essa foi uma forma de tornar a progressão mais orgânica e imersiva.

O desafio de equilibrar narrativa e ação

Um dos maiores desafios da FromSoftware foi encontrar o equilíbrio certo entre os elementos narrativos e o combate intenso que os fãs esperam. Em demonstrações internas, os desenvolvedores notaram que alguns jogadores ignoravam completamente as memórias para focar apenas na ação principal. Como solução, a equipe implementou um sistema onde certas áreas e chefes só são acessíveis após completar memórias específicas.

"Não queríamos forçar os jogadores a engolir a narrativa", explica Ishizaki. "Mas também não queríamos que ela fosse completamente opcional. A solução foi integrar as memórias de forma que elas complementem a experiência principal, oferecendo vantagens táticas e acesso a áreas secretas."

Os fãs de Soulslike mais hardcore podem se preocupar com essa abordagem, mas a FromSoftware garante que o nível de desafio permanece intacto. Na verdade, algumas das memórias mais reveladoras estão escondidas atrás dos desafios mais difíceis do jogo, criando um incentivo adicional para os jogadores que buscam dominar completamente o combate.

Como o multiplayer se integra à narrativa pessoal

Embora Elden Ring Nightreign tenha um forte componente multiplayer, a desenvolvedora encontrou uma maneira interessante de preservar a individualidade das histórias dos personagens. Quando jogadores se unem em grupo, eles podem optar por compartilhar fragmentos de suas memórias - não o conteúdo completo, mas vislumbres que ajudam a contextualizar a jornada de cada um.

Essa abordagem cria situações únicas onde um jogador pode reconhecer um NPC ou local que é significativo para a história de seu companheiro, mas não para a sua própria. "É como se você estivesse vivendo sua própria lenda enquanto testemunha pedaços das lendas dos outros", compara Ishizaki. A equipe espera que isso incentive discussões e teorias entre os jogadores, algo que já é marca registrada da comunidade Souls.

Para quem prefere jogar sozinho, a experiência narrativa permanece intacta. Na verdade, alguns diálogos e eventos mudam sutilmente quando não há outros jogadores presentes, reforçando a solidão e o isolamento que são temas centrais na história do Night Lord e dos Nightfares.

Com informações do: Adrenaline