TSMC mira expansão nos Emirados Árabes com fábrica bilionária
A Taiwan Semiconductor Manufacturing Corporation (TSMC), gigante global na produção de chips, está avaliando a construção de uma nova fábrica nos Emirados Árabes Unidos. A informação, revelada pela Bloomberg, mostra que a empresa busca diversificar sua presença global, aproveitando os incentivos fiscais e a localização estratégica do país do Oriente Médio.
O projeto teria escala comparável à expansão que a TSMC está realizando no Arizona, Estados Unidos. Mas há um obstáculo significativo: a administração do presidente Donald Trump enxerga a iniciativa com desconfiança, preocupada com possíveis impactos nos interesses norte-americanos.

Os temores por trás da expansão global da TSMC
As autoridades americanas veem a TSMC como parceira estratégica e temem que o investimento nos Emirados Árabes possa desviar recursos do projeto no Arizona. Além disso, há preocupações geopolíticas: a proximidade do país com Irã e China levanta questões sobre segurança nacional e possíveis vazamentos de tecnologia sensível.
"Quando falamos de chips avançados, especialmente os usados em aplicações militares e de inteligência artificial, a localização das fábricas se torna uma questão de segurança nacional", explica um analista do setor que preferiu não se identificar.
Desafios logísticos e de mão de obra
Apesar dos atrativos financeiros oferecidos pelos Emirados Árabes, a TSMC enfrentaria desafios significativos:
Falta de mão de obra especializada na região
Possível necessidade de realocar profissionais dos EUA
Infraestrutura logística menos desenvolvida para semicondutores

Curiosamente, há divisão dentro do governo Trump sobre o assunto. Enquanto alguns alertam para os riscos, outros como David Sacks argumentam que a diversificação geográfica pode ser benéfica para conter a influência chinesa no setor.
A TSMC já comprometeu US$ 165 bilhões em investimentos nos EUA, incluindo US$ 42 bilhões só para 2025. Será que os Emirados Árabes conseguirão competir com esses números? A empresa e o governo americano se recusaram a comentar os planos, deixando o mercado especulando sobre os próximos capítulos dessa história.
O jogo geopolítico por trás da produção de chips
A possível expansão da TSMC nos Emirados Árabes ocorre em um momento delicado para a indústria de semicondutores. Com a crescente rivalidade entre EUA e China, cada movimento das grandes fabricantes é analisado sob uma lente geopolítica. Os Emirados Árabes Unidos, embora aliados tradicionais dos Estados Unidos, têm mantido relações comerciais ambíguas com a China nos últimos anos.
"Não se trata apenas de onde os chips são produzidos, mas de quem tem acesso a essa tecnologia", comenta uma fonte do setor de defesa americano. "Os Emirados são um parceiro importante, mas sua política de neutralidade em certas questões preocupa."
Os números por trás da decisão
Fontes próximas à TSMC sugerem que os Emirados Árabes ofereceram um pacote de incentivos que inclui:
Isenções fiscais por até 20 anos
Subsídios para energia e água
Investimento governamental em infraestrutura especializada
Facilidades para vistos de trabalho
Em contrapartida, a TSMC teria que comprometer-se a treinar mão de obra local e transferir parte do conhecimento técnico. Esse último ponto é particularmente sensível, já que os EUA têm pressionado a empresa a limitar a transferência de tecnologia para regiões consideradas de risco.
O fator China na equação
Analistas apontam que a decisão da TSMC pode ser uma jogada estratégica para equilibrar suas relações com Ocidente e Oriente. Com fábricas em Taiwan, EUA e potencialmente nos Emirados Árabes, a empresa criaria uma rede de produção mais resiliente a tensões geopolíticas.
"A TSMC está caminhando sobre uma corda bamba", observa um consultor do setor. "De um lado, precisa manter os EUA satisfeitos; de outro, não pode ignorar que a China continua sendo um mercado crucial para seus produtos."
O timing dessa movimentação também chama atenção. Apenas três meses atrás, a TSMC anunciou atrasos em seu projeto no Arizona devido a dificuldades para contratar trabalhadores qualificados. Será que a empresa estaria usando os Emirados Árabes como alavanca para negociar melhores condições com o governo americano?
Reações do mercado e concorrentes
Enquanto isso, os concorrentes da TSMC não ficaram parados. A Samsung já anunciou planos de expansão no Texas, e a Intel vem investindo pesado em novas fábricas na Europa. O mercado de chips parece estar se dividindo em blocos regionais, com cada grande player buscando posições estratégicas.
Investidores reagiram com cautela às notícias sobre os Emirados Árabes. As ações da TSMC caíram levemente após o vazamento da informação, refletindo preocupações sobre os custos de mais uma expansão internacional. "A diversificação geográfica é importante, mas traz desafios operacionais enormes", pondera um analista de mercado.
Nos bastidores, rumores sugerem que a administração Trump estaria preparando novas medidas para manter a produção de chips avançados sob controle de aliados próximos. Entre as opções em discussão estariam restrições à exportação de equipamentos de fabricação ou até mesmo pressão direta sobre a TSMC para abandonar o projeto nos Emirados Árabes.
Com informações do: Adrenaline